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Curadora brasileira é demitida de instituto judaico em NY após mencionar “genocídio em Gaza” em painel

Durante o painel, um rabino presente discordou publicamente de sua fala, mas a decisão mais contundente partiu da administração


A curadora brasileira Karolina Ziulkoski foi demitida do Institute for Jewish Research (YIVO), em Nova York, após mencionar o termo “genocídio em Gaza” durante um painel público realizado no dia 05. A fala ocorreu durante uma apresentação sobre o diário de Itskhok Rudashevski, adolescente judeu lituano morto durante o Holocausto e tema da exposição em cartaz.

Ziulkoski, que trabalhava no instituto desde 2018, afirmou que fazia o comentário em caráter pessoal. “Acredito que a melhor maneira de honrar sua memória é falar contra o genocídio”, declarou, referindo-se à coragem de Rudashevski em denunciar as atrocidades que presenciou.

A reação foi imediata. Ao final do evento, a curadora foi escoltada por um segurança para fora do local. Poucas horas depois, recebeu um e-mail com a demissão sumária, alegando que sua fala “minou a credibilidade da instituição”. Ziulkoski foi cortada de todos os sistemas da organização sem direito a explicações ou diálogo.

A atitude do YIVO — que abriga o maior acervo sobre judeus do Leste Europeu — gerou críticas, especialmente pela forma abrupta com que a decisão foi tomada. Questionada por veículos de imprensa sobre liberdade de expressão, a instituição dirigida por Jonathan Brent optou por não comentar o caso.

Ziulkoski é bisneta de imigrantes judeus poloneses e responsável pelo desenvolvimento do museu virtual do YIVO. Ao longo de sua carreira, tem sido reconhecida por projetos que relacionam a memória histórica à prevenção de violações contemporâneas. Em entrevista à coluna de Jamil Chade, no UOL, ela defendeu a importância de estabelecer paralelos históricos. “Era importante para ele [Rudashevski] denunciar o que via. Eu busquei fazer o mesmo”, afirmou.

Durante o painel, um rabino presente discordou publicamente de sua fala, mas a decisão mais contundente partiu da administração. Apesar de algumas pessoas no público agradecerem seu posicionamento, a brasileira lamenta a falta de espaço para o debate. “Meu trabalho sempre buscou entender a história para que ela não se repita”, concluiu.

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