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Trump autoriza novas batidas da imigração em fazendas, hotéis e restaurantes

Decisão reverte orientação anterior e reacende temores entre trabalhadores imigrantes; setores da agricultura e hotelaria temem prejuízos econômicos

O governo do presidente Donald Trump reverteu nesta segunda-feira (16) uma diretriz interna do Departamento de Segurança Interna (DHS) que suspendia temporariamente batidas migratórias em fazendas, restaurantes e hotéis. A nova orientação, comunicada em conferência com 30 escritórios regionais do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês), determina que as operações nesses setores devem continuar normalmente.

A mudança ocorre dias após o DHS ter enviado um memorando pedindo aos agentes que pausassem as investigações e operações em setores-chave da economia americana, como agroindústria, aquicultura, plantas de processamento de carnes e serviços de hospitalidade. A suspensão havia sido interpretada como um gesto do presidente para atender a pressões de empresários e agricultores preocupados com a perda de trabalhadores.

No entanto, segundo fontes ouvidas por veículos como The Washington Post, a Casa Branca, especialmente o assessor Stephen Miller — conhecido por sua postura dura contra a imigração —, se opôs fortemente à exceção. O recuo na política foi confirmado após uma ligação realizada às 11h desta segunda-feira com representantes da agência de imigração.

“Não haverá espaços seguros para indústrias que abrigam criminosos ou tentam sabotar os esforços do ICE”, afirmou Tricia McLaughlin, secretária-assistente do DHS. “A fiscalização em locais de trabalho continua sendo um pilar dos nossos esforços para proteger a segurança pública, a segurança nacional e a estabilidade econômica.”

 

Pressão interna

A decisão intensifica os esforços do governo para cumprir a meta estabelecida por Trump de realizar a maior operação de deportações da história dos Estados Unidos. Segundo o ex-diretor do ICE e atual conselheiro da Casa Branca, Tom Homan, o objetivo é alcançar pelo menos 3.000 prisões por dia — atualmente o número estaria próximo de 2.000.

Trump tem enfrentado pressões divergentes. De um lado, seus principais assessores de imigração defendem ações mais rigorosas; de outro, empresários e representantes da indústria alertam para o impacto negativo na produção e nos serviços essenciais.

Em publicação recente em sua rede Truth Social, o presidente disse ter dado ordem direta para que o ICE use “todo seu poder” para executar deportações em grande escala, especialmente nas maiores cidades do país.

 

Reação do setor produtivo

Setores como agricultura, hotelaria e processamento de alimentos, que dependem fortemente da mão de obra imigrante, já demonstraram preocupação com os impactos da política. Representantes da American Business Immigration Coalition afirmaram que a suspensão anterior havia dado esperança de uma solução mais equilibrada.

“Muitos acreditaram que havia espaço para diálogo. A reversão mostra que a prioridade voltou a ser a retórica de deportações em massa”, disse Rebecca Shi, diretora executiva da entidade.

A retomada das batidas preocupa também entidades defensoras dos direitos dos imigrantes, que temem aumento na insegurança alimentar, colapso em serviços e separações familiares.

 

Contexto político

A escalada ocorre em um momento de tensão geopolítica internacional e véspera do início oficial da campanha presidencial. Trump tem usado a imigração como um dos principais temas de sua candidatura à reeleição, prometendo “restaurar a lei e a ordem” e endurecer medidas contra a permanência irregular no país.

Analistas políticos apontam que as ações visam reforçar sua base eleitoral, mesmo que isso acarrete em instabilidade para setores inteiros da economia. A medida também tem potencial de provocar reações judiciais e legislativas, além de protestos organizados por comunidades afetadas.

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