Publicado em 7/03/2025 as 11:00am
Brasileiro foragido da Operação Kryptos é preso na Flórida após cooperação internacional
Fonte: Da redação
Um brasileiro foragido da Justiça desde 2021 foi preso na Flórida, na terça-feira (4), em uma ação conjunta entre a agência americana Homeland Security Investigations (HSI) e a Polícia Federal (PF) do Brasil. O homem é acusado de integrar o esquema criminoso investigado na Operação Kryptos, que movimentou ilegalmente mais de R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021 por meio de uma pirâmide financeira envolvendo falsas promessas de investimentos em criptomoedas.
De acordo com as investigações, o foragido, cujo nome não foi divulgado, deixou o Brasil utilizando um passaporte falso e passou a atuar nos Estados Unidos em benefício da organização criminosa. Entre suas atividades estavam a intermediação de aquisições patrimoniais, a criação de empresas, a movimentação de contas bancárias, a compra de criptoativos e a obtenção de documentos migratórios irregulares.
Desde agosto de 2022, o brasileiro era alvo de uma Difusão Vermelha da Interpol, que o colocava na lista de foragidos internacionais. A captura foi possível graças ao intercâmbio de informações entre a PF e o HSI, que localizaram o suspeito na região de Miami, onde ele vivia sob identidade falsa.
Após a prisão, o brasileiro permanecerá sob custódia nos Estados Unidos enquanto são adotadas as providências para sua deportação ou extradição ao Brasil. No país, ele poderá responder pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas que podem chegar a 26 anos de prisão.
A Operação Kryptos, deflagrada em 2021, é considerada uma das maiores investigações contra fraudes financeiras envolvendo criptomoedas no Brasil. O esquema prometia altos rendimentos a investidores, mas operava como uma pirâmide, utilizando recursos de novos participantes para pagar "lucros" aos antigos, até o colapso do sistema.
A prisão do foragido na Flórida reforça a importância da cooperação internacional no combate ao crime organizado transnacional. A Polícia Federal destacou que continuará atuando em parceria com agências estrangeiras para localizar e prender outros envolvidos no esquema que ainda estão foragidos.
Enquanto aguarda a decisão sobre seu retorno ao Brasil, o preso permanece detido nos EUA, onde também pode enfrentar processos por crimes cometidos em território americano. A expectativa é que sua extradição ocorra nos próximos meses, permitindo que ele seja julgado pelas autoridades brasileiras.