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Publicado em 30/01/2014 as 12:00am

Com receita extraordinária, governo cumpre meta fiscal

Com receita extraordinária, governo cumpre meta fiscal

Com o uso de receitas extraordinárias (ganhos "fora do padrão", que não acontecem todos os anos), o governo central, formado pela União, Previdência Social e Banco Central, atingiu a meta de superávit primário ? a economia para pagar os juros da dívida e tentar manter sua trajetória de queda ? de R$ 73 bilhões em todo o ano passado sem ter de pisar no freio nos gastos públicos, que aceleraram em 2013. Prova disso é que, na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB), as despesas totais do governo atingiram o recorde de 19% no ano passado - o maior percentual era o de 2010 (18,6% do PIB). No ano passado, o superávit primário ficou em R$ 77 bilhões, o equivalente a 1,6% do PIB, confirmou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira (30). Na comparação com 2012 (R$ 88,2 bilhões, ou 2% do PIB), o esforço fiscal do governo recuou 12,7%. O resultado de 2013 também foi o menor desde 2009 - quando foi registrado um superávit primário de R$ 39,43 bilhões (1,2% do PIB). O resultado ficou, inclusive, um pouco acima do antecipado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgado no início deste mês para, segundo ele, "acalmar os nervosinhos" do mercado financeiro ? que não acreditavam que ele seria atingido. Como a meta foi atingida O governo cumpriu a meta com a ajuda de receitas extraordinárias, como aquelas vindas das novas modalidades do Refis (parcelamentos especiais de tributos que as empresas deviam ao governo, abertos no fim do ano passado, que renderam pelo menos R$ 22 bilhões aos cofres públicos em 2013), além de receitas não recorrentes (que não fazem parte normalmente do balanço), como o pagamento do bônus do campo de Libra ? reserva de petróleo no valor de R$ 15 bilhões. Com a forte entrada de receitas atípicas, o governo federal não teve de abrir mão das reduções de tributos ? realizadas nos últimos anos e mantidas em 2013 ? e que fizeram com que mais de R$ 77,7 bilhões deixassem de entrar nas contas; e também não precisou conter gastos públicos. Refis e concessões As novas modalidades do Refis asseguraram a entrada de R$ 22 bilhões nos cofres do governo em 2013. As novas modalidades de parcelamentos especiais para contribuintes em dívida com o governo foram aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pela presidente Dilma Rousseff, com o apoio da Secretaria do Tesouro Nacional, mas à revelia da área técnica da Receita Federal. Impulsionadas pelo pagamento do bônus do campo de Libra, no valor de R$ 15 bilhões, as receitas de concessões bateram recorde em 2013 ? atingindo a marca dos R$ 22 bilhões. Até então, a maior arrecadação anual com concessões havia sido registrada em 1998, ainda na gestão Fernando Henrique Cardoso, quando ingressaram R$ 9,35 bilhões nos cofres públicos. No ano seguinte, em 1999, outros R$ 9,15 bilhões ingressaram no caixa do Tesouro Nacional. Ao todo, entre 1997 e 2012, a receita do governo federal com as concessões somou R$ 53,48 bilhões ? uma média de R$ 3,34 bilhões por ano. Gastos públicos Em todo o ano passado, ainda de acordo com dados oficiais, as despesas totais avançaram 13,6%, para R$ 914 bilhões. Trata-se da maior alta desde 2010 ? quando cresceram 22,39%. Na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB), as despesas totais do governo atingiram o recorde de 19% no ano passado, contra 18,3% em 2012 e 17,5% no ano anterior. O recorde, até o momento, era o ano de 2010 (quando somaram 18,6% do PIB). A série histórica do Tesouro, para este indicador, tem início em 1997. Os números mostram também que os gastos que mais cresceram, no ano passado, foram aqueles com custeio (gastos correntes dos ministérios, como contas e salários), que subiram 20,2% (o maior percentual desde 2007 - quando tem início a série histórica do Tesouro Nacional). Em 2013, as despesas com custeio somaram R$ 188 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas com investimentos subiram bem menos de 2012 para 2013: 6,4%, para R$ 63,22 bilhões. Esta foi a menor alta da série histórica, que começou em 2007. Questionado se os gastos públicos geraram inflação em 2013, conforme avaliam alguns economistas, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que a política fiscal (de contas públicas) e monetária (definição dos juros) trabalham "de maneira coordenada" para um cenário de "menor aumento de preços possível e de maior crescimento [econômico] possível". "Eu acho que devemos e, felizmente conseguimos, trabalhar de forma coordenada com estes objetivos., mas cada um fará sua avaliação", acrescentou. Receitas do governo Mesmo infladas pela arrecadação extraordinária de R$ 22 bilhões com o novo Refis, e de outros R$ 22 bilhões em valores não recorrentes por conta das concessões (dentre as quais R$ 15 bilhões do pagamento do bônus do campo de Libra), os números oficiais mostram que as receitas totais avançaram 11,2% no ano passado, para R$ 1,18 trilhão. A variação, portanto, foi menor do que a expansão de 13,6% registrada nas despesas totais do governo.

Fonte: (G1)

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