No Arizona, Kamala Harris solicita medidas de imigração mais rigorosas durante sua visita à fronteira entre os EUA e o México

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, fez sua primeira visita à fronteira entre os EUA e o México na última sexta-feira, no contexto de sua campanha presidencial, enquanto seu adversário republicano, o ex-presidente Donald Trump, intensifica sua retórica de que os imigrantes são uma ameaça para o país.

Harris, que é democrata, chegou a Douglas, Arizona, uma cidade fronteiriça com menos de 17 mil habitantes, trazendo uma mensagem inspirada nas táticas de Trump, com a intenção de persuadir os eleitores de que pode diminuir o fluxo de entradas ilegais nos EUA.

Sua campanha anunciou que Harris manteria por mais tempo a proibição de asilo implementada pelo presidente Joe Biden e reduziria o limite para sua ativação. Dados do governo indicam que aproximadamente 7 milhões de migrantes foram detidos ao cruzar a fronteira ilegalmente durante as administrações de Harris e Biden, um número recorde que gerou críticas de Trump.

Desde o anúncio da proibição de asilo no início deste ano, as tentativas de cruzar a fronteira diminuíram consideravelmente. Em Douglas, Harris se reuniu com autoridades da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA e observou parte de uma barreira construída entre 2011 e 2012, conforme informações da Casa Branca.

Trump e seu candidato a vice, JD Vance, têm aumentado suas críticas aos imigrantes nas últimas semanas, propagando desinformações sobre imigrantes haitianos legais em Ohio. A questão da imigração é central para os eleitores, especialmente no Arizona, um estado chave com uma grande população de eleitores latinos, almejados por ambos os partidos. A vulnerável fronteira sul dos EUA continua a ser uma das principais fontes de fentanil, contribuindo para a epidemia de overdoses de drogas.

Na sexta-feira, Trump responsabilizou Harris pelo aumento da migração irregular. “A arquiteta dessa destruição é Kamala Harris”, afirmou Trump na Trump Tower. “Ela fala sobre como supostamente quer consertar a fronteira. Apenas perguntaríamos: por que ela não fez isso quatro anos atrás? É uma pergunta muito simples.” Ele também acusou Harris de transformar pequenas cidades americanas em “campos de refugiados arruinados”.

Um extenso projeto de lei de segurança de fronteira, que levou meses para ser negociado, foi bloqueado pelo Senado dos EUA em fevereiro, após Trump pressionar os republicanos a rejeitar qualquer acordo.

Uma pesquisa da Reuters/Ipsos do mês passado revelou que 43% dos eleitores apoiavam Trump em questões de imigração, enquanto 33% eram favoráveis a Harris; 24% não souberam responder, escolheram outra opção ou se recusaram a comentar. Antes de se tornar vice-presidente, Harris foi procuradora-geral da Califórnia, onde lidou com gangues que atuam de ambos os lados da fronteira, além de combater o tráfico de drogas, armas e pessoas.

Fonte: Da redação