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Publicado em 23/05/2018 as 7:11am

Brasileiro radicado nos EUA ganha reconhecimento no Festival de Cannes

Residindo em Los Angeles, na Califórnia, o brasileiro Joe Penna de 30 anos de idade e desde os...

Brasileiro radicado nos EUA ganha reconhecimento no Festival de Cannes O ator Mads Mikkelsen e o diretor brasileiro Joe Penna na chegada da sessão de Arctic em Cannes.

Residindo em Los Angeles, na Califórnia, o brasileiro Joe Penna de 30 anos de idade e desde os 12 radicado nos Estados Unidos, começou a decolar em sua carreira como cineasta. O seu primeiro longa-metragem, Arctic, estreou no Festival de Cannes, como parte da seleção oficial fora de competição, na seção Midnight Screenings.

O filme conquistou o aplauso da crítica e foi incluído na lista dos melhores títulos da 71ª edição de Cannes, encerrada no sábado, dia 19, pelas publicações Variety e IndieWire.

Mas para chegar a esta conquista, o brasileiro foi crescendo gradativamente e dando um passo de cada vez em sua trajetória até o reconhecimento. Ele começou na internet, em 2007, como MysteryGuitarMan (“Guitarrista Misterioso”), um canal amador no YouTube, em que exibia sua criatividade musical e com o qual atraiu milhões de visualizações.

O êxito o levou a dirigir clipes musicais e comerciais para a TV americana. Fez seu primeiro curta-metragem, que circulou por festivais alternativos. Na sequência, teve experiências com médias-metragens e, só então, sentiu que estava preparado para realizar seu primeiro longa.

“Achei que passaríamos despercebidos (no Festival de Cannes), por ser uma produção pequena e estar fora da competição. Mas, por aqui, todos falam sobre o filme e até os que não assistiram já sabem sobre ele”, conta Joe Penna em conversa por telefone com o Estado de Minas na quinta passada, quando ainda estava em Cannes. “É uma confirmação de que o filme deu certo e cumprimos o desafio de tocar as pessoas”, afirma.

O protagonista do longa sobre um piloto que se acidenta no Ártico e tenta sobreviver em condições extremas é o dinamarquês Mads Mikkelsen, famoso por papéis como os de A caça, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator em Cannes em 2012; o vilão de 007 – Cassino Royale (2006) e o protagonista da série Hannibal (2013-2015). Quando o sobrevivente do desastre aéreo vê uma chance de ser resgatado da região gelada, um novo acidente derruba o helicóptero que iria resgatá-lo e deixa aos seus cuidados a piloto (interpretada pela islandesa Maria Thelma Smáradóttir), ferida. Quase não há diálogos no filme.

“A história apresenta a seguinte reflexão: quão longe chega o altruísmo? Até onde você é capaz de ir para ajudar uma outra pessoa, quando a sua própria vida está em risco? O protagonista sabe que, se não fizer nada, aquela outra sobrevivente vai morrer, e decide que o melhor a fazer é tentar salvar a ambos”, diz o diretor.

A inspiração para esse seu primeiro longa-metragem veio de uma imagem que Joe Penna viu na internet, há aproximadamente três anos, levantando a possibilidade de levar vida a Marte. A ideia de se viver em um ambiente hostil ao homem instigou o cineasta, que formulou um roteiro em parceria com o amigo Ryan Morrison. “Queríamos contar uma história universal, sobre sobrevivência, mas ambientada em Marte. Quando enviamos o roteiro para nossos agentes, eles perguntaram: ‘Vocês já ouviram falar do novo filme do Ridley Scott?”, lembra Joe.

O novo filme de Ridley Scott era Perdido em Marte (2015), com Matt Damon, que se tornaria um dos grandes sucessos de bilheteria daquele ano e teve sete indicações ao Oscar. As similaridades entre as histórias fizeram Joe Penna descartar seu argumento inicial. Restou aos roteiristas alterar a ambientação. “No final das contas, levar a história para o Ártico favoreceu o roteiro. Nossa ideia original necessitaria de muitas explicações técnicas e, da forma como fizemos, o filme ficou mais fácil de ser entendido”, avalia o diretor. As filmagens foram na Islândia e levaram apenas 19 dias.

Arctic já tem estreia no circuito de cinema da França agendada para dezembro e também deve ser lançado este ano em países como Alemanha e Rússia. O diretor está em negociações com distribuidoras dos Estados Unidos e da América Latina, mas não há previsão de lançamento nesses locais. É possível que o filme chegue ao Brasil no primeiro semestre de 2019.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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