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Trans brasileira é presa em ala masculina de Guantánamo

Uma mulher transgênero brasileira está detida nos Estados Unidos após solicitar asilo e denunciar graves violações de direitos humanos, incluindo encarceramento em ala masculina da prisão de Guantánamo. A informação foi revelada em depoimento prestado por Tarlis Marcone de Barros Gonçalves à Justiça norte-americana.


Da redação

Uma mulher transgênero brasileira está detida nos Estados Unidos após solicitar asilo e denunciar graves violações de direitos humanos, incluindo encarceramento em ala masculina da prisão de Guantánamo. A informação foi revelada em depoimento prestado por Tarlis Marcone de Barros Gonçalves à Justiça norte-americana.

Tarlis entrou nos EUA no dia 15 de fevereiro de 2025, cruzando a fronteira pelo México, nas proximidades de El Paso, Texas. Ao se apresentar às autoridades de imigração, foi imediatamente detida. Dias depois, foi transferida para o Centro de Processamento do Condado de Otero, no Novo México, onde dividiu cela com cerca de 50 homens, apesar de ter informado ser uma mulher transgênero.

Durante o período em Otero, ela afirma ter sido vítima de assédio e relata que suas queixas foram ignoradas pelas autoridades. “Disse aos agentes que me sentia desconfortável por estar alojada com homens, mas nada foi feito”, declarou. Tarlis também denunciou a falta de privacidade: banheiros e chuveiros não tinham portas, e ela possuía apenas uma muda de roupa.

Posteriormente, a brasileira foi algemada e levada em um voo militar sem saber o destino. Ao desembarcar, descobriu que havia sido levada para a base militar de Guantánamo, em Cuba — conhecida por abrigar prisioneiros em condições severas. Na unidade, voltou a ser colocada em uma cela com cinco homens. “Fui tratada como se fosse um homem. Disse aos guardas que não me sentia segura, mas eles ignoraram”, afirmou.

Em seu relato, Tarlis descreve ainda restrições severas: não podia entrar em contato com a família nem com um advogado, tinha acesso limitado à alimentação e era revistada por guardas do sexo masculino sempre que saía ou retornava à cela. “Os guardas não me tratavam como um ser humano”, disse.

No início de março, foi transferida para Miami, e atualmente está detida em regime de isolamento no centro de detenção de Pine Prairie, na Louisiana. Em seu depoimento, reiterou o temor de ser deportada ao Brasil. “Tenho medo de ser morta se for enviada de volta. Só quero ter a chance de apresentar meu caso e me reunir com minha família em segurança”, declarou.

O caso de Tarlis reacende o debate sobre o tratamento de pessoas transgênero em centros de detenção de imigração nos EUA. Organizações de direitos humanos vêm pressionando o governo americano a adotar protocolos específicos para proteger a população LGBTQIA+ em ambientes prisionais.

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