Brasileira foragida por atos de 8 de Janeiro é deportada do Texas e retorna ao Brasil

A brasileira Cristiane de Silva, de 33 anos, foi deportada dos Estados Unidos e chegou a Fortaleza (Ceará) no sábado (24). Foragida da Justiça brasileira por envolvimento nos ataques de 8 de Janeiro de 2023, em Brasília, ela havia fugido do país após os atos e foi capturada pela imigração americana em El Paso, no Texas.

A prisão ocorreu em 21 de janeiro deste ano, um dia após Donald Trump tomar posse como presidente dos EUA e prometer endurecer o controle migratório. Antes de cruzar a fronteira, Cristiane percorreu uma rota comum entre imigrantes irregulares: passou por Argentina, Peru, Colômbia, Panamá e México.

Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a um ano de prisão por associação criminosa, Cristiane teve a pena convertida em prestação de serviços comunitários, multa e participação em curso sobre democracia. Apesar disso, ela optou por deixar o país e recusou, em 2024, um acordo de não persecução penal.

Cristiane negou envolvimento nos crimes e afirmou estar sendo injustiçada. “Me arrependo de ter ido, porque fui apenas conhecer. Estou pagando por algo que não cometi”, disse. Ela também alegou que os atos foram promovidos por “infiltrados da esquerda”.

Natural de Balneário Camboriú (SC), antes de ir para os Estados Unidos, Cristiane trabalhava como garçonete e ficou presa em 9 de janeiro de 2023 no QG do Exército brasileiro, onde se concentravam centenas de manifestantes após a depredação das sedes dos Três Poderes.

Além dela, outras três brasileiras envolvidas nos atos golpistas também foram presas no Texas: Rosana Maciel Gomes, condenada a 14 anos de prisão; Raquel de Souza Lopes, a 17 anos; e Michely Paiva Alves, que ainda aguarda julgamento.