Repressão imigratória causa impacto em Miami e empresas demonstram preocupação com seus trabalhadores

O endurecimento das ações de imigração nos Estados Unidos está abalando comunidades por todo o país, mas poucas regiões sentem esse impacto com tanta intensidade quanto o condado de Miami-Dade. Várias cidades da região firmaram acordos de cooperação com autoridades federais, ampliando a fiscalização contra imigrantes e deixando milhares de não cidadãos em estado de alerta.

O setor empresarial local já começa a sentir os reflexos da mudança. Alfred Sanchez, CEO da Câmara de Comércio de Miami, afirmou que há crescente “preocupação” entre os 1.400 membros da entidade em relação às novas políticas migratórias e seus possíveis impactos nos funcionários e nas operações das empresas.

Para medir esse sentimento, a Greater Miami Chamber of Commerce, em parceria com a Florida International University (FIU), lançou uma pesquisa anônima para avaliar como as empresas da região estão sendo afetadas. O levantamento, segundo os organizadores, não exige que os participantes informem seus nomes ou os de seus negócios, o que garante total confidencialidade.

“Estamos ouvindo de muitos empresários que há incerteza, especialmente nos setores que dependem fortemente de mão de obra imigrante”, destacou Sanchez. “A repressão não afeta apenas as famílias, mas também a economia local.”

Com a escassez de trabalhadores e a tensão crescente entre funcionários imigrantes, empresas de construção civil, hospitalidade, serviços e agricultura estão repensando suas estratégias operacionais e buscando orientação legal.

A iniciativa da Câmara de Comércio e da FIU visa reunir dados que possam embasar ações futuras de apoio ao setor produtivo e diálogo com autoridades, em um momento em que a política imigratória se torna uma variável crítica para o desenvolvimento econômico da região.

A pesquisa segue aberta por tempo limitado e os resultados devem ser apresentados em relatório nos próximos meses.