A agência de classificação de risco Moody’s Investors Service anunciou nesta sexta-feira (16) o rebaixamento da nota de crédito soberana dos Estados Unidos, retirando o país do grupo de risco mínimo. A nota caiu de “AAA” para “Aa1”, com perspectiva alterada de negativa para estável.
Publicidade
Publicidade
Moody’s rebaixa nota de crédito dos EUA e retira país do seleto grupo “AAA”

Da redação
A agência de classificação de risco Moody’s Investors Service anunciou nesta sexta-feira (16) o rebaixamento da nota de crédito soberana dos Estados Unidos, retirando o país do grupo de risco mínimo. A nota caiu de “AAA” para “Aa1”, com perspectiva alterada de negativa para estável.
Em comunicado oficial, a Moody’s justificou a decisão citando o aumento persistente da dívida pública e dos juros da dívida americana, atualmente em níveis “significativamente superiores aos observados em outras economias com grau semelhante de classificação”. Segundo a agência, a incapacidade crônica do governo federal de implementar medidas estruturais para reduzir os déficits fiscais agrava o risco de deterioração das contas públicas no médio e longo prazo.
“As sucessivas administrações e o Congresso falharam em chegar a um consenso sobre medidas fiscais que revertam a trajetória de déficits elevados e custos crescentes com juros”, declarou a Moody’s.
O anúncio ocorre em meio a um novo impasse no Congresso, onde parlamentares republicanos rejeitaram o pacote tributário do presidente Donald Trump. A proposta era considerada estratégica para conter os déficits e impulsionar a economia. A recusa expôs divisões internas no partido: enquanto alas mais conservadoras pressionam por cortes profundos em programas sociais, republicanos moderados temem repercussões eleitorais em distritos competitivos, especialmente com a proximidade das eleições de meio de mandato, em 2026.
Entenda o que é a nota de crédito
A nota de crédito soberana é um indicador emitido por agências especializadas para avaliar a capacidade de um país honrar suas dívidas. Quanto mais alta a classificação — sendo a “AAA” o grau máximo — menor o risco percebido pelos investidores. Essa nota influencia diretamente o custo de financiamento internacional e a credibilidade da política fiscal do país.
Notas abaixo do nível “AAA”, como a atual “Aa1”, ainda são consideradas de grau de investimento, o que significa que os Estados Unidos continuam sendo vistos como um destino seguro para investidores. No entanto, o rebaixamento pode resultar em aumento dos juros exigidos pelos mercados para financiar a dívida pública norte-americana.
Impactos e projeções
Especialistas avaliam que a decisão da Moody’s pode pressionar o Tesouro dos EUA a revisar sua política fiscal e buscar consensos mais amplos no Congresso. Além disso, o rebaixamento da maior economia do mundo pode gerar volatilidade nos mercados internacionais, sobretudo em setores que dependem de ativos denominados em dólar ou vinculados aos títulos do Tesouro americano.
Este é mais um sinal de alerta para a estabilidade fiscal dos Estados Unidos, que já haviam enfrentado rebaixamentos similares por outras agências — como a Standard & Poor’s em 2011. A mudança reforça os desafios enfrentados pela administração Trump em um cenário de polarização política e incertezas econômicas globais.
Compartilhar
Publicidade