DeSantis anuncia que patrulheiros da Flórida poderão prender imigrantes sem apoio do governo federal

Em uma nova escalada nas políticas estaduais de imigração, o governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou na segunda-feira (13) que a Patrulha Rodoviária da Flórida (FHP, na sigla em inglês) poderá agora realizar operações e efetuar prisões de imigrantes indocumentados sem depender da autorização ou colaboração do governo federal.

Durante uma coletiva de imprensa em Tampa, DeSantis afirmou que mais de 100 patrulheiros da FHP foram recentemente empossados como delegados especiais dos U.S. Marshals, conferindo-lhes autoridade para executar mandados federais e expulsar do território norte-americano imigrantes considerados criminosos perigosos.

“Temos agora um contingente estadual com poder para agir diretamente, sem esperar por Washington”, disse o governador. “Eles podem realizar todas as ações necessárias para deportar imigrantes indocumentados. Isso é mais do que o programa 287(g).”

DeSantis também sugeriu expandir ainda mais a atuação estadual na área imigratória. Entre as medidas propostas, está a utilização de advogados militares da guarda estadual como juízes de imigração, além da criação de centros temporários de detenção e logística para transporte de imigrantes.

“Para ser honesto, provavelmente é mais fácil mandar alguém para a América do Sul do que para Martha’s Vineyard”, ironizou o governador, numa referência à polêmica operação do ano passado que transportou imigrantes para o estado de Massachusetts.

A coletiva contou com a presença de Dave Kerner, diretor executivo do Departamento de Segurança Rodoviária e Veículos Automotores da Flórida, e Larry Keefe, diretor do Conselho Estadual de Fiscalização da Imigração. Ambos manifestaram apoio à nova diretriz.

Críticos já apontam que a medida pode gerar confrontos jurídicos com o governo federal, responsável constitucional pela política imigratória. No entanto, DeSantis argumenta que sua proposta funciona como um “multiplicador de força” no combate à imigração ilegal e se diz pronto para colaborar com o governo federal, caso haja autorização para as próximas etapas do plano.

A decisão reforça a estratégia do governador de transformar a Flórida em um estado com autonomia agressiva no controle de fronteiras internas, mesmo diante de questionamentos sobre a constitucionalidade de tais ações.