Publicado em 17/08/2008 as 12:00am
Cineasta brasileira mostra seu filme sobre Brasileiros na Bélgica
O filme "Brasileiros como eu," da brasileira Susana Rossberg, radicada na Bélgica, foi mostrado pela primeira vez em Massachusetts na sexta-feira, 15 de agosto, no St. Elizabeth Medical Center, em Allston
O filme “Brasileiros
como eu,” da brasileira Susana Rossberg, radicada na Bélgica, foi mostrado pela primeira vez em
Massachusetts na sexta-feira, 15 de agosto, no St. Elizabeth Medical Center, em
Allston.
A presidente do Grupo
Mulher Brasileira, Heloísa Galvão, disse que aproveitou a presença da diretora
do filme em Boston pra exibir o documentário durante a “Sessão Popcorn,” um dos
eventos promovidos pelo Grupo e que tem sempre entrada gratuita.
Falado quase todo em
francês e com legendas em inglês, Brasileiros Como Eu conta a história da vida
da comunidade brasileira em Bruxelas,
onde os brasileiros dizem se sentir tanto integrados e satisfeitos como, às
vezes, explorados e perdidos.
A diretora, que já
morou em Boston, disse que observou que os brasileiros muitas vezes contam
histórias terríveis, mas que o fazem “sempre com um sorriso.” Disse ainda que ficou amiga de todos eles durante a filmagem, que
levou duas semanas. Mas na verdade
foram cinco anos entre o planejamento, o roteiro e a edição de imagens, porque
ela está sempre muito ocupada com seu trabalho como editora de filmes.
Rossberg saiu do
Brasil no final dos anos 60 por causa dos tempos da ditadura, assim como várias
pessoas que foram entrevistadas para o documentário.
Rossberg radicou-se na
Bélgica depois de uma tentativa de ficar na Tchecoslováquia, para onde tinha
ido com o namorado.
Durante a discussão,
depois do filme, ela contou que teve vontade de fazer um filme como esse aqui
na área de Boston, onde passou um tempo, mas não soube, na época, onde
conseguir recursos. Resolveu então voltar pra Bruxelas e fazer o filme lá.
O filme ressalta a
música brasileira de excelente qualidade em muitos momentos. Perguntada sobre
essa abundância de música boa, Susana confessou seu espírito de relações
públicas para os brasileiros imigrantes.
“Eu tentei vender a
boa imagem dos brasileiros o quanto eu pude,” disse. “Esses músicos ganham
a vida fazendo outras coisas, mas têm esse talento que é preciso divulgar. O imigrante é uma pessoa como outra qualquer.”
O documentário inclui uma
cena do lado de fora de uma prisão que é a última parada dos imigrantes antes
de serem deportados. A prisão fica perto do aeroporto e isso é visto com uma
cena de um avião.
Rossberg contou depois
que filmar essa cena da prisão é certamente ilegal, mas ela e o cinegrafista
foram lá tentar fazê-la rapidamente e conseguiram. A
câmera mostra a grade e é possível ver e ouvir as crianças nas janelas das celas.
Alguém grita que é preciso ir lá,
porque a prisão tem até crianças.
“Existem grupos que
estão fazendo pressão pra que essa prisão não tenha crianças,” disse Rossberg,
que contou ainda que as dificuldades para os os imigrantes estão crescendo lá
também.
“Filme porreta,
esse,”comentou Heloísa, no final da sessão e antes da discussão com a diretora.
“Agora entendi porque a Clemence Jouet-Pastre ( Professora de Português na
Harvard) disse que esse filme é sublime!”
Regina Bertholdo, que
assistiu o filme, comentou com a diretora: “Você captou muito bem o que é a
vida do imigrante.”
Para maiores
informações sobre onde ver esse filme, entre em contato com o Grupo Mulher
Brasileira http://www.verdeamarelo.org
Fonte: (Brazilian Times)