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Candomblecistas brasileiros têm pedido de asilo negado nos EUA: corte orienta família se mudar para o Nordeste brasileiro

Uma família brasileira que pediu asilo humanitário nos Estados Unidos sob alegação de perseguição religiosa por praticar o candomblé teve o pedido negado pela Corte de Apelações do Nono Circuito, em San Francisco, Califórnia. A decisão, divulgada no mês passado, pode levar à deportação do casal e de seu filho menor de idade, que deixaram um pequeno município no estado de Goiás.

Uma família brasileira que pediu asilo humanitário nos Estados Unidos sob alegação de perseguição religiosa por praticar o candomblé teve o pedido negado pela Corte de Apelações do Nono Circuito, em San Francisco, Califórnia. A decisão, divulgada no mês passado, pode levar à deportação do casal e de seu filho menor de idade, que deixaram um pequeno município no estado de Goiás.

Na petição, os brasileiros relataram agressões e ameaças devido à sua fé, além de citarem o aumento da violência contra religiões de matriz africana no Brasil. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o país registrou 3.853 casos de intolerância religiosa em 2024, um aumento superior a 80% em relação ao ano anterior. Candomblecistas e umbandistas, que representam cerca de 1% da população segundo o Censo 2022, são os principais alvos.

Embora a corte norte-americana tenha reconhecido que há discriminação contra praticantes do candomblé no Brasil, entendeu que não houve comprovação de falha do governo brasileiro em protegê-los. A decisão citou um relatório do Departamento de Estado dos EUA de 2023, que reconhece invasões policiais a terreiros mas também menciona a criminalização da intolerância religiosa no Brasil.

Um trecho da sentença gerou controvérsia: os juízes sugerem que a família poderia se mudar para o Nordeste do Brasil, onde, segundo eles, o candomblé seria “popular e celebrado”. Para os magistrados, os requerentes possuem “habilidades laborais transferíveis” e poderiam se realocar internamente com segurança.

No entanto, dados do Censo mostram que o estado com maior proporção de praticantes de religiões afro-brasileiras é o Rio Grande do Sul (3,2%), e que a Bahia — frequentemente associada ao candomblé — figura em terceiro lugar no ranking de denúncias de intolerância religiosa, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro.

O caso surge em um momento de aumento da tensão entre comunidades imigrantes e o governo dos EUA, em meio a protestos na Califórnia contra deportações em massa prometidas pelo presidente Donald Trump durante sua campanha. Muitos brasileiros nos Estados Unidos relatam medo diante do endurecimento das políticas migratórias.

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