Em novembro de 2024, Paredes declarou-se culpado por conspiração para incentivar e transportar imigrantes indocumentados, além de reentrada ilegal nos EUA após deportação.
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Ex-morador de Hartford é condenado a 3 anos de prisão por esquema de tráfico de imigrantes nos EUA

Um ex-morador de Hartford (Connecticut) foi condenado a 40 meses de prisão por participar de um esquema de tráfico de imigrantes, no qual vítimas — incluindo menores de idade — eram contrabandeadas para os Estados Unidos, obrigadas a trabalhar e ameaçadas caso não conseguissem pagar dívidas que chegavam a dezenas de milhares de dólares.
A informação foi divulgada pelo Departamento de Justiça dos EUA.
Apolinar Francisco Paredes Espinoza, também conhecido como “Pancho”, de 58 anos, é cidadão mexicano e residia em Hartford. Ele foi condenado na segunda-feira (13), no Tribunal Distrital de Bridgeport, pela juíza federal Kari A. Dooley. Após cumprir a pena, ele e dois cúmplices deverão enfrentar processos de deportação.
Além da pena de prisão, Paredes foi condenado, junto com seus co-réus, a pagar mais de US$ 574 mil em restituição às vítimas.
Em novembro de 2024, Paredes declarou-se culpado por conspiração para incentivar e transportar imigrantes indocumentados, além de reentrada ilegal nos EUA após deportação.
Segundo as investigações do FBI e da Polícia de Hartford, iniciadas em 2022, Paredes fazia parte de uma rede liderada por Maria Del Carmen Sanchez Potrero, que, em parceria com cúmplices no México, facilitava a entrada de imigrantes mediante pagamento entre US$ 15 mil e US$ 20 mil. Muitos entregavam escrituras de propriedades no México como garantia da dívida.
As vítimas eram levadas para casas em Hartford, inclusive nas residências de Sanchez e Paredes, e enfrentavam risco substancial de lesões ou morte durante o processo. Ao chegarem nos EUA, os imigrantes eram informados de que a dívida havia subido para cerca de US$ 30 mil, com juros. Eles ainda tinham que pagar despesas como aluguel, comida, gás e eletricidade.
Além disso, os réus providenciavam documentos falsos, como cartões de residência e números de seguridade social, e ajudavam os imigrantes a encontrar empregos na região. Muitos também eram obrigados a realizar tarefas domésticas e serviços de jardinagem sem qualquer remuneração ou abatimento da dívida.
Quando os pagamentos não eram feitos conforme o esperado, os acusados usavam de ameaças — inclusive contra familiares no México ou com a apreensão de propriedades deixadas como garantia — para coagir as vítimas, informou o promotor federal David X. Sullivan.
As autoridades identificaram 19 vítimas, incluindo diversos menores de idade. Pelo menos duas crianças teriam cruzado a fronteira desacompanhadas.
Paredes foi deportado pela primeira vez em 2014, mas retornou ilegalmente ao país. Foi novamente deportado em 2019, após ser preso em East Hartford por infrações de trânsito, e voltou a entrar ilegalmente nos EUA. Ele está detido desde sua prisão, em março de 2023.
As cúmplices Maria Del Carmen Sanchez e sua filha, Porfiria Maribel Ramos Sanchez, também se declararam culpadas. Maria foi condenada a 51 meses de prisão em abril, e Porfiria a 36 meses, em março deste ano.
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