Sae Joon Park, veterano condecorado do Exército dos Estados Unidos, foi forçado a se autodeportar para a Coreia do Sul após quase 50 anos vivendo nos EUA — país que serviu com honra e pelo qual quase perdeu a vida. A decisão gerou indignação entre defensores de veteranos e imigrantes, que veem no caso um retrato cruel de um sistema de imigração inflexível e insensível ao histórico de quem lutou pelo país.
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Herói de guerra dos EUA é forçado a se autodeportar após viver 50 anos nos EUA

Sae Joon Park, veterano condecorado do Exército dos Estados Unidos, foi forçado a se autodeportar para a Coreia do Sul após quase 50 anos vivendo nos EUA — país que serviu com honra e pelo qual quase perdeu a vida. A decisão gerou indignação entre defensores de veteranos e imigrantes, que veem no caso um retrato cruel de um sistema de imigração inflexível e insensível ao histórico de quem lutou pelo país.
Park, de 55 anos, recebeu o Coração Púrpuro após ser ferido em combate durante a invasão norte-americana do Panamá em 1989. No entanto, problemas legais antigos relacionados à posse de drogas e à ausência em uma audiência judicial resultaram em uma ordem de deportação — consequência direta, segundo ele, de anos de transtorno de estresse pós-traumático (PTSD) não tratado.
“Não consigo acreditar que isso esteja acontecendo nos Estados Unidos”, disse Park à NPR, dias antes de embarcar sozinho para a Coreia do Sul. “É inacreditável… um país pelo qual eu lutei.”
Park chegou aos EUA aos 7 anos para viver com a mãe em Miami e depois se mudou para Los Angeles. Inspirado pelo tio, um coronel do exército sul-coreano, alistou-se nas Forças Armadas americanas após o ensino médio. Durante a operação militar no Panamá, foi baleado nas costas. Sobreviveu, mas carregou as cicatrizes emocionais por décadas.
Sem diagnóstico adequado ou apoio institucional, Park caiu no vício em crack. Nos anos 1990, foi preso por posse de drogas e, temendo o retorno ao tribunal com exames de urina positivos, deixou de comparecer a uma audiência — o que agravou ainda mais sua situação judicial. “Eu estava desesperado”, contou.
Após cumprir pena de três anos em Nova York, Park se mudou para o Havaí, onde reconstruiu sua vida, trabalhou por dez anos em uma concessionária e criou seus dois filhos. Ainda assim, uma antiga ordem de remoção permaneceu pendente. Ele seguia cumprindo o protocolo de check-ins anuais com o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega), sem que o governo priorizasse sua deportação.
Neste mês, tudo mudou. Durante uma reunião com agentes de imigração, foi informado de que teria de sair voluntariamente ou seria preso e deportado. Sem alternativas, despediu-se da família e embarcou sozinho para o país onde nasceu, mas que já não reconhece como lar.
“É uma tragédia institucionalizada”, declarou um representante da National Immigrant Justice Center. Especialistas jurídicos também criticaram o endurecimento das políticas migratórias que se intensificaram durante o governo do presidente Donald Trump, incluindo a deportação de veteranos.
Apesar de ser residente permanente legal (portador de green card), as acusações criminais antigas impediram Park de se naturalizar e anular a ordem de remoção. Casos como o dele têm se tornado cada vez mais frequentes, mostrando como o sistema ignora contribuições históricas em favor de regras frias e inflexíveis.
O que levou Sae Joon Park a deixar os EUA?
Segundo registros judiciais, os problemas começaram com uma acusação de posse de drogas e o não comparecimento a uma audiência judicial nos anos 1990. Esses episódios, ligados ao vício desencadeado por PTSD não tratado, resultaram em sua prisão, seguida de uma ordem de remoção do país.
Mesmo após reconstruir sua vida, criar seus filhos e viver por décadas nos EUA, Park foi forçado a se despedir do país que jurou proteger — deixando para trás família, amigos e tudo o que conhecia como lar.
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