Chegou o Classificado do Brazilian Times. Divulgue ou busque produtos e serviços agora mesmo!

Acessar os Classificados

Publicado em 9/09/2021 as 12:30pm

Coluna Arilda Costa

Entrevista com o escritor Glauco Ortolano Glauco Ortolano é um escritor brasileiro com uma...

Coluna Arilda Costa Coluna Arilda Costa

Entrevista com o escritor Glauco Ortolano

Glauco Ortolano é um escritor brasileiro com uma faceta americana bem desenvolvida. Na infância "devorava" obras da literatura infanto-juvenil universal que impactaram sua percepção da vida e sua alma inquieta e aventureira que o levou a percorrer e viver em muitas regiões das Américas, Europa, Oriente Médio e Ásia. Chegou aos Estados Unidos com 18 anos, e com muito sacrifício, estudou e tornou-se professor universitário, tendo lecionado em universidades de vários continentes. Escreve contos, romances e poesia. Foi fundador da Associação de Escritores Ibero Americanos e editor contribuinte da revista literária World Literature Today. Atualmente trabalha como tradutor e analista de mídia, e reside em Merritt Island, Flórida.

O seu tema favorito, o que te inspira?

Escrevo sobre temas universais da condição humana; nossa incansável busca pelo propósito de estarmos vivos, de sair a procura de um grande amor, criar laços, procriar, sofrer, perdoar, errar, arrepender, e principalmente de poder olhar para a morte como uma simples continuidade dessa vida. Tenho plena convicção de que um dia, depois de terminarmos nossa jornada aqui na Terra, iremos todos nos encontrar novamente na presença de nosso Criador. Esses temas místicos e o inefável são constantes tanto na minha poesia como na prosa.

Qual o seu ritual no processo de criação dos seus textos?

Sou um poeta domingueiro, ou seja, reservo o domingo para refletir sobre minha vida, minha relação com as pessoas e o Criador, minha identidade, meu progresso (ou retrocesso) como ser humano. Normalmente no domingo, ouço música de um teor espiritual mais elevado, assisto palestras, leio textos sagrados, e caio sempre num profundo estado de meditação que me traz pensamentos e sentimentos que o cotidiano não me permite ter ou capturar com palavras. Entre um momento e outro de profunda meditação, tenho sempre o laptop disponível para escrever um poema ou pensamento sobre as revelações que resultam da meditação.

Quanto tempo você leva para escrever um livro?

Essa é uma pergunta difícil, principalmente porque acredito que são poucos os que conseguem escrever um livro pronto. Paulo Coelho me disse numa ocasião que ele escreve seus livros de capa a capa em somente duas semanas, mas o Paulo é uma exceção. Já sou da opinião de que ninguém escreve bem, e sim, de que todos podemos "reescrever melhor" .E a verdade é que quanto mais polimos nosso romance, conto ou poema melhor ele fica. Mas chega uma hora em que sentimos uma certa satisfação e dizemos: "A obra está feita!" Mas sem querer fugir à sua pergunta, dou alguns exemplos. Meu romance histórico "Domingos Vera Cruz" levou 11 meses para ser escrito (e reescrito), escrevendo diariamente por longas horas. Para ser franco, prefiro escrever contos porque posso iniciar e dar fim a um conto em apenas alguns dias. Já a poesia, por ser uma linguagem mais abstrata e condensada, sou ainda mais prolífico. Chego a escrever cinco poemas num só domingo.

Como você percebeu esta sua vontade e entendeu que seu destino era ser escritor?

Escrevi meu primeiro poema aos sete anos. Meus pais sempre cultivaram a leitura e a escrita em casa. Meu pai foi jornalista e minha mãe, apesar da pouca escolaridade formal, é uma poetisa nata. A necessidade de escrever é algo muito poderoso que nos agita de tal forma que eu só me sinto saciado mesmo após retirar a essência do meu âmago e colocar tudo no papel. Só então sinto alguma paz e um grande sentimento de auto realização. E creio que foi ao escrever meu primeiro poema aos sete anos que descobri minha vocação (ou talvez deva chamá-la de necessidade de escrever). Quando iniciei o segundo ano primário, tive uma professora que percebeu minha vocação e me incentivou muito. Dona Leonor, uma nissei linda por quem eu me apaixonei. Jamais irei me esquecer dela.

Quem você diria que são seus antepassados literários - aqueles de quem você aprendeu mais?

Na minha infância eu lia muito. Morávamos ao lado de uma pequena biblioteca e eu devorava os mestres universais da literatura infanto-juvenil: as fábulas de Esopo, os livros de aventura como O Conde de Monte Cristo, Joana D'Arc e a Guerra dos Cem Anos, Viagens de Gulliver, e tantos outros. Creio que por isso possua um espírito muito aventureiro que me levou a rodar o mundo, sempre em busca de uma aventura nova. Tive até alguns problemas familiares por conta disso, mas enfim... Mais tarde, já na adolescência, fui descobrindo escritores como Guimarães Rosa (um gênio); Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan; Julio Cortázar (outro gênio), Gabriel Garcia Márquez, Machado de Assis, Pablo Neruda; Chico Buarque; João Cabral de Melo Neto, os modernistas paulistas, Fernando Pessoa entre tantos outros das línguas ibéricas. Além disso, como aprendi inglês muito cedo, fui muito influenciado também por escritores como Mark Twain, Robert M. Pirsig, mas principalmente por Robert Frost e Roger Waters. E não posso deixar de mencionar a Bíblia, o livro dos livros.

De onde vêm os seus personagens? São inspirados em pessoas reais ou em fatos?

Creio que meus personagens sejam provenientes de um mundo idílico que só existe em minha mente. Dou um exemplo. Meu personagem, Domingos Vera Cruz, protagonista da obra homônima, era um lisboeta dos tempos dos descobrimentos portugueses. Era um homem muito ciumento que acabou por cometer um crime hediondo, assassinando seu melhor amigo que o traía com sua mulher. Sua esposa o amaldiçoou dizendo que ele iria tornar-se um degredado e que só conseguiria morrer depois de arrepender-se de seu crime. Antes disso, seria um andarilho sem rumo e no exílio. Domingos foge em uma das caravelas de Cabral e chega ao Brasil, onde acaba ficando pelo resto de sua vida, e embarca numa aventura que levou 500 anos percorrendo o Brasil de norte a sul. Sendo o primeiro europeu no Brasil e com 500 anos de vida, ele narra sua aventura e conta sua versão da história do Brasil, sua vida e casamentos com indígenas, seus filhos que sempre morriam antes dele etc. No final da vida, já arrependido do crime cometido em Lisboa, ele caminha pela imaginária linha do Equador contemplando do alto a beleza da Amazônia, e sempre em profunda meditação. Meu amigo, o escritor Deonísio da Silva, diz que o Domingos é o meu alter-ego. (risos)

Qual será seu próximo livro?

No início da pandemia, fiquei muito ensimesmado e comecei a coletar poemas domingueiros e publiquei Poemdemic, o qual me saiu em inglês. Creio que seja o livro da minha maturidade, e para ser franco, estou muito satisfeito com o teor poético da obra, algo não muito fácil de acontecer, pois normalmente escrevo, e tento logo esquecer a obra por considerá-la imatura, e logo parto para outra aventura poética. Porém, com a chegada das variantes do vírus, principalmente na Flórida onde resido, estou dando continuidade à obra escrevendo um segundo tomo que será intitulado Poemdemic: The Second Wave.

Qual o livro da literatura mundial que você gostaria de chamar de seu?

Certamente seria o Poemdemic de Glauco Ortolano. Apesar de não pertencer a literatura mundial, deveria (risos).

Você tem uma dica para quem quer seguir o sonho de ser escritor?

Sim, finalizo com algumas dicas práticas e muito importantes. Se você sonha em ser escritor ou escritora, você deve parar de sonhar e começar a escrever, sem medo da crítica. Escrever não é um sonho, é uma realidade dura, mas extremamente gratificante. Deve lembrar-se ainda que nem sempre sua obra será publicada. Uma obra não publicada não deixa de ter o seu valor. Muitas vezes, escritores que estão além de sua era só são reconhecidos e publicados postumamente. O grande poeta Fernando Pessoa, por exemplo, publicou somente um livro em português durante sua vida. Outra coisa importante, e que volto a repetir, é não achar que podemos escrever uma grande obra de uma tacada só. Devemos sim reescrevê-la até que ela tome forma e ganhe teor literário. Quando exerci a função de editor contribuinte da revista World Literature Today, tive a oportunidade de conhecer vários grandes escritores, alguns com Nobel na bagagem. Durante uma palestra, um deles disse a um grupo de estudantes universitários: "Se você deseja ser escritor, precisa conhecer outros escritores e editores, participar de atividades literárias, palestras etc. Você tem que fazer parte do meio"; E concluo com outra dica... não deixe para começar a escrever amanhã. Comece hoje, reconheça sua voz literária, e diga para o mundo tudo o que você tem para dizer... e sem medo!

Tolling Bell

Life is not about heaven and hell

More perhaps ‘bout a tolling bell

It tolls when we’re born, it tolls when we die

The tolling reminds us of who we are

When one day, I faintly hear the final bell

I hope won’t be sorry for mistakes I made

Instead, I hope to look way back and tell

That I am proud of whom I became


Apoiem os Pequenos negócios. Mantenha a economia girando!

SEGURO DENTAL- Oferecemos mais de 350 serviços. Ligue: 1-855-662-6550 ou acesse: dental50plus.com/Brazil.
BENCKE CONSTRUTORA- Invista no melhor para você, em Itapema, Santa Catarina. Desde 2004 construíndo sonhos. Financiamento direto com a construtora. www.benckeconstrutora.com. Para mais informações ligue: (617) 440-8471.
WRA REALTY- Flórida- As melhores oportunidades da Flórida. Deixe nossos especialistas encontrarem a oportunidade certa para você! Encontramos a melhor opção para você investir o seu dinheiro na Flórida e aumentar o seu rendimento. Invista em PROPRIEDADE! Fale com a corretora brasileira Fernanda Pizzamiglio. Tel: (508) 364-4606. Endereço: 7065 Westpoint Blvd. Suite 102- Orlando, FL 32835. Email: nandapizza@hotmail.com. Site: www.wra-usa.com

Fonte: Redação Brazilian Time

Top News