Brasileiro é detido pelo ICE em Massachusetts por questão de visto; comunidade mobiliza campanha por sua libertação

Familiares, amigos e membros da comunidade imigrante estão mobilizados em apoio ao brasileiro Diego Maestre Vettorazzi, de 38 anos, detido por agentes do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês) na manhã do dia 2 de junho, enquanto se dirigia ao trabalho. Acusado de ultrapassar o tempo permitido de permanência em seu visto, Diego está sob custódia na unidade de detenção de Burlington e enfrenta, segundo relatos, condições precárias de saúde e dignidade básica.

Diego reside nos EUA há alguns anos e é pai de duas crianças pequenas, que atualmente vivem no Brasil. De acordo com pessoas próximas, ele entrou legalmente nos Estados Unidos com um visto válido de 10 anos e nunca teve qualquer envolvimento com atividades criminosas, nem em solo americano nem brasileiro.

A detenção ocorreu por volta das 7h30, em Revere (Massachusetts), e pegou familiares e amigos de surpresa. Segundo uma carta divulgada pela comunidade, Diego estava em processo de regularização e teria sido orientado, em determinado momento, a retornar ao Brasil por seis meses, como parte de exigências imigratórias. No entanto, devido a dificuldades financeiras, não conseguiu arcar com a passagem aérea e acabou permanecendo no país.

“Diego nunca teve a intenção de violar seu status. Ele se viu diante de uma decisão impossível: abandonar tudo ou continuar trabalhando para sustentar seus filhos à distância. Mesmo com emprego fixo, ele não tinha recursos para voltar”, relata uma amiga da família.

Atualmente detido, ele estaria sem acesso adequado a alimentos, produtos de higiene, assistência médica e, sobretudo, aos medicamentos que necessita. A defesa argumenta que, por se tratar de uma infração civil — e não criminal —, sua permanência sob custódia é injustificada e desumana.

Campanha de arrecadação

Uma campanha online foi criada para arrecadar fundos com o objetivo de custear a defesa jurídica e a fiança de Diego, estimada em US$ 2.500. O advogado que assumirá o caso exige uma entrada de US$ 2.000 de um total de US$ 5.000 para iniciar os trâmites de soltura.

Além disso, os organizadores informaram que, caso a fiança seja inferior ao previsto, os valores restantes serão direcionados para despesas legais e para auxiliar no retorno voluntário de Diego ao Brasil. Qualquer quantia excedente será doada ao Brazilian Worker Center, organização sediada em Boston que atua na defesa dos direitos de imigrantes brasileiros.

Pedido de apoio

A comunidade pede contribuições financeiras, apoio jurídico e solidariedade. “Sabemos que não somos os únicos enfrentando esse tipo de situação, mas acreditamos que nenhum ser humano deveria ser privado de liberdade por uma questão de visto. Diego quer apenas voltar para sua família. A luta agora é por justiça e dignidade”, conclui uma das organizadoras da campanha.

Mais informações e atualizações sobre o caso podem ser encontradas na página oficial da campanha de arrecadação.

O link de doação é https://bit.ly/4n2Rwa0