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Brasileiro que sofreu acidente grave na Virgínia está em estado vegetativo e família lança campanha para repatriá-lo

Um grave acidente de caminhão ocorrido em abril deste ano no estado da Virgínia deixou o mineiro Maxmiller Rodrigues Martins, de 37 anos, em estado minimamente consciente e com sequelas neurológicas severas. Sem condições de tratamento adequado fora do ambiente hospitalar e distante da família

Maxmiller Martins está em estado vegetativo

Um grave acidente de caminhão ocorrido em abril deste ano no estado da Virgínia deixou o mineiro Maxmiller Rodrigues Martins, de 37 anos, em estado minimamente consciente e com sequelas neurológicas severas. Sem condições de tratamento adequado fora do ambiente hospitalar e distante da família, ele precisa ser transferido de volta ao Brasil em uma UTI aérea. O custo do traslado médico é estimado em torno de US$ 110 mil (cerca de R$ 610 mil), valor que os familiares tentam arrecadar por meio de uma campanha virtual.

Maxmiller, conhecido como “Max Cowboy”, é natural de Mathias Lobato (Minas Gerais) e, antes de emigrar em 2021, morava em Governador Valadares — cidade com forte histórico imigratório para os EUA. Ele vivia em Boston (Massachusetts) até se mudar para Norfolk, na Virgínia, onde passou a trabalhar como caminhoneiro.

Embora estivesse em situação imigratória irregular, atuava com permissão para trabalhar.

O acidente aconteceu em 17 de abril de 2024, quando o pneu do caminhão em que dirigia estourou e ele perdeu o controle do veículo, capotando. Max estava sozinho e ficou gravemente ferido. Sem plano de saúde ou seguro de trabalho, foi hospitalizado em estado de coma por 31 dias e segue internado em uma clínica de reabilitação.

Segundo laudo emitido pelo Waterside Health & Centro de Reabilitação, Max apresenta um quadro compatível com lesão axonal difusa — considerada uma das formas mais graves de traumatismo craniano. O paciente permanece com traqueostomia, alimenta-se por sonda, perdeu peso de forma significativa e não responde a comandos verbais.

“Mesmo sem laudos completos, é possível inferir que ele sofreu uma lesão cerebral extensa e irreversível”, afirma o neurocirurgião Maurício Panício, mestre em neurocirurgia pela Unifesp. “Apesar da gravidade, o transporte ao Brasil é possível, desde que ele esteja estável clinicamente”, explicou o especialista.

Max está sob custódia legal de uma tutora designada pelo governo norte-americano, mas a família alega dificuldades de comunicação com ela. “Tudo que sabemos vem por mensagens de WhatsApp, e as informações são superficiais. Há dois meses não temos retorno efetivo”, relata a irmã, Valquíria Martins.

A família também enfrenta obstáculos legais para responsabilizar o empregador, que nega vínculo trabalhista.

Valquíria tentou obter visto para visitar o irmão, mas teve o pedido negado. “Levei laudos, fotos e documentos, mas mesmo assim negaram minha entrada nos EUA”, contou.

Procurado, o Itamaraty confirmou que acompanha o caso por meio do consulado-geral do Brasil em Washington desde maio de 2024. Em nota, afirmou que presta assistência consular à família e mantém contato com as autoridades locais, mas reiterou que não é responsável por custear voos médicos. “O transporte, especialmente com UTI aérea, é de responsabilidade da família”, diz o comunicado.

 

Campanha virtual

Diante do alto custo do traslado, os irmãos de Max iniciaram uma campanha online com o objetivo de arrecadar o valor necessário. “Meu irmão está vivo, mas sem dignidade. Queremos trazê-lo para casa, onde ele possa ser cuidado por quem o ama”, afirma Valquíria.

A mãe, Suely Martins, expressa a dor da distância e a urgência da repatriação. “Quando olho para ele nas fotos, sinto como se dissesse: ‘socorro, mãe’. E não poder estar com ele é desesperador.”

O caso de Max expõe a vulnerabilidade de imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos e a ausência de mecanismos eficientes de apoio em casos de emergência. Enquanto a arrecadação não é concluída, a família segue lutando para garantir que ele possa retornar ao Brasil com o mínimo de dignidade e cuidado.

Quem quiser ajudar, o link de doação é https://voaa.me/max

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