Coluna Arilda Costa

Esta semana minha entrevista é com a escritora Díjna Torres. 

 

Ela nasceu em Aracaju, e além de jornalista, é colunista, produtora, desenvolve estudos com ênfase em produções nas áreas de cultura popular, educação e religiosidades afro-brasileiras. No campo profissional, a autora transita pela Comunicação e as Ciências Sociais, especialmente no que se refere a pesquisas na região Nordeste, através de pesquisa de campo com grupos e práticas seculares dentro do escopo da cultura popular e religiosidades. É doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestra em Sociologia, pela Universidade Federal de Sergipe.  A autora de  ‘Mulher Nagô: liderança e parentesco no universo afro-brasileiro’ traz uma rede de símbolos e relações estudadas, fazendo desta obra um instigante relato da história de tradição vivida e repassada através da ótica feminina. O livro foi publicado em 2015 pela Editora Appris e pode ser encontrado em diversas livrarias nas versões impressa e em e-book.

 

Qual sua opinião de uma obra para conquistar seus leitores?

Acredito que cada obra agrada a um nicho específico, mas é importante que a autora ou escritora mostre confiança sobre o assunto que irá abordar na obra, que passe para o leitor que sabe do que está falando.

 

Qual o seu ritual no processo de criação dos seus textos?

Procuro ler sempre, sobre assuntos variados, também gosto de me inspirar nas conversas que tenho com as pessoas, situações vivenciadas, pesquisa de campo, estudos. Meu ritual é escolher um tema e a partir dele, deixar a escrita fluir.

 

O que você escuta enquanto escreve ou você prefere o silêncio?

Às vezes gosto de escrever em silêncio, na madrugada, outras vezes gosto de ouvir música.

 

De onde vem sua inspiração?

De vários lugares, de minha trajetória, do respeito à minha ancestralidade, das minhas andanças e experiência pelo mundo. Também vem das relações pessoais, das conversas com tanta gente inspiradora.

 

Quem você diria que são seus antepassados literários - aqueles de quem você aprendeu mais?

Meu avô e minha avó maternos não completaram o ensino fundamental, mas sempre incentivaram a leitura, e também gostavam muito de ler. Aprendi muito com eles. Minha mãe e meu pai também são leitores assíduos, me incentivavam muito, desde a infância.

 

Qual o melhor treino intelectual para quem quer ser escritor?

A leitura. Ler sobre tudo, abrir a mente, desbravar o mundo através da leitura, e gostar de escrever. O exercício da escrita é o pilar do processo.

 

Qual o livro da escritura mundial que você gostaria de chamar de seu?

Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marquez. É meu livro preferido, uma obra genial, como o autor dela.

 

O que seus textos trazem como inspiração para outras pessoas?

Acho que a maior inspiração é a de que todo mundo pode escrever, pode buscar contar uma história, e que a escrita é também um exercício colaborativo e feito a várias mãos e mentes. Um texto é um conjunto de muitas histórias, experiências e inspirações.

 

Algum projeto na gaveta para um futuro próximo?

Gostaria de publicar a minha tese que é sobre fotografia no Candomblé sergipano, e um livro de histórias sobre mulheres.

 

Qual é a parte mais fácil e a parte mais dificil de escrever um livro?

O mais fácil é escrever sobre algo que você gosta e domina, o mais difícil é o mesmo, escrever sobre o que você conhece pode ser uma dor ou uma delícia.

 

Você tem algum hábito de trabalho? Um horário especifico do dia que te inspira mais?

Gosto da noite e madrugada, são meus horários preferidos para a escrita. Às vezes gosto de escrever tomando um bom vinho, ouvindo música e sozinha no cômodo.

 

Quais são seus autores preferidos?

Nossa, que pergunta difícil! Gabriel Garcia Marquez, Michel de Oliveira, Chimamanda Adiche, Taylane Cruz, Clarice lispector, Nelson Rodrigues, Conceição Evaristo, entre tantas e tantos.

 

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