Há um texto conhecido como “Pegadas na Areia”, cuja autoria costuma ser atribuída a Margaret Powers, Carolyn Carty ou Mary Stevenson.
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Marcas na areia

Há um texto conhecido como “Pegadas na Areia”, cuja autoria costuma ser atribuída a Margaret Powers, Carolyn Carty ou Mary Stevenson. Embora ainda exista certa controvérsia quanto à autoria, muitos apontam Margaret Powers como a provável escritora, em 1964, enquanto outros acreditam que tenha sido Mary Stevenson, em 1936.
Independentemente da autoria, é inegável o impacto que o poema causou desde que foi escrito — inclusive na minha vida. Vale a pena relembrar seus versos:
“Sonhei que caminhava pela praia,
de mãos dadas com Deus.
Ao olhar para o céu,
vi refletidos todos os dias da minha vida.
Em cada dia, percebi duas pegadas na areia:
as minhas e as d’Ele.
Mas, em alguns momentos, havia apenas um par de pegadas,
justamente nos dias mais difíceis.
Então, perguntei a Deus:
‘Senhor, eu confiei em Ti e prometeste estar sempre comigo.
Por que me deixaste sozinho nos momentos mais difíceis?’
E Ele respondeu:
‘Meu filho, Eu te amo e jamais te abandonei.
Nos dias em que viste apenas um par de pegadas,
foi quando Eu te carreguei nos braços.”
Escrever na areia é uma prática antiga, pois encontramos relatos bíblicos que nos convidam à reflexão. No livro de Jeremias (17:13), lemos:
“SENHOR Deus, Tu és a esperança de Israel;
todos os que Te abandonam serão envergonhados.
Seus nomes desaparecerão como escritos na areia,
pois abandonaram a Ti, ó SENHOR, a fonte de água viva.”
No evangelho de João (8:1-11), Jesus escreve na areia enquanto a mulher é acusada pelos fariseus e escribas. O texto não revela o que Ele escreveu, mas muitos interpretam a cena como uma lição de julgamento e reflexão.
Esses exemplos mostram que tudo o que fica registrado na areia tem um tempo limitado: o vento e a água podem apagar sem deixar vestígios. Então, por que alguns escolhem registrar o que não edifica o “solo” do coração?
A vida deixou de ser leve:
– quando passamos a guardar na alma os sentimentos que não deveriam ser lembrados, nem mesmo em uma brincadeira;
– quando deixamos de registrar nossa impressão digital nos abraços e passamos a depositá-la apenas nas telas dos celulares;
– quando começamos a racionalizar banalidades e deixamos de demonstrar o que há de melhor em nós.
– quando passamos a buscar culpados em vez de reconhecer nossos próprios erros e pedir perdão;
– quando o ego se tornou maior que a simplicidade;
– quando trocamos o diálogo pelas indiretas nas redes sociais, porque ferir alguém se tornou mais fácil do que procurar entender seus motivos;
– quando paramos de celebrar pequenas conquistas e nos focamos em comparar as vitórias alheias;
– quando registramos no coração o que deveria ter ficado apenas na areia;
– quando construímos mísseis para destruir uma nação e esquecemos que o amor pode curar, libertar e unir.
Que possamos voltar à leveza da vida.
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