O veterinário Carlos Silvera, que atuava no Swansea Veterinary Center, está sendo investigado por autoridades estaduais de Massachusetts por uma série de denúncias graves envolvendo maus-tratos a animais, práticas clínicas inadequadas e comportamento abusivo com funcionários.
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Veterinário de Massachusetts é acusado de abusos, negligência e más práticas que teriam causado mortes de animais

O veterinário Carlos Silvera, que atuava no Swansea Veterinary Center, está sendo investigado por autoridades estaduais de Massachusetts por uma série de denúncias graves envolvendo maus-tratos a animais, práticas clínicas inadequadas e comportamento abusivo com funcionários. Além disso, ele enfrenta 29 acusações criminais, incluindo posse ilegal de armas e perseguição a uma ex-namorada, pelas quais já se declarou culpado.
Ex-funcionários e clientes relatam que diversos animais morreram após receberem atendimento sob os cuidados de Silvera. Entre os casos mais impactantes está o de Lotus, uma bulldog francesa de três anos, que faleceu após uma cirurgia de esterilização supostamente mal conduzida. Uma autópsia independente concluiu que Lotus sofreu uma hemorragia interna, provavelmente por falhas nas suturas realizadas por Silvera, que operava com o braço imobilizado em uma tipoia devido a uma lesão no ombro.
Lisa Cabral, técnica veterinária e ex-funcionária do centro, afirmou que o procedimento foi feito com apenas uma das mãos, comprometendo a eficácia da cirurgia. “Acredito que ele não teve força suficiente para amarrar os pontos corretamente. Por isso ela sangrou até morrer”, disse Cabral.
Outra ex-funcionária, Laura Pettey, que também apresentou queixa ao Conselho de Registro em Medicina Veterinária de Massachusetts, relatou cenas alarmantes, como uma cirurgia abdominal em que os intestinos do animal saíam pela incisão. “Ele simplesmente empurrou tudo de volta, grampeou e disse que a cadela estava ótima”, contou. O animal morreu no dia seguinte.
Pettey ainda denunciou que Silvera realizava procedimentos sob o efeito de álcool e maconha, além de consumir medicamentos controlados da clínica sem prescrição. A princípio, sua queixa foi arquivada, mas posteriormente o caso foi reaberto após surgirem novas evidências. O Departamento de Licenciamento agora avalia se ele sofrerá sanções profissionais, que podem incluir multas ou até suspensão do registro.
As acusações contra Silvera não se limitam à sua atuação como veterinário. Ele foi preso em janeiro após disparar uma arma de fogo em sua vizinhança e resistir à prisão. Em 9 de junho de 2025, ele se declarou culpado por diversas acusações, incluindo posse ilegal de armas de alto calibre e perseguição. Foi condenado a 30 meses de prisão, com crédito de 394 dias já cumpridos em detenção preventiva.
Silvera também foi acusado de conduta violenta e ameaças a funcionários. Cabral, que trabalhou cinco anos no local, contou que saiu do emprego após o veterinário dizer que poderia matá-la com as próprias mãos. “Ele me ameaçou de morte e descreveu como faria isso”, revelou.
Há ainda registros anteriores envolvendo Silvera. Em 2015, uma adolescente acusou o veterinário de agressão sexual. As acusações foram retiradas em 2017, após a jovem desistir do processo. Ela também relatou abusos contra animais, como bater com a cabeça de um cão na mesa de exames.
Esses incidentes foram citados por autoridades policiais quando sua licença para porte de armas foi revogada. Em relatório, o então chefe da polícia de Swansea afirmou que Silvera demonstrava um “histórico de violência e agressividade contra mulheres”, além de representar “risco à segurança pública”.
O pai do veterinário, também chamado Dr. Carlos Silvera e coproprietário da clínica, defende o filho. Segundo ele, as denúncias são motivadas por questões pessoais. “Você não tenta destruir uma pessoa que estudou tanto dizendo mentiras assim”, declarou. Sobre os óbitos de animais, afirmou que “toda cirurgia tem risco” e que é comum os donos buscarem culpados.
No entanto, o código de ética da Associação Americana de Medicina Veterinária orienta que profissionais devem se abster de trabalhar quando suas condições físicas, mentais ou emocionais possam comprometer a segurança dos pacientes.
O caso continua em análise pelas autoridades, e a comunidade local segue dividida entre a revolta com os relatos de maus-tratos e o clamor por justiça. Para os donos dos animais que morreram, como Bethany Vest-Parris, o objetivo é claro: “Não quero ver mais nenhum animal morrer por negligência.”
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