Após passar seis dias detido por agentes de imigração dos Estados Unidos, o estudante brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, tenta retomar a rotina com a família e amigos, mas carrega marcas profundas da experiência. Ele foi libertado sob fiança no dia 5 de junho e agora quer transformar o trauma em luta pela comunidade imigrante.
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Estudante brasileiro preso por engano pelo ICE em Massachusetts relata trauma e promete lutar pelos imigrantes

Após passar seis dias detido por agentes de imigração dos Estados Unidos, o estudante brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, tenta retomar a rotina com a família e amigos, mas carrega marcas profundas da experiência. Ele foi libertado sob fiança no dia 5 de junho e agora quer transformar o trauma em luta pela comunidade imigrante.
O jovem, aluno da Milford High School, foi preso em 31 de maio por agentes do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) enquanto se dirigia para um treino de vôlei. Segundo as autoridades, o alvo da operação era o pai de Marcelo, mas, ao não encontrá-lo, os agentes detiveram o estudante por estar no país sem status imigratório permanente.
Levado para uma unidade de detenção do ICE em Burlington, Marcelo descreveu as condições do local como “horríveis”. Durante o período em que esteve preso, usou sua fluência em inglês, espanhol e português para ajudar outros detentos com a tradução de documentos migratórios.
“Prometi a todos os que estavam ali que contaria a história deles, que mostraria ao mundo o que está acontecendo nas celas. Isso não sai da minha cabeça desde que saí de lá”, relatou Marcelo em entrevista à NewsCenter 5.
Emocionado ao reencontrar a família — que chegou a divulgar um vídeo pedindo por sua libertação —, Marcelo expressou indignação com a forma como foi tratado. “Foi injusto. Nunca me explicaram o motivo da minha prisão, nem por que me abordaram”, afirmou.
O episódio acendeu no jovem o desejo de defender os direitos dos imigrantes. “O mais importante que quero dizer é que os Estados Unidos precisam reencontrar Deus e o amor. Tem muita violência, muita divisão. Falta união”, desabafou.
Marcelo também criticou o aumento das ações do ICE contra imigrantes sem antecedentes criminais, classificando a política como “covarde e desnecessária”. “Em toda a comunidade de Milford, o medo é constante. As pessoas se organizam em grupos para avisar onde o ICE está, tentando se proteger. É um medo que não deveria existir”, disse.
Apesar do abalo, ele pretende trabalhar durante o verão e retomar os estudos no outono, com planos de cursar encanamento. No entanto, a família agora o incentiva a seguir carreira no direito migratório.
“Quero lutar por quem não tem voz”, concluiu.
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