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Publicado em 19/08/2024 as 6:00pm

Atleta indígena brasileira denuncia discriminação e apreensão de cocar pela imigração dos EUA

A atleta indígena Nanda Baniwa, membro da delegação brasileira de canoagem, enfrenta uma...

A atleta indígena Nanda Baniwa, membro da delegação brasileira de canoagem, enfrenta uma situação controversa após ter seu cocar apreendido por funcionários da imigração dos Estados Unidos. Nanda viajou para o Havaí com o objetivo de competir no Campeonato Mundial de Canoa Havaiana, conhecido como Va’a, um prestigiado evento internacional da modalidade.

Em um desabafo publicado no Instagram, Nanda Baniwa, a única indígena da delegação brasileira, revelou o episódio que envolveu a apreensão de seu cocar, um item de grande significado pessoal e cultural para ela. O cocar, simbolizando sua identidade e luta como mulher indígena, foi confiscado durante o processo de imigração. Ela descreveu a experiência como uma afronta aos seus direitos e à sua cultura.

“Antes de tudo, foi o meu primeiro cocar. Primeiro, a luta já tinha sido grande para conseguir o visto depois do tratamento horrível que tive na primeira entrevista, e agora um outro tratamento que fere tudo aquilo que tanto lutamos. Os meus direitos, luta, identidade e a minha cultura foram feridas naquele momento”, escreveu Nanda em sua postagem.

Nanda destacou que a verdadeira tristeza não reside apenas na perda do item, mas no valor simbólico que ele representa para sua identidade cultural. Ela relatou que, durante o incidente, sua equipe e ela mantiveram a calma para garantir que pudessem embarcar no voo a tempo, apesar do aparente esforço de um funcionário para prejudicá-las.

O funcionário da imigração teria solicitado a comprovação da identidade indígena de Nanda e mencionado que o cocar não poderia ser mantido devido às leis de proteção ambiental dos Estados Unidos. Nanda expressou sua frustração com a situação, questionando a legitimidade das políticas de proteção ambiental dos EUA em comparação com a histórica luta indígena por direitos e preservação.

“Eu me vi lesada e incrédula, pois se vamos falar sobre isso, queria saber quanto o povo deles luta por aquilo? Quanto de direito eles têm para falar para nós sobre preservação? Mas sabendo que sei bem que o país é o mesmo que possui números absurdos de morte de pessoas por racismo e que a degradação ao meio ambiente é a maior, poderia imaginar”, afirmou Nanda.

A denúncia de Nanda Baniwa não apenas destaca a importância cultural dos artefatos indígenas, mas também chama a atenção para questões mais amplas de respeito e reconhecimento das culturas originárias, especialmente em um contexto internacional. A situação levanta questões sobre a sensibilidade cultural e o tratamento de representantes de povos indígenas em eventos globais.

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