Mesmo em países de língua portuguesa, como o Brasil, algumas expressões em inglês já se tornaram parte do nosso cotidiano. Um exemplo clássico é o uso de “check-in” e “check-out” ao fazer uma reserva em hotel ou em uma passagem aérea.
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Check-in x Check-out

Mesmo em países de língua portuguesa, como o Brasil, algumas expressões em inglês já se tornaram parte do nosso cotidiano. Um exemplo clássico é o uso de “check-in” e “check-out” ao fazer uma reserva em hotel ou em uma passagem aérea. No momento da chegada, o atendente realiza o check-in, que nada mais é do que o registro e a confirmação da presença do hóspede ou passageiro. Já na saída, fazemos o check-out: acertamos as despesas, entregamos as chaves e liberamos o quarto.
Na vida, realizamos inúmeros check-ins e check-outs — muitas vezes de forma tão automática que nem nos damos conta. Já perceberam que estamos na metade de 2025? Seis meses se passaram, recheados de histórias, conquistas, frustrações e incertezas.
O problema é que alguns reveses deste semestre foram causados exatamente pelos check-ins que fizemos lá no início do ano. Entramos em lugares, projetos e relacionamentos que pareciam boas opções, permitimos que pessoas e situações se instalassem na nossa rotina… Mas, agora, ao fazermos uma retrospectiva, o relatório semestral não parece tão favorável assim.
Falta-nos, muitas vezes, ousadia para realizar o check-out daquilo que já não faz sentido carregar. Simbolicamente, é hora de entregar as chaves de alguns “quartos” e finalizar processos que não vão acrescentar em nada ao restante do ano. Por outro lado, também é preciso coragem para fazer novos check-ins: abrir-se a oportunidades, viver experiências inéditas, permitir-se o erro e o recomeço.
Por que esperar a virada de um novo ano para fazer promessas e estabelecer metas? O dia seguinte da nossa vida precisa ser encarado e celebrado como um “ano novo”. É no início da manhã que os planos são traçados, que o vigor se renova e que a esperança se alimenta.
Estamos vivendo uma era de aceleração constante, em que tudo parece exigir respostas imediatas. Quantos de nós já não conseguimos mais ouvir um áudio no WhatsApp sem acelerar para 1,5x ou 2x? Na vida, porém, não existe um botão que apresse os processos. Por isso, é fundamental fazer o check-out do que pesa desnecessariamente. Naturalmente, novos check-ins virão — mas que sejam feitos com mais critério, para evitar transformar o próximo semestre em mais um capítulo de dores e frustrações.
Deixo aqui algumas sugestões práticas, para uma reflexão pessoal e um início de julho com o mesmo entusiasmo de um primeiro de janeiro:
Faça o check-in:
· Nos relacionamentos: revise sua rede de contatos. À mesa da vida, precisamos de pessoas inteligentes, de conversas edificantes e de menos temas relacionados à vida alheia.
· No conhecimento: busque aprender um novo idioma, iniciar uma nova formação, ler mais livros e conhecer outras cidades ou países.
Faça o check-out:
· Dos ambientes carregados de palavras amargas e de falsidade. A consequência disso recai sobre sua saúde mental e física. E, nesse caso, o prejuízo é alto e a conta, infelizmente, será paga apenas por você.
· Do passado mal resolvido. Não carregue para julho problemas que estão fora da sua capacidade de solução. Entregue essa chave e permita-se recomeçar.
Aprendi com a psicanalista Alexandra Lima uma lição que quero compartilhar: “ter paz mental não é egoísmo, é uma prioridade de vida”.
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