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Publicado em 29/10/2015 as 12:00am

De Jesus a político chileno, Santoro se destaca como "estrangeiro coringa"

Rodrigo Santoro se destaca na telona internacional

Quando o russo Timur Bekambetov resolveu escalar seu Jesus Cristo na revisão do clássico "Ben-Hur" (1959), o diretor de "O Procurado" não pensou duas vezes em convidar Rodrigo Santoro para o papel. O filme, que chega aos cinemas em agosto do ano que vem, não é uma produção latina, centrada em temas latino-americanos. Santoro, tampouco, está encarnando um personagem que preferencialmente teria de ser encarnado por um ator sul-americano.

Aos 40 anos, o ator se prepara para estrelar uma das series mais aguardadas da televisão em 2016, "Westworld", da HBO, baseada no livro de Michael Crichton (1942-2008) e no filme de mesmo nome, lançado em 1973, e estrelado por Anthony Hopkins. Seu personagem é um gângster perigosíssimo, meio humano, meio máquina, o temido Harlan Bell. E Santoro está igualmente à vontade em "Os 33", na pele de Laurence Golborne, um político chileno, filho de um imigrante britânico, com lugar de destaque no gabinete conservador do então presidente Sebastián Piñera.

Das filmagens de "Os 33", Santoro lembra dos jantares em conjunto e de como o fato de os sets serem todos isolados possibilitaram uma experiência inédita em sua carreira, a de passar noites a fio conversando sobre arte com Gabriel Byrne, apreciar a culinária de Lou Diamond Phillips, que vive o mineiro responsável pela segurança do grupo, e conversar em espanhol e inglês com os colegas.

Veterano

Em meio a um elenco tão internacional, Santoro era considerado pela diretora mexicana Patricia Riggen como integrante da lista de "latinos veteranos", que começaram em Hollywood em um momento menos aberto para representantes autênticos de uma das fatias mais importantes do bolo do mercado internacional e fundamental para a solvência da indústria do cinema americano. Daí a naturalidade com que se convoca o brasileiro para papéis como os de Golborne ou Jesus Cristo.

"'Ben-Hur' foi inesquecível, um desafio gigantesco, ainda não sei exatamente o que aconteceu lá. Foi uma escolha muito pessoal, eu fui convidado para o papel, e me joguei de corpo e alma. Não é mais um filme para mim. Sem entrar em religião ou fé, tive uma sensação muito clara de que o personagem chegou em uma hora importante para mim e minha trajetória", diz o ator.

E ele veio imediatamente após "Os 33", cujo roteiro foi elaborado ao mesmo tempo em que o premiado jornalista Hector Tobar, do "Los Angeles Times", escrevia seu "Na Escuridão", lançado no Brasil pela editora Objetiva. Estes foram os dois projetos eleitos pelos 33 mineiros, em conjunto, para contar pela primeira vez os dramas mais íntimos dos 69 dias em que passaram debaixo da terra, depois do desabamento que os isolou na mina de San José, em Copiapó, no norte do Chile, sem saber se uma equipe de salvamento os tentaria retirar com vida do local enquanto a comida ia se acabando.

O ministro das Minas e Energia do Chile, Laurence Golborne, tal qual vivido por Santoro, é um dos agentes transformadores da trama. De uma atitude passiva em relação à possibilidade real de resgate dos trabalhadores, o político é contaminado pela determinação das famílias dos mineiros, especialmente da personagem vivida por Juliette Binoche, cujo irmão é um dos 33, de assegurar a sobrevivência de seus amados.

"A produção foi extremamente cuidadosa, me enviou para Santiago, fui a uma cerimônia oficial no Palácio de la Moneda, conheci todos os mineiros e conversei por duas horas com Golborne. Não estava ali para copiar o gestual dele, para me aproximar da figura dele por ser eu, também, um sul-americano. Nada disso. O objetivo era entender de fato sua função política, administrativa e emocional no filme que a Patricia queria contar", explica.

Fonte: uol.com.br

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