Publicado em 24/08/2008 as 12:00am
Cobertura Cine Fest Petrobras-NY - PARTE 3
A terceira parte da sequência de entrevistas realizadas durante a 6º edição do Cine Fest Petrobras, em New York-NY, na semana do dia 10 de agosto, possibilitou o encontro com profissionais renomados da promoção cultural brasileira e do cinema
Por Elisabeth Simões
A terceira parte da sequência de entrevistas realizadas durante a 6º
edição do Cine Fest Petrobras, em New York-NY, na semana do dia 10 de agosto, possibilitou
o encontro com profissionais renomados da promoção cultural brasileira e do
cinema, que estão bem dispostos a focar as lentes das câmeras para os
imigrantes, interessados em retratar os novos dilemas surgidos com a
globalização ou mostrar as diversidades geográficas e históricas do Brasil para
o mundo. Uma série de entrevistas exclusivas ao jornal Brazilian Times indicaram
que existe uma corrente otimista de desenvolvimento da indústria cinematográfica
brasileira. Pronta para acrescentar mais valor e reconhecimento ao talento dos cineastas,
bem como a todas as belezas e competências nacionais que eles evidenciam na
tela - quebrando o forte tabu de que o Brasil deve ser lembrado, sempre em
primeiro plano, pelo futebol e o carnaval.
Mudança de
Cenário
Para um filme chegar às bilheterias, no Brasil, ele leva em média até cinco
anos para ficar pronto, milhares de reais e muito trabalho. No final, grande
parte da platéia deixa a sala de cinema antes mesmo do letreiro subir com os
nomes dos verdadeiros heróis da história: Produtores, diretores, elenco e
equipe técnica, todos que em nome da paixão pela arte esforçaram-se para
despertar qualquer emoção nos expectadores, nem que seja apenas para provocar
risos.
GUERRA NAS ESTRELAS – Denise Dummont, Wolf Maia, Miguel Jerônimo,
Adriana Dutra e José Alfredo Graça Lima são alguns nomes que estão na frente de
batalha para ampliar o comércio de distribuição de filmes e documentários, além
de divulgar o Brasil sob variadas perspectivas culturais.
Miguel Jerônimo
“Os filmes influenciam na escolha
do paradeiro do turista estrangeiro”
O diretor executivo da EMBRATUR, do Ministério do Turismo, tem
coordenado diversas campanhas para estimular o turismo no Brasil e uma das
iniciativas adotadas em 2008 foi o patrocínio da Cine Fest Petrobras. “Os
filmes influenciam na escolha do paradeiro do turista estrangeiro”, justificou.
Jerônimo usou o exemplo de Hollywood para explicar como o cinema
desperta curiosidades e rende bons negócios para o país, “Os visitantes querem
saber com antecedência de que maneira eles serão recebidos, o filme é uma
publicidade fundamental que fornece uma prévia do que eles estão esperando. O
turista precisa saber se irá passar bem e através do filme ele consegue deduzir
os aspectos da nossa cultura. Isso promove a gastronomia, a hospedagem e outros
atrativos no planejamento de uma viagem”, concluiu.
Em setembro, o diretor visitará Massachusetts, “Realizaremos um
treinamento para agentes de turismo”, disse. O seminário terá o propósito de
ensinar como divulgar melhor os pontos atrativos do Brasil.
Denise Dummont
“Estamos vivendo numa fase em que
os governantes têm consciência artística.”
Atriz e produtora, ela acumula um surpreendente portifólio, já estrelou
um longa lista de filmes nacionais e foi dirigida também pelo diretor Woody
Allen, no filme “Na era do rádio”. Atualmente, ela inverteu o papel e lançou o
seu próprio documentário, “O homem que engarrafava nuvens”, da qual se refere
ao pai, o compositor Humberto Teixeira.
Conforme Dummont, o Governo Brasileiro está sendo o maior parceiro na
produção de cinema, “Recebi apoio do Estado do Ceará”, ela citou também os
nomes de Ciro Gomes e Inácio Arruda, “Estamos vivendo numa fase em que os
governantes têm consciência artística. E com a aprovação da Lei Rouanet de
incentivo a cultura, os patrocinadores privados também deveriam se envolver
mais com os projetos, pois se eles fossem mais participativos nós
definitivamente estaríamos dando largos passos e criaríamos um círculo de
vantagens que beneficiariam a todos.
José Alfredo Graça Lima
“Estamos respondendo a diversos
pedidos feitos pela comunidade e Brasília está viabilizando a concretização
deles”
O embaixador e cônsul geral do Brasil em New York compareceu na sede da
Organização das Nações Unidas (ONU), em New York City, para prestigiar mais um evento
da Cine Fest Petrobras, realizado pelo grupo Inffinito, que havia preparado uma
seção extra do filme “Os desafinados”, produzido por Ana Jobim. “O cinema
brasileiro está melhorando muito e a sua recepção em New York está sendo
surpreendente”, elogiou o embaixador.
Lima destacou que o departamento cultural do consulado está concentrado
em apoiar os projetos que resgatem a identidade brasileira. “Estamos
respondendo a diversos pedidos feitos pela comunidade e Brasília está
viabilizando a concretização deles”, disse Lima.
Adriana Dutra
“refrigerante, sapato, turismo e
até pensamento chegam a todos os países e abrem as fronteiras comerciais para a
entrada das nossas fábricas e idéias”
A diretora do Cine Fest Petrobras, é uma das responsáveis pela grande
abertura do Festival na arena Summerstage, em pleno Central Park, uma audaciosa
conquista para divulgar a mostra de cinema brasileira. Determinada a facilitar
o mercado cinematográfico Dutra comenta porque o cinema é mais do que uma arte,
“Os filmes funcionam como uma vitrine que expõe vários produtos, por exemplo,
toda vez que um sapato de marca nacional aparece no vídeo ele fortifica a moda
brasileira. Então, refrigerante, sapato, turismo e até pensamento chegam a
todos os países e abrem as fronteiras comerciais para a entrada das nossas
fábricas e idéias”, disse.
Wolf Maia
“Quem sabe uma nova versão da vida imigrante
dos brasileiros. Por que não?”
O diretor da novela Duas Caras, exibida na emissora de TV rede Globo, estava
de férias e aproveitou a ocasião para repetir o seu passeio favorito: “Ir ao
Central Park, para ler, caminhar e descansar”, disse, ele respondeu que esse é
um lazer que sempre lhe desperta criatividade e inspiração para suas novas
produções.
De New York ele partirá em direção a Grécia, “tempo reservado também
apenas para relaxar”. Questionado sobre projetos futuros ele tomou fôlego,
“Quem sabe uma nova versão da vida do imigrante brasileiro. Por que não?”, ele
deixou um tom de mistério.
Fonte: (Brazilian Times)