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Publicado em 20/06/2017 as 5:00pm

Cientistas encontram 10 planetas que podem abrigar vida fora do Sistema Solar

Novo catálogo revela 219 novos exoplanetas a partir de explorações do telescópio Kepler; número total de candidatos chega agora a mais de 4 mil, sendo 2,3 mil confirmados.

Cientistas encontram 10 planetas que podem abrigar vida fora do Sistema Solar No total, 4.034 potenciais exoplanetas já foram detectados pelo telescópio Kepler. Foto NASAJPL-Caltech via AP.

A equipe de pesquisas do telescópio espacial Kepler, da Nasa, anunciou ontem que 219 novos candidatos a planetas foram catalogados, sendo que 10 deles têm tamanho semelhante ao da Terra e estão na chamada zona habitável - isto é, ficam a uma distância de sua estrela que permitiria, teoricamente, a existência de água líquida em sua superfície - uma característica indispensável para a existência de vida.

Segundo a Nasa, esse é o mais completo e detalhado catálogo de exoplanetas - como são chamados os planetas existentes fora do Sistema Solar - obtido a partir dos dados dos primeiros quatro anos da missão Kepler.

O catálogo foi todo elaborado a partir das observações do Kepler na parte do céu onde está a constelaçao do Cisne. Com a publicação do novo catálogo, a missão Kepler chega a 4.034 candidatos a exoplaneta identificados. Desse total, 2.335 foram confirmados. Dos cerca de de 50 exoplanetas na zona habitável e com dimensões semelhantes à da Terra, mais de 30 já foram confirmados.

Os cientistas afirmam que o catálogo sevirá como fundamento para mais estudos que possam estimar a quantidade de planetas na Via Láctea.

"O conjunto de dados do Kepler é único, pois só ele contém uma população tão grande de planetas análogos à Terra, com tamanhos e órbitas semelhantes às do nosso planeta. Entender a frequência desses planetas na galáxia ajudará a planejar futuras missões da Nasa com o objetivo de obter uma imagem direta de outra Terra", disse Mario Perez, cientista da missão Kepler na Divisão de Astrofísica da Nasa.

A metodologia do telescópio espacial Kepler para descobrir novos planetas não se baseia na observação direta. Em vez disso, os sensíveis instrumentos do telescópio detectam minúsculas quedas periódicas no brilho de uma estrela, que ocorrem quando um planeta passa diante dela - é o que os astrônomos chamam de "trânsito".

O novo catálogo de candidatos a exoplanetas é o oitavo lançado pela missão Kepler. Para produzi-lo, os cientistas reuniram e reprocessaram inteiramente o conjunto de dados obtidos pelas observações do Kepler nos primeiros quatro anos de sua missão primária.

Segundo a Nasa, esses dados irão permitir que os cientistas determinem como é a "demografia planetária" da galáxia, isto é, estimar como variam suas características, desde os pequenos planetas rochosos como a Terra até os gigantes gasosos do tamanho de Júpiter.

Para garantir que grandes quantidades de planetas não sejam perdidas, os cientistas introduzem no conjunto de dados sinais simulados de planetas em trânsito e determinam quantos são corretamente identificados como planetas.

Depois, eles acrescentam os dados que pareciam indicar a existência de um novo planeta, mas que na realidade eram sinais falsos, para confirmar a frequência de erro nas análises de candidatos a planetas. Com isso, eles podem estimar quais tipos de planetas tiveram presença superestimada ou subestimada pelos métodos de processamento de dados do Kepler.

"Esse catálogo cuidadosamente calculado é o fundamento para que possamos responder uma das questões mais importantes da astronomia: quantos planetas como a Terra existem na galáxia?", declarou a autora principal do catálogo, Susan Thompson, que é pesquisadora do Instituto SETI.

Dois tipos. Um grupo de cientistas da Nasa já aproveitou os dados do Kepler para fazer medições precisas de milhares de planetas, revelando que há dois grupos distintos de planetas pequenos - isto é, que não se encaixam na categoria dos gigantes gasosos como Júpiter.

Os cientistas descobriram uma clara divisão entre dois tipos: os planetas rochosos como a Terra e planetas gasosos menores que Netuno. Poucos planetas foram encontrados em tamanhos intermediários.

Usando o Observatório W.M. Keck, no Havaí, os pesquisadores mediram os tamanhos de 1300 estrelas no campo de visão do Kepler para determinar com precisão o raio de 2 mil candidatos a planeta do telescópio espacial.

"Gostamos de pensar nesse estudo como uma classificação de planetas que funciona de forma análoga à que os biólogos identificam novas espécies de animais. Encontrar dois grupos distintos de exoplanetas é como descobrir que mamíferos e répteis fazem parte de ramos distintos de uma família", disse o autor principal desse segundo estudo, Benjamin Fulton, da Universidade do Havaí.

Os cientistas concluíram que a natureza parece ter feito a maior parte dos planetas rochosos com dimensões 75% maiores que as da Terra.

Duas missões. O telesópio espacial Kepler foi lançado em 2009, mas sua missão original terminou inesperadamente em 2013 por causa de uma falha em seus giroscópios. Depois de algumas adaptações nos objetivos e na metodologia, em maio de 2014 foi iniciada a missão K2.

Em seus primeiros quatro anos, a missão Kepler investigou mais de 150 mil estrelas na constelação do Cisne e revelou 4.043 candidatos a exoplanetas, sendo 2.335 confirmados. Desses últimos, pelo menos 30 estavam na zona habitável e tinham tamanho comparável ao da Terra. A missão K2 identificou 520 candidatos a exoplanetas, sendo 148 confirmados.

Segundo a Nasa, o Kepler agora continuará a fazer observações em novas partes do céu, buscando por planetas e estudando diversos outros objetos astronômicos, como aglomerados distantes de estrelas.

Fonte: Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo

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