Publicado em 20/07/2008 as 12:00am
Salvation, "o shopping dos brasileiros"
Economizar ainda é a melhor pedida
Como a maioria dos
brasileiros que chegam aos Estados Unidos em busca de oportunidades de trabalho
para poder investir os "dólares no Brasil", a economia ainda tem sido o carro
chefe. Regras na compra de alimentos, divisão de aluguéis, entre outras coisas
que pendem para o lado econômico.
Uma loja que,
praticamente todos os brasileiros conhecem e já visitaram é o "The Salvation
Arm", onde as pessoas deixam seus bens usados para serem revendidos bem mais
baratos para quem tem baixo poder aquisitivo ? neste quadro se encaixa maioria
dos imigrantes.
O Salvation é como se
fosse um shopping, onde pode ser encontrado tudo que se procura. Artigos que
vão desde um disco em vinil da década de 70 até um móvel moderno e luxuoso,
passando por roupas, acessórios e decorações. O que eles têm em comum é o
preço, pois todos os íntens encontrados nestas lojas são negociados a valores
que chegam a 10 vezes menor que o preço original do produto "e nalgumas vezes
ainda é feito promoção sobre o valor que já está baixo".
Diante disso, o
brasileiro criou o hábito de fazer compras no local. O paraense de Conceição do
Araguaia, Nicholas Dias, 23, mora nos EUA há três anos e disse que "no primeiro
dia em que chegou a este país, seus amigos o levaram até o Salvation que fica
na Broadway de Somerville-Massachusetts". Ele conta que, assim como a maioria,
veio pelo México e chegou apenas com a roupa do corpo". Com apenas $20.00
emprestado por um primo, conseguiu comprar muitas roupas.
Assim como ele, a
amazonense Vera Lúcia Santiago, 32, também se tornou cliente assídua do
Salvation. "Semanalmente vou à loja da Rota 1 comprar pequenos ítens para
decorar minha casa", fala salientando que tudo que possui em seu lar é usado,
mas poucas pessoas acreditam nisso.
Ela explica que gosta
de pesquisar, por isso tem uma agenda com endereços de diversas lojas do
Salvation da região. "Sempre que quero mudar o visual de minha casa eu visito
pelo menos três delas", fala, acresentando que o que é comercializado nestes
estabelecimentos são rigorosamentes analisados antes de serem colocados à
venda. "Por isso muitas pessoas desconfiam quando eu falo que a decoração da
minha casa tem assinatura Salvation", brinca.
Além de móveis e
decoração, o íntem mais procurado ainda é o setor de confecções. O mecânico
Sidney Portela, 28, disse que mora nos Estados Unidos há sete anos e desde que
aqui chegou "frequenta o Salvation constantemente". Ele explica que maioria dos
seus ternos para ir à igreja, calças e camisas sociais, foram adquiridos nesta
loja. "Não há porque me envergonhar, pois todas as roupas são limpas e algumas
delas até de marcas que só poderiam ser compradas por ricos no Brasil",
conclui.
A economista Eunice
Aguiar explicou que a necessidade dos brasileiros em buscar produtos de menor
valor "se dá em razão de que eles precisam guardar dinheiro para investir no
Brasil e voltar no maior curto espaço de tempo". Ela afirma, ainda, que o "street
shopping", ainda existe apesar de pouco se falar. "Muitas pessoas pegam coisas
nas ruas para decorar seus lares e isso não pode ser incriminado, pois maioria
do que se joga fora neste país é de qualidade", conclui.
DOAÇÕES
As pessoas doam seus artigos
para o Salvation vender e o que é arrecadado com a venda tem um destino muito
especial. Várias atividades sociais e de cunho solidário são realizadas através
do dinheiro levantado.
Entre os programas
sustentados pelo Salvation estão Busca por Pessoas Desaparecidas, Reabilitação
de Viciados, Caridade no Natal, Reabilitação de Prisioneiros, entre outros. Os
brasileiros apesar de serem clientes assíduos, ainda não aprenderam a doar.
"Quando você tiver algo que for jogar no lixo, lembre-se que você pode estar
ajudando uma vida se levar o produto até uma loja do Salvation e deixá-lo para
ser vendido", comenta Dulce Maria, que descobriu o doce sabor de ajudar as
pessoas através de entregar ao Salvation, roupas usadas, móveis que seria
jogados no lixo e outros ítens.
Fonte: (Brazilian Times)