Da redação No marco simbólico dos 100 dias do governo de Donald Trump, a presidente do Senado de Massachusetts, Karen E. Spilka, fez um discurso contundente na tribuna da casa legislativa nesta segunda-feira, afirmando que o estado irá se opor firmemente às ações da atual administração republicana. “Massachusetts vai resistir”, declarou Spilka, democrata de Ashland, durante os pouco mais de 20 minutos de discurso. Ela criticou severamente o que descreveu como ataques do governo federal contra imigrantes, instituições acadêmicas e o próprio Estado de Direito. Suas palavras ecoaram preocupações cada vez mais presentes entre lideranças democratas e parte significativa da população americana. Spilka citou o caso de Rümeysa Öztürk, estudante de pós-graduação da Tufts University que foi detida, e apontou para a perda da autoridade do Congresso em favor de figuras como Elon Musk — mencionado ironicamente como parte de um fictício "Departamento de Eficiência Governamental". Ela também denunciou o que chamou de desrespeito sistemático da Casa Branca às decisões judiciais. Seu discurso ocorre em meio a uma crescente tensão entre o governo Trump e instituições de ensino, como a Universidade Harvard, em disputa por bilhões de dólares em financiamento federal. Spilka, que é judia, fez paralelos com a Europa da década de 1930 e contou a história de seu avô, que fugiu da Rússia em 1906 após ver seu melhor amigo ser enforcado por protestar contra o czar. “Se a América não o tivesse acolhido, eu não estaria aqui hoje”, afirmou. Ela também relembrou que seu pai, veterano da …
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Nos 100 dias do Governo Trump, Presidente do Senado de Massachusetts afirma que “estado vai resistir”

Da redação
No marco simbólico dos 100 dias do governo de Donald Trump, a presidente do Senado de Massachusetts, Karen E. Spilka, fez um discurso contundente na tribuna da casa legislativa nesta segunda-feira, afirmando que o estado irá se opor firmemente às ações da atual administração republicana.
“Massachusetts vai resistir”, declarou Spilka, democrata de Ashland, durante os pouco mais de 20 minutos de discurso. Ela criticou severamente o que descreveu como ataques do governo federal contra imigrantes, instituições acadêmicas e o próprio Estado de Direito. Suas palavras ecoaram preocupações cada vez mais presentes entre lideranças democratas e parte significativa da população americana.
Spilka citou o caso de Rümeysa Öztürk, estudante de pós-graduação da Tufts University que foi detida, e apontou para a perda da autoridade do Congresso em favor de figuras como Elon Musk — mencionado ironicamente como parte de um fictício “Departamento de Eficiência Governamental”. Ela também denunciou o que chamou de desrespeito sistemático da Casa Branca às decisões judiciais.
Seu discurso ocorre em meio a uma crescente tensão entre o governo Trump e instituições de ensino, como a Universidade Harvard, em disputa por bilhões de dólares em financiamento federal. Spilka, que é judia, fez paralelos com a Europa da década de 1930 e contou a história de seu avô, que fugiu da Rússia em 1906 após ver seu melhor amigo ser enforcado por protestar contra o czar. “Se a América não o tivesse acolhido, eu não estaria aqui hoje”, afirmou.
Ela também relembrou que seu pai, veterano da Segunda Guerra Mundial, participou da libertação do campo de concentração de Buchenwald e viveu por anos com os traumas do que testemunhou. “Quando olho para os Estados Unidos sob Trump, o que vejo não é apenas assustador, é revoltante”, disse a senadora.
O discurso de Spilka ganha força em um momento em que pesquisas apontam queda na aprovação do presidente. Levantamento da CNN divulgado no domingo mostra que 59% dos entrevistados desaprovam o desempenho de Trump. Outro estudo, da Washington Post-ABC-Ipsos, revela que mais da metade da população rejeita sua política de imigração – um dos pilares de sua campanha presidencial.
Em resposta às ações do governo federal, Spilka e outros líderes democratas lançaram neste mês a iniciativa “Respond 2025”, que pretende coordenar reações locais às medidas de Washington e informar os residentes sobre seus impactos diretos. Segundo ela, a administração Trump é “caprichosa, vingativa e cruel”, e representa “o oposto do Estado de Direito que tanto proclamam defender”.
Spilka voltou a pedir que o Congresso aprove uma reforma imigratória ampla e recupere sua autoridade constitucional. “O Congresso deveria ser o primeiro entre iguais na democracia representativa que a Constituição prevê”, disse.
Ela reconheceu os limites do legislativo estadual frente ao governo federal, mas foi categórica: “Eu me recuso a ficar calada diante do que está acontecendo neste país”. E concluiu com uma declaração firme: “A lei é rei — não um homem, não uma mulher, não um presidente, e certamente não Donald Trump. Enquanto eu for presidente do Senado, Massachusetts resistirá a essa nova tirania.”
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