Coluna Saúde da Mulher

Estabilidade Financeira - Mitos e Verdades - O que está por detrás das crenças culturais

 

Se você faz parte do grupo de pessoas que passou pela experiência de conviver com familiares e amigos que sonhavam em poder trabalhar como servidor público com a intenção de garantir um futuro seguro e tranquilo, você  não está sozinho. Os tempos mudaram e novas oportunidades no mercado de trabalho surgiram, porém, somos frutos de muitas crenças que muitas das vezes transformam expectativas frustrantes para quem deseja ser bem sucedido financeiramente. O que pode estar por detrás de várias dessas crenças culturais e como vencer os mitos que envolvem a estabilidade.

 

A cultura de estabilidade financeira e suas origens.

Quero deixar bem claro que nada tenho contra os funcionários públicos e que pessoalmente convívio com familiares e parentes que são servidores com muito orgulho. São trabalhadores dedicados e conscientes da importância do papel para a nação que servem. Muitos desses servidores são responsáveis pela à educação, pela a segurança e também pela a saúde da maioria da população. São pessoas que fizeram a escolha de passar por um processo seletivo através de concurso público ou por carreira e quase todos servem por uma vida inteira. Entre os servidores, além do orgulho de poder trabalhar contribuindo para o desenvolvimento e segurança do país, quase todos escolheram o serviço público devido à "garantia" de não perder o emprego e os benefícios recebidos por direito.

Porém, infelizmente o que temos visto é o aumento de funcionários públicos que já experimentaram atrasos no salário além da desvalorização da aposentadoria e vários outros desafios que colocam o futuro em risco.

A origem da previdência social ocorreu na França em 1673 com o objetivo único de beneficiar os membros da marinha sendo estendida para todos os funcionários públicos somente dois séculos depois. Já no Brasil os primeiros a serem beneficiados foram os trabalhadores considerados de extrema importância para o império a partir de 1888.

Na França, no plano original, a aposentadoria iria beneficiar os contribuintes quando completassem 60 anos, porém a expectativa de vida no século XVII era de 40 anos. Por isso poucas pessoas chegavam a se aposentar.  No Brasil, mesmo com a reforma da previdência social em 1999 não foi possível fechar a lacuna entre o número de pessoas aptas para se aposentar e o aumento da expectativa de vida. O maior problema da previdência social é a conta que não “fecha” devido o número de aposentados ter se tornado cada vez maior do que previsto e por isso para cada contribuinte existe um aposentado, ou seja, em breve o sistema vai apresentar problemas gravíssimos por causa dessa defasagem. Outro fator preocupante é a desvalorização monetária que leva o consumidor a perder o poder de consumo. Apesar de estarmos vivendo mais, o  aumento do custo de vida prejudica muito poder aquisitivo levando a queda gradativa da qualidade de vida principalmente para os idosos que quase sempre dependem de medicamentos e assistência médica.

Então se é notório que viver acreditando que é possível contar com a bendita “aposentadoria” e nem mesmo com o salário e benefício do servidor público é garantido, o que dizer sobre a estabilidade? ESTABILIDADE NÃO EXISTE!

Na verdade não existe nada que seja garantido e muito menos estável. Os planos de governo mudam mais do que os próprios líderes que os “planejam”. A moeda oscila de valor como os grãos de areia no mar. A globalização contribui para a propagação dos efeitos de crises financeiras. O mundo nunca mais será o mesmo quando conseguirmos vencer a pandemia da Covid-19. Então porque devemos pautar a nossa confiança de podermos encontrar estabilidade, principalmente se somos responsáveis por aumentar o patrimônio daqueles que nos empregam? 

 

O verdadeiro valor do trabalho

Se você  trabalha para uma empresa, seja esta: pequena, uma corporação, para um setor público ou até mesmo para uma organização sem fins lucrativos, o seu salário de longe corresponde ao seu verdadeiro valor. Os anos de dedicação e todo investimento através de seus talentos e energia não são reconhecidos se compararmos com o que realmente você  recebe. Ao fazer o cálculo de quanto um trabalhador vale de retorno para uma empresa o salário do mesmo equivale muito menos do que tudo que a empresa recebe em troca. Por mais alto que seja o custo fiscal para manter um trabalhador, o valor que a empresa recebe devido ao trabalho executado é muito maior. O que quero dizer com isso é que você  vale muito mais do que você possa imaginar mas não é valorizado como merece. Por isso vemos pessoas que acabam sendo obrigadas a trabalhar em vários empregos para poder “fechar a conta” no final do mês. No entanto, a grande maioria não vai poder desfrutar de todos os direitos devido a essa desvalorização que o trabalho carrega.

 

Quebrando as crenças e encontrando saídas positivas

O meu objetivo é levar a você a refletir a realidade da “independência” financeira para poder construir um caminho de sucesso para a liberdade financeira. Quem é livre não depende, quem não depende experimenta autonomia que proporciona liberdade de escolha.

Para quebrar as crenças que carregamos há séculos, primeiro é necessário não estar satisfeita com a realidade atual. Depois é necessário fazer uma avaliação sincera sobre o estado atual para poder identificar o que tem levado a estar vivendo preso ao sistema da cultura da estabilidade para somente então poder transformar atitudes e encontrar novos caminhos para realizar mudanças.

Por isso a reflexão madura proporciona o poder de conscientização crítica. Não aceitar tudo que é imposto somente porque “parece estar dando resultado” é necessário. Seu futuro está sendo determinado agora. O que você diria para você mesma se tivesse a oportunidade de se ver daqui a vinte anos? Pense nisso. Se hoje você tivesse um encontro com o “você  do futuro” quais seriam os conselhos que você receberia do seu “você  do futuro”? Será que você iria ouvir, trabalhar muito mais, fazer o que for possível para dar tudo de si nos seus melhores anos de vida? Ou será que ao contrário você  escutaria, trabalhe consciente, invista em você  e nos seus sonhos e faça o que for possível para não ter que depender: de governo, dos seus filhos ou da boa vontade de estranhos?

Pensando nessas perguntas é que vamos prosseguir descobrindo formas de investir no seu futuro. Nas próximas semanas estaremos analisando juntas como gerar oportunidades através de ferramentas simples mas que exigem muita dedicação e foco. Vamos aprender a conciliar talento com propósito e como transformar planos em realizações. Até a próxima semana

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