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Publicado em 14/08/2008 as 12:00am

13° Festival da Independência de Boston inova com teatro e música

Os 200 anos da chegada de D. João VI ao Rio de Janeiro, os 100 anos da imigração japonesa no Brasil, os 50 anos da Bossa Nova e os 100 anos de falecimento de Machado de Assis são alguns dos marcos celebrados pela festa da Independência em Boston, em seu 1

Os 200 anos da chegada de D. João VI ao Rio de Janeiro, os 100 anos da imigração japonesa no Brasil, os 50 anos da Bossa Nova e os 100 anos de falecimento de Machado de Assis são alguns dos marcos celebrados pela festa da Independência em Boston, em seu 13° ano. Este ano, o festival ao ar livre coincide com a data da proclamação, 7 de setembro, sendo que as comemorações serão abertas dia 3, na Biblioteca Pública de Framingham-Massachusetts com concerto de MPB e depois a exibição de dois filmes, dias 4 e 5, e o hasteamento do pavilhão nacional na prefeitura de Boston às 11 horas do domingo dia 7.

Também no domingo dia 7, das 12 às 18 horas, o festival às margens do rio Charles tem atividades para todos os gostos e, repetindo uma tradição iniciada ano passado, será aberto por uma parada folclórica em homenagem às raças que compõem a etnia brasileira. Entre as apresentações ao vivo está a peça “Metamorfosis”, que fala da descoberta e da história do Brasil. O espetáculo, com 26 pessoas entre músicos e atores, é uma criação coletiva, explica o diretor e professor Robson Lemos. “É um trabalho de arte e educação desenvolvido com os atores e que trata da construção da nossa identidade. Nós buscamos a origem de cada um, de que estado a pessoa veio, qual a origem da família, da raça, da música e, neste resgate, construimos o espetáculo”, fala.

O artista fala também do uso da arte na construção da alto estima dos brasileiros, “de certa forma a gente perde um pouco nossa alto estima porque não nos reconhecemos mais como brasileiro”. O “Metamorfosis”, é um trabalho de grupo que se contrapõe “ao individualismo das pessoas”.

Robson acha o Festival “interessantíssimo, porque reúne a comunidade, reforça a questão da identidade, da alto estima e o saber cultrual do pais que muitas vezes fica esquecido”.

A participação da família no evento também foi mostrada por Celia Maciel. “É um momento de reunião da familia, o viver juntos, até para mostrar para os filhos a nossa cultura. É um momento para a familia prestigiar (a história e a cultura brasileira) e passar para os filhos esta coisa do Brasil, principalmente  para os que nasceram aqui”. Célia é co-fundadora do Grupo Mulher e integra a comissão “7 de Setembro” há 12 anos.

Lee Medeiros, gerente regional da Western Union, disse que sua empresa patrocina o Festival “em respeito à sua assiduidade. Por ser um festival que tem estado com a comunidade por muitos anos, um dos poucos (eventos) relacionados com o Brasil com que se pode contar todos os anos”, Lee explicou que outros festivais aparecem “um ano, pulam dois anos, às vezes voltam outra vez”, não têm continuidade.

A história da Festival data de 1995, quando o Grupo Mulher Brasileira-GMB, membros da comunidade e estudantes de pós-graduação de Harvard e MIT, decidiram comemorar a Independência brasileira. Eles queriam um evento diferente da tradição brasileira, de parada militar, uma oportunidade para divulgar a cultura e a história do Brasil entre os brasileiros e os estrangeiros.

O Festival, atualmente, tem mais de sete mil frequentadores de todas as raças. Edna Moreno, que morou em Boston vários anos e participou dos primeiros festivais, há três anos vem da Califórnia para, junto com Regina Bertholdo, apresentar o Festival.

“A razão pela qual me desloco da California até Boston é porque, para mim, não existe outro lugar nos Estados Unidos onde eu me sinta tão em casa como em Boston. Apesar das diferenças, o espírito de cidade pequena que existe nas comunidades da Grande Boston trouxe esse sentimento gostoso de aconchego”, fala.

Outra razão, lista Edna, “é a sensação de estar fazendo algo de útil para a comunidade. Aqui na Califórnia, a distância geográfica parece que nos isola um pouco de tudo, acabo guardando essa minha vontade de ajudar a comunidade para o Festival da Independência do Brasil em Boston”. Para ela, “existem vários motivos para comemorar a Independência do Brasil todos os anos, mas “na minha opinião, a mais importante delas é manter a cultura brasileira viva dentro de nós e presente na vida de nossos filhos, netos e toda essa geração que nasceu aqui ou que veio para cá muito pequena. É importante também, mostrar um pouco do Brasil aos americanos e residentes de Boston de outras nacionalidades. E, enquanto eles aprendem sobre nossa cultura, nós comemos um churrasquinho e tomamos um guaraná....que aqui na Califórnia é difícil de encontrar”.

Programa

O programa do 13° Festival da Independência do Brasil em Boston será aberto, oficialmente, às 19 horas da quarta-feira, dia 3 de setembro, na Biblioteca Pública de Framingham com concerto do grupo “4 Cantos”. Eles vão tocar samba, bossa nova e baião, habilmente misturando o violão com instrumentos tradicionais brasileiros como o cavaquinho e o pandeiro. 

No dia seguinte, “Antônia” (2006), dirigido por Tata Amaral, com Negra Li, Cindy Mendes, Leilah Moreno e Jaqueline Simão, será exibido gratuitamente no Regent Theater, em Arlington. Prêmio Coral, no Festival de Havana, o filme relata a saga de amigas de infância, que evoluem de backing vocal de um conjunto de rap formado por homens, para ter seu próprio grupo. Para viver da música, as moças precisam enfrentar a pobreza, o sexismo e os perigos diários da vida na favela.

Na sexta-feira, dia 5, será mostrado “Orfeu Negro” (1959), de Marcel Camus, com trilha sonora de Vinícius de Moraes e Tom Jobim e Palma de Ouro, em Cannes (1959) e Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro (EUA 1960).  O filme será passado no TSAI Auditorium, Harvard University, Cambridge-MA.

O festival ao ar livre, no domingo dia 7, no Artesani Park, será antecedido pelo hasteamente da Bandeira em Government Center, em frente à Prefeitura de Boston. Depois, terá a abertura do festival ao ar livre, com interpretação do Hino Nacional pela soprano Sandra Ferreira e lançamento de concurso de redação e desenho promovido pelo Consulado do Brasil em Boston sob o tema “Machado de Assis: Cem anos de Saudade”.  Logo após, haverá um desfile puxado pelos artistas que vão se apresentar ao vivo, mais os atores do grupo “Metamorfosis” e quem mais quiser aderir à tradição folclórica.

A parte musical está entregue à banda Sonho Meu e ao grupo Choro Democrático. O show de Capoeira estará sob a supervisão de mestre Cabeça. Várias mesas de comida, artesanato e informação serão armadas no parque, além das tradicionais atividades infantis, com passeios de pônei, pintura de rosto, esculturas de balões e a participação especial do Museu das Crianças. Todas as atividades são gratuitas durante todos os dias do Festival, apenas a comida, refrigerantes e água serão vendidos.

O programa completo pode ser acessado na página do GMB, www.verdeamarelo.org. Informações através do telefone 617-787-0557 - ramal 15.

Fonte: (Da redação)

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