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Pesquisa revela alta preocupação com moradia em New Hampshire, mas população se divide sobre reforma de zoneamento

Uma nova pesquisa da Universidade de New Hampshire (UNH), divulgada na última quinta-feira (30), mostra que os moradores do estado continuam considerando a falta de moradias acessíveis como o principal problema enfrentado pela região — mas se mostram divididos quanto às soluções legislativas propostas, especialmente no que diz respeito à flexibilização das regras locais de zoneamento.

Da redação

Uma nova pesquisa da Universidade de New Hampshire (UNH), divulgada na última quinta-feira (30), mostra que os moradores do estado continuam considerando a falta de moradias acessíveis como o principal problema enfrentado pela região — mas se mostram divididos quanto às soluções legislativas propostas, especialmente no que diz respeito à flexibilização das regras locais de zoneamento.

Ao serem questionados sobre os principais desafios do estado, 36% dos entrevistados citaram a escassez de moradias como a maior preocupação, superando questões como impostos (10%), educação, empregos e custo de vida. Apesar dessa clara prioridade, a proposta de forçar cidades e vilarejos a flexibilizar seus códigos de zoneamento para facilitar a construção de casas não tem apoio unânime: 38% disseram apoiar a ideia (15% fortemente), enquanto 40% se opuseram (18% fortemente).

Atualmente, duas propostas aprovadas pela legislatura estadual de maioria republicana aguardam a assinatura da governadora Kelly Ayotte. A House Bill 631 obriga os municípios a permitir construções multifamiliares em zonas comerciais, enquanto a House Bill 577 autoriza, por direito, a construção de unidades residenciais acessórias (ADUs), como pequenas casas nos fundos de terrenos, e amplia os limites de tamanho dessas construções.

Embora as reformas no setor habitacional tenham figurado nas plataformas eleitorais tanto de democratas quanto de republicanos em 2024, a divisão entre os eleitores permanece. Entidades como a Associação Municipal de New Hampshire (New Hampshire Municipal Association) se opõem às medidas obrigatórias, defendendo que cada localidade deve ter o poder de definir seus próprios códigos de zoneamento, de acordo com o desejo de seus residentes.

Por outro lado, a disposição política para investir em soluções voluntárias também enfraqueceu. A versão atual do orçamento estadual elimina o “Housing Champion Program”, criado em 2023 para premiar municípios que alterassem seus códigos de zoneamento de forma proativa. Os legisladores também barraram propostas para aumentar os recursos do fundo estadual de moradia acessível, que hoje recebe apenas US$ 5 milhões por ano em receitas estaduais.

Uma pesquisa anterior, realizada em março pela YouGov a pedido da organização Housing Action New Hampshire, indicava apoio mais amplo a mudanças de zoneamento. Nessa sondagem, mais de 75% dos entrevistados disseram apoiar políticas para permitir a construção de mais casas perto de áreas comerciais, flexibilizar exigências de estacionamento e permitir lotes menores e ADUs. Além disso, 54% afirmaram que construir mais moradias é mais importante do que preservar o “caráter” dos bairros — uma visão oposta à de 35% dos entrevistados.

Especialistas apontam que a diferença nos resultados pode estar na formulação das perguntas. Enquanto a pesquisa da Housing Action usou termos como “permitir” novas construções, a da UNH usou o verbo “obrigar” para se referir às mudanças, o que pode ter influenciado negativamente a percepção dos entrevistados.

Em seu relatório final, a UNH conclui: “Os moradores de New Hampshire estão divididos sobre o caminho a seguir”. A frase resume o dilema do estado: o reconhecimento generalizado da crise de moradia esbarra no impasse sobre como enfrentá-la.

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