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Revista # 73

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Brasileiros são acusados de lavar US$ 74 milhões em esquema com empresas da construção civil na Carolina do Sul

O objetivo do esquema era permitir que os contratantes evitassem o pagamento de impostos federais e contribuições trabalhistas, como exige a lei norte-americana.


Dois brasileiros foram presos no dia 21 de maio acusados de liderar um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de US$ 74 milhões ao longo de vários anos. Segundo a acusação federal, Jimmy Soares de Oliveira Carvalho e Jose Rivelino Serafim da Silva ajudavam empreiteiras a empregar imigrantes indocumentados sem que os verdadeiros contratantes fossem identificados pelas autoridades.

Os dois enfrentam 17 acusações federais, incluindo lavagem de dinheiro e obstrução de justiça, crimes que podem resultar em até 20 anos de prisão.

De acordo com o indiciamento divulgado pela Justiça federal, os acusados criaram uma série de empresas fictícias — conhecidas como LLCs — entre 2015 e 2024, com nomes genéricos como “MCM Contractors”, “A Plus Construction” e “Majestic Construction”.

O esquema funcionava da seguinte maneira: os empreiteiros registravam obras sob o nome das empresas de fachada, recebiam pagamentos legalmente, e então Jimmy e Serafim depositavam os cheques em contas bancárias, sacavam o dinheiro e o distribuíam em envelopes aos trabalhadores indocumentados — retendo uma porcentagem entre 3% e 5% para si.

Além disso, os promotores afirmam que os acusados forneceram endereços falsos aos participantes do esquema para despistar agentes federais em caso de interrogatório, configurando obstrução de justiça.

O objetivo do esquema era permitir que os contratantes evitassem o pagamento de impostos federais e contribuições trabalhistas, como exige a lei norte-americana. O indiciamento menciona que os lucros eram redistribuídos em dinheiro vivo, dificultando a detecção das autoridades fiscais e imigratórias.

A acusação aponta que a operação começou em janeiro de 2017, embora a primeira LLC do grupo tenha sido registrada ainda em 2015. Ao todo, foram citadas 11 empresas utilizadas no esquema, todas registradas na região de Charleston, na Carolina do Sul.

Uma dessas empresas, a MVT Construction, estava registrada no mesmo complexo residencial — Channel Family Apartment Homes — onde os acusados foram detidos por agentes do ICE, IRS e da polícia local, por volta das 9h30 da manhã, segundo relato de um cliente da Lincoln Tubman Foundation, organização que atua com a Tri-County Human Trafficking Task Force.

Registros mostram ainda que algumas empresas listadas tinham endereços em Ladson e North Charleston, localidades próximas a Charleston.

Os acusados compareceram brevemente à Corte Federal no próprio dia 21 de maio. A audiência de fiança foi marcada para o dia 23, após um atraso causado pela ausência de intérprete para o português, necessário para o réu Jose Rivelino Serafim da Silva.

O caso segue em investigação, e até o momento, os promotores não divulgaram os nomes dos empreiteiros que utilizaram o esquema nem as áreas específicas onde atuavam. Autoridades federais afirmaram que outros envolvidos também podem ser responsabilizados criminalmente.

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