A prisão de Rosane Oliveira pelo ICE gerou protestos em Worcester e críticas por violação de direitos. A Câmara se reuniu virtualmente por segurança.
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Após ameaças e protestos, Câmara Municipal de Worcester realiza sessão virtual para discutir polêmica prisão de brasileira pelo ICE

Em meio à crescente tensão na cidade, os membros da Câmara Municipal de Worcester (Massachusetts) se reuniram virtualmente nesta terça-feira (13) após uma onda de protestos e ameaças relacionadas à prisão da brasileira Rosane Ferreira de Oliveira por agentes do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês).
A prisão de Roseane gerou protestos no último domingo e levou à convocação de um novo ato na terça-feira em frente à Prefeitura de Worcester. A comunidade alega que a ação do ICE violou direitos constitucionais e ocorreu com apoio da polícia local, o que ampliou o descontentamento com as autoridades.
Diante do clima de instabilidade, o prefeito Joseph Petty justificou a realização remota da sessão da Câmara como medida preventiva. “Autoridades eleitas e funcionários municipais têm recebido ameaças de violência, ligações e e-mails intimidadores”, afirmou. “Reconheço que alguns não concordam com essa decisão, mas como prefeito, sinto que é minha responsabilidade garantir a segurança das pessoas enquanto buscamos respostas e promovemos o diálogo”, acrescentou.
Durante a sessão, o vice-presidente do Câmara, Khrystian King, pediu um relatório detalhado sobre a resposta da Cidade à prisão da brasileira e criticou as ações do governo federal. “A administração Trump violou o direito constitucional ao devido processo — algo garantido a todos que estão em solo norte-americano, independentemente de seu status imigratório”, disse King.
Do lado de fora da Prefeitura, manifestantes expressaram indignação com a atuação conjunta do ICE e da polícia local. “A polícia ajudou esses invasores mascarados a levar membros da nossa comunidade”, denunciou Bill Shaner, um dos presentes no protesto.
O grupo Worcester Indivisible, que organizou o ato desta terça, reforçou o compromisso com a não violência e repudiou as ameaças mencionadas pelo prefeito. “Estamos comprometidos com a não violência. Essas ameaças não vieram de nós”, declarou Walter Crockett, um dos líderes do grupo. “Mas é necessário que a cidade e as autoridades estaduais ajam com responsabilidade diante das ações do ICE.”
Entre os que falaram no protesto estava Ashley Spring, candidata ao Comitê Escolar de Worcester, que foi presa durante os confrontos de domingo. A polícia a acusa de empurrar agentes e jogar líquido nos oficiais. Em seu discurso, ela destacou a resistência da comunidade: “Vejo uma comunidade que não está disposta a abrir mão de seu poder sem lutar”.
De acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS), Roseane entrou ilegalmente nos Estados Unidos em 2022 e foi detida por acusações criminais. No entanto, para manifestantes como Amy Walsh, o foco da questão está no devido processo legal. “Talvez essa pessoa não devesse estar na América, eu não sei. Mas até que ela tenha a oportunidade de explicar sua situação e passar por uma investigação justa, isso aqui não é o país em que eu quero viver.”
A crise envolvendo a prisão da brasileira e a conduta das autoridades locais continua a mobilizar lideranças e moradores, em um debate que expõe as tensões entre segurança pública, imigração e os direitos civis nos Estados Unidos.
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