Entrevista com o escritor Toni Brandão

Toni Brandão é um autor multimídia, com projetos de êxito em literatura, teatro, televisão, cinema e internet. Seus livros ultrapassam a marca de dois milhões e meio de exemplares vendidos e discutem de maneira bem-humorada e reflexiva temas próprios aos leitores pré-adolescentes, jovens e jovensadultos; apresentando as principais questões do mundo contemporâneo. Seu best-seller #Cuidado: garoto apaixonado já vendeu mais de 300 mil exemplares e rendeu ao autor o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

Alguns de seus livros estão tendo seus direitos adquiridos para o mercado audiovisual; como o romance o DJ – State of Chock, Cuidado: Garoto Apaixonado!, O Garoto Verde e 2 X 1. Toni criou, para a Rede Globo de Televisão, o seriado Irmãos em ação (adaptação de seu livro Foi ela que começou, foi ele que começou) e foi um dos principais roteiristas da mais recente versão do Sítio do Picapau Amarelo. No teatro, além do êxito ao trabalhar em seus próprios textos, ele adapta clássicos como Dom Casmurro e o Cortiço. O autor participou como convidado da Feira de Frankfurt (Alemanha), e da FLIP (atualmente a mais prestigiada Feira de Livro Brasileira), na cidade de Paraty (RJ). Site oficial de Toni Brandão: www.tonibrandao.com.br.

Há quanto tempo você se dedica a escrever livros?

Antes de mais nada, Arilda, muitos obrigados! Por abrir espaço para o meu trabalho no Brazilian Times! Vamos lá... Meu primeiro livro foi publicado em 1990

"Nanica minha irmã pequena"Editora Melhoramentos; mas acho que desde sempre eu vinha me prerando para ele. Com tudo o que eu lia, ouvia, assistia... um acumulo sensorial de camadas da arte e do mundo à minha volta, sabe?

Qual sua opinião de uma obra para conquistar seus leitores?

Posso falar pela minha obra: para envolver o leitor, eu não o subestimo e o respeito como ser pensante e sensivel. Não é porque eu estou escrevendo, por exemplo, para os pré-adolescentes ou adolescentes, que eu não posso abordar temas profundos e transformadores, ou que tenha que recorrer a uma linguagem falicitada demais, só como gírias da moda, etc... as gírias e modas passam e a linguagem ágil e bem humorada, intrigante, porém, que respeite a estrutura do português como uma potente ferramenta de comunicação, fica. Eu criei uma frase que é o meu norte: “não é preciso desligar o cérebro para se divertir e nem apagar as telas para pensar!”

Qual o seu ritual no processo de criação dos seus textos?

Deixar que a historia amadureça no meu imaginário o tempo que ela precisar... e estar atento aos ‘toques’ que o universo ao meu redor me oferece para dar mais vida cor e sentido para a trama. Eu gosto muito de observar as transformações do cotidiano e acrescentar alguns detalhes dele na história.

De onde vem sua inspiração?

Pergunta de um milhão de dolares! Rsrsrs! Não faço a menor ideia, mas deixo minha emoção aberta para recebê-la. E conto muito com a minha disciplina e a crença nos meus sonhos,  para ajudar a moldá-la. Acho que o trabalho criativo é composto desses dois ‘aplicativos’: a emoção e a disciplina, não necessariamente nessa ordem.

Quanto tempo você leva para escrever um livro?

Pelo menos um ano; se não a trama fica fraca.

Você aprendeu algo com alguma crítica? Se aprendeu, isso mudou seu jeito de escrever?

Aprendi, sim. A gente sempre aprende! É só querer! Meu jeito de escrever não, mas meu jeito de falar em eventos mudou. Aprendi que devo tentar falar mais devagar para que a minha euforia não seja compreendida como ansiedade. Euforia é bom, ansiedade... não.

Qual será seu próximo livro?

Chama-se "Dom Casmurro, o filme"! Um romance para jovens e adultos onde a trama traz as aventuras e desventuras de um processo de filmagem da obra-prima de Machado de Assis. Um outro tema é a discussão de linguagens: além da narrativa ‘tradicional’ de um livro,  há cenas em formato de texto de teatro, roteiro de cinema e TV, ambientes de gravações e, claro!, uma história de amor que se cruza com o triângulo amoroso entre Capitu, Bentinho e Escobar. Além dos leitores de ficção/livraria, o livro também poderá ser lido e trabalhado em High Schools, Escolas de Ensino Médio, Colleges e Universidades que tenham a lingua portuguesa em seus programas. Ou o audiovisual, enfim... é um livro com muitas possibilidades. Ele sairá simultaneamente no Brasil (pela Editora Melhoramentos) e nos Estados Unidos (pela Underlining Publishing). Nos Estados Unidos ele sairá em inglês e em português, para pessoas interessadas ou que tenham o português como lingua de herança. Ah... em 2021, vou lançar também nos Estados Unidos o meu livro juvenil "O garoto verde" (lançado no Brasil pelo Grupo Editorial Global); que sairá em português e em inglês (The Green Boy).

Fale por gentileza da sua participação no evento do Focus Brasil em Nova York?

Foi muito legal trocar experiências com colegas escritoras e escritores de várias partes do mundo e sermos mediados pela talentosíssima Veronica Lessa. Sem falar na alegria e honra da interação com a Nereide Santa Rosa e o Carlos Borges. Eles são muito competentes e afetivos nessa aventura de levar a Cultura Brasileira aonde ela conseguir chegar. Podem me chamar para outros eventos que irei com alegria!

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Fonte: Redação Brazilian Times