Caroline Dias Gonçalves, estudante brasileira e beneficiária do TheDream.US, foi detida por agentes de imigração após uma parada de trânsito no Colorado, gerando controvérsia sobre colaboração ilegal entre polícia local e o ICE. O caso reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade dos Dreamers e os limites das políticas migratórias estaduais.
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Estudante universitária de Utah, presa pelo ICE após abordagem de trânsito, terá liberdade concedida mediante fiança

Uma estudante universitária foi libertada sob fiança após ser detida por agentes de imigração logo após uma parada de trânsito no Colorado. Caroline Dias Gonçalves, de 19 anos, aluna da Universidade de Utah, foi abordada por um policial do condado de Mesa em 5 de junho por estar dirigindo muito próxima de um caminhão na rodovia I-70, perto de Loma.
Embora tenha sido liberada com uma advertência, pouco depois a jovem foi parada novamente — desta vez por agentes do ICE (Imigração e Alfândega dos EUA), que a prenderam e a levaram para um centro de detenção em Denver.
O caso levantou dúvidas sobre como as autoridades migratórias obtiveram tão rapidamente informações sobre sua localização e status imigratório, considerando que o Colorado possui leis estaduais que limitam a colaboração entre a polícia local e o governo federal nesse tipo de situação.
Segundo investigação interna do Escritório do Xerife do Condado de Mesa, o policial fazia parte de um grupo de comunicação usado por diversas agências para operações antidrogas em rodovias da região. No entanto, dados compartilhados nesse grupo acabaram sendo utilizados por agentes federais para ações de imigração — algo que, segundo o xerife, não era o propósito original.
O advogado de Caroline, Jon Hyman, afirmou que a jovem não tem antecedentes criminais e não recebeu mandado de prisão na hora da detenção. Ele também levantou preocupações sobre possíveis violações da lei estadual por parte da polícia local.
Caroline, que vive nos EUA desde os 7 anos e nasceu no Brasil, faz parte dos chamados “Dreamers” — jovens imigrantes que chegaram ainda crianças ao país sem documentação legal. Ela e sua família entraram com visto de turista, mas acabaram ficando após o prazo permitido. Atualmente, ela tem um pedido de asilo em andamento.
Funcionária do Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou que o visto de Caroline venceu há mais de 10 anos. A gestão do ex-presidente Donald Trump, por meio da secretária do DHS Kristi Noem, reiterou o compromisso em reforçar o controle sobre o uso de vistos.
Caroline é bolsista da organização TheDream.US, que apoia jovens indocumentados no acesso à universidade. A presidente do grupo, Gaby Pacheco, comemorou a concessão da fiança e disse esperar que ela possa logo retornar à família e aos estudos de enfermagem.
O caso é semelhante ao de outra Dreamer de 19 anos, Ximena Arias-Cristobal, que também foi abordada indevidamente pela polícia na Geórgia e acabou sendo detida por autoridades de imigração. Desde então, Ximena tem denunciado os riscos crescentes que os Dreamers enfrentam diante do aumento nas deportações promovidas pela administração Trump.
A Casa Branca, por sua vez, declarou que a prioridade do governo continua sendo a deportação de imigrantes ilegais com antecedentes criminais.
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