Musk respondeu minutos depois, pelo X (antigo Twitter): “Estou dizendo para CORTAR TUDO. Agora.”
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Trump ameaça deportar Elon Musk após novas críticas do empresário ao projeto orçamentário proposto pela Casa Branca

O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (1º) que pode considerar deportar o bilionário Elon Musk, reacendendo o embate público entre os dois poucos dias após novas críticas do empresário ao projeto orçamentário proposto pela Casa Branca.
Durante conversa com jornalistas, Trump foi questionado se cogitava expulsar Musk, nascido na África do Sul e naturalizado cidadão norte-americano. “Vamos ter que dar uma olhada nisso”, respondeu o presidente. “Talvez o DOGE tenha que cuidar disso. Você sabe o que é o DOGE? É o monstro que pode ter que voltar e devorar Elon. Isso seria terrível, não seria? Ele recebe muitos subsídios.”
A ameaça veio horas após Trump publicar nas redes sociais que o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), órgão que Musk liderou nos primeiros meses do atual mandato presidencial, poderia revisar os bilhões em contratos federais que as empresas do bilionário recebem.
“Elon talvez tenha recebido mais subsídios do que qualquer outro ser humano na história. Sem isso, provavelmente teria que fechar tudo e voltar para casa, na África do Sul”, escreveu o presidente em uma postagem às 0h34 no Truth Social. “Talvez o DOGE deva dar uma boa olhada nisso. Há MUITO DINHEIRO a ser economizado!!!”
Musk respondeu minutos depois, pelo X (antigo Twitter): “Estou dizendo para CORTAR TUDO. Agora.”
O CEO da Tesla e da SpaceX tem criticado duramente o projeto apelidado por Trump de “big, beautiful bill”, que está em debate no Senado e prevê um aumento de US$ 3,3 trilhões na dívida nacional ao longo da próxima década. Musk ameaçou, inclusive, financiar campanhas contra congressistas republicanos que votarem a favor da proposta.
Trump, por outro lado, afirma que o empresário está reagindo porque o projeto elimina incentivos fiscais criados na gestão de Joe Biden para a compra de veículos elétricos — medida da qual Musk se beneficia diretamente. Logo no primeiro dia de seu segundo mandato, Trump revogou uma norma da Agência de Proteção Ambiental (EPA) que exigia a redução de emissões de gases em veículos leves e médios a partir de 2027.
“Elon Musk sabia, muito antes de me apoiar, que eu era contra o mandato dos veículos elétricos. É ridículo obrigar todos a terem um carro elétrico”, afirmou Trump.
A relação entre os dois se deteriorou novamente após uma breve tentativa de reaproximação. Em junho, Musk havia pedido desculpas a Trump por declarações feitas durante sua saída conturbada da administração. Musk comandou o DOGE por cerca de quatro meses, com a missão de identificar “desperdício, fraude e abuso” e reduzir o tamanho do governo federal. Ele deixou o cargo em maio para se dedicar a suas empresas.
Em nova crítica, publicada no último domingo (30), Musk voltou a pedir a criação de um novo partido político. “Com os gastos insanos desse projeto — que eleva o teto da dívida em CINCO TRILHÕES DE DÓLARES — fica claro que vivemos em um país de partido único: o PARTIDO DO PORQUINHO! É hora de um novo partido que realmente se importe com as pessoas”, escreveu.
Trump já havia ameaçado cortar os subsídios às empresas de Musk no início de junho, quando a aliança entre os dois colapsou publicamente. Segundo levantamento do Washington Post, as companhias de Musk, incluindo a SpaceX e a Tesla, já receberam pelo menos US$ 38 bilhões em contratos, empréstimos, incentivos e créditos fiscais do governo dos Estados Unidos nos últimos 20 anos — muitos deles em momentos estratégicos.
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