O Departamento de Segurança Interna e o gabinete da procuradora Habba ainda não comentaram o processo movido por Baraka.
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Prefeito de Newark processa procuradora federal por prisão em centro de detenção de imigrantes

O prefeito de Newark, Ras Baraka, entrou com uma ação judicial contra a procuradora federal interina de Nova Jersey, Alina Habba, acusando-a de prisão ilegal, perseguição política e difamação, após ter sido detido em um centro federal de detenção de imigrantes em maio. A ação ocorre a uma semana das primárias democratas para o governo do estado, nas quais Baraka é um dos candidatos.
O episódio que motivou o processo aconteceu no dia 9 de maio, quando Baraka tentou acompanhar três deputados democratas – Rob Menendez, LaMonica McIver e Bonnie Watson Coleman – em uma visita de fiscalização ao centro de detenção Delaney Hall, em Newark, administrado pela empresa privada Geo Group. Apesar de a visita estar amparada por lei federal, Baraka foi impedido de entrar e, ao se deslocar para a área externa do centro, foi preso sob acusação de invasão de propriedade.
Imagens do momento da prisão mostram Baraka sendo algemado e levado por agentes, enquanto manifestantes protestavam do lado de fora. Treze dias depois, o escritório de Habba retirou a acusação, o que levou o juiz federal Andre Espinosa a repreender a procuradoria pela condução do caso. “A prisão apressada do prefeito de Newark, seguida pela retirada da acusação poucos dias depois, sugere um erro preocupante por parte do seu escritório”, escreveu o magistrado.
Além da procuradora, o processo também cita Ricky Patel, chefe local da Homeland Security Investigations (HSI), e acusa ambos de abuso de autoridade e má-fé. A defesa de Baraka afirmou ainda que pretende processar a administração do presidente Donald Trump, mas que a lei exige um prazo mínimo de seis meses para esse tipo de ação contra o governo federal.
“Não se trata de vingança”, disse Baraka em entrevista coletiva. “Trata-se de responsabilização. Eu fui preso injustamente, acusado publicamente, e tive que explicar ao público algo que jamais deveria ter acontecido.”
A procuradora Alina Habba, nomeada interinamente durante o governo Trump, publicou nas redes sociais que Baraka teria “cometido invasão”, o que o prefeito considera uma declaração difamatória. O processo busca indenização por danos morais, prejuízos à imagem pública e interferência política, já que o episódio ocorreu em pleno período eleitoral.
A prisão de Baraka também ocorreu em meio a um embate mais amplo entre a cidade de Newark e o governo federal. Após a assinatura de um contrato bilionário com a Geo Group para operação do centro de detenção, Baraka processou a empresa. Duas semanas depois, o Departamento de Justiça de Trump processou Newark e outras três cidades de Nova Jersey por adotarem políticas de “cidade santuário”, que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração.
O caso lança sombras sobre o processo eleitoral no estado. Baraka é um dos seis pré-candidatos democratas que disputam a indicação para suceder o governador Phil Murphy. Embora a campanha dele foque em temas como moradia e redução de impostos, o episódio no centro de detenção passou a simbolizar seu embate direto com o trumpismo.
Em um vídeo de campanha divulgado nesta semana, Baraka afirma: “Vou manter Trump fora da sua casa e da sua vida”, embora não mencione diretamente a prisão.
Do lado republicano, o ex-presidente Trump endossou a candidatura de Jack Ciattarelli, que já declarou que, se eleito, revogará imediatamente todas as políticas de proteção a imigrantes indocumentados em Nova Jersey.
O Departamento de Segurança Interna e o gabinete da procuradora Habba ainda não comentaram o processo movido por Baraka.
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