Governo Trump quer 3 mil prisões de imigrantes por dia, revela plano interno

A administração do presidente Donald Trump está pressionando autoridades de imigração a intensificarem as prisões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, com uma nova meta ambiciosa: 3.000 detenções por dia, o que representa mais de 1 milhão de prisões por ano, segundo fontes ligadas internas.

A diretriz foi definida durante uma reunião de alto nível comandada por Stephen Miller, conselheiro sênior de Trump, e pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem. O objetivo declarado é acelerar as deportações e reforçar a política imigratória de tolerância zero que marca o segundo mandato de Trump.

Em comunicado divulgado no dia 28, a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, afirmou que “estamos comprometidos em remover imigrantes indocumentados dos EUA de forma agressiva e eficiente, e em garantir que nossos agentes da lei tenham os recursos necessários para isso”.

O Departamento de Segurança Interna (DHS) endossou a posição do governo, acrescentando que a prioridade é identificar, prender e deportar imigrantes considerados criminosos, numa tentativa de “tornar a América segura novamente”, segundo a nota oficial.

Embora a administração afirme que o foco está em indivíduos com antecedentes criminais, líderes comunitários e defensores dos direitos dos imigrantes alertam para o impacto devastador que esse tipo de política pode ter sobre famílias inteiras, muitas vezes com membros em situação regular misturados a indocumentados.

A meta representa um aumento sem precedentes na repressão imigratória, e especialistas apontam que essa escala de detenções exigiria mais centros de detenção, expansão de forças policiais e colaboração com autoridades locais, inclusive em estados considerados santuário.

Ainda não está claro como o governo pretende operacionalizar o plano e se haverá resistência judicial ou legislativa. No entanto, a diretriz revela um endurecimento da retórica e das ações do governo Trump em relação à imigração — uma das principais bandeiras de sua gestão.

Enquanto isso, o clima de insegurança cresce nas comunidades imigrantes, com relatos de aumento na evasão escolar de crianças, medo de sair de casa e hesitação em acessar serviços públicos essenciais, como hospitais e delegacias.

Organizações que atuam com imigrantes recomendam que a população conheça seus direitos, evite portar documentos de seu país de origem sem necessidade e tenha planos legais de emergência preparados para casos de detenção.