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Publicado em 11/11/2021 as 3:00pm

Coluna Wendel Stein

Contagem regressiva para o final da saga de Saul Goodman As filmagens da última tempora da...

Contagem regressiva para o final da saga de Saul Goodman

As filmagens da última tempora da série Better Call Saul finalmente terminou. Foram mais de dois anos em produção e com longas interrupções devido a pandemia, e ao ator principal, que sofreu um acidente, nada grave, durante as filmagens.

As séries de televisão sempre tiveram uma posição importante no coração das pessoas como forma de diversão e entretenimento. As produções sempre evoluíram, década após década, incorporando modismos, criando modas e costumes. Uma das mais significativas mudanças na forma de se fazer séries de TV ocorreram nos finais dos Anos 90, onde produções como Millennium, Nova York Contra o Crime e CSI tornaram-se obras de arte nas mãos de Show Runners talentosos. Foi com A Família Soprano que essa revolução audiovisual mostrou sua forma total. São temporadas com arcos bem definidos e um profundo cuidado na caracterização de personagens e produção de roteiros. A partir disso, a televisão é presenteada com produções e narrativas que levam o anti-herói a níveis nunca antes e imaginado. Cada temporada, com cerca de 10 episódios, é como se fosse um grande e longo filme, e que tem tempo com isso de trabalhar e desenvolver os personagens, tornando-os complexos e interessantes. No final o público é quem ganha, com verdadeiras obras de arte.

Uma destas séries e que vou resenhar hoje é Better Call Saul, um spin off do supra sumo das séries Breaking Bad, que se passa em 2002 e conta a história de James Morgan "Jimmy" McGill (Bob Odenkirk), seis anos antes de sua aparição em Breaking Bad. A história não traz apenas Jimmy, mas o assassino Mike e companhia, para mostrar os fatos que transformaram os personagens naquilo que encontramos em Breaking Bad. Pode contar com as presenças de Hank, Tuco, Nacho, Hector Salamanca e uma infinidade de personagens bem conhecidos do público de Walter White.

A história mostra a trajetória de Jimmy macGill, um ex-tranbiqueiro adolescente, que começa a trabalhar como office boy no escritório de advocacia do irmão mais velho Chuck macGill. Jimmy, sem ninguém saber, consegue se formar e ser admitido na Ordem dos Advogados. Então Jimmy conhece melhor as verdadeiras pessoas ao seu redor, enquanto se envolve com casos malucos envolvendo traficantes, estelionatário e idosos. A série é muito mais do que isso, mas qualquer outra informação seria spoilers que poderiam atrapalhar as pessoas que queiram iniciar a maratona do seriado.

Alguns episódios são verdadeiras aulas de cinema, uma fotografia exuberante, detalhista e que com a captação em 4 K é possível ver até os poros no rosto dos personagens. As cenas e tomadas são quase sempre longas, e a edição de áudio e a trilha sonora encaixam com maestria. A química entre todos os personagens é perfeita. A complexidade de cada indivíduo e suas personalidades dúbias, faz uma hora, hora torcer para o mocinho, outras para o bandido, e em determinada hora a gente não sabe mais quem é o bandido ou o mocinho. Então bum, somos fisgados e capturados pela história.
A série tem conseguido diversas indicações, como quatro Emmys do Primetime, três Writers Guild of America, dois Critics' Choice Television Awards e um Screen Actors Guild Award. A estreia da série detinha o recorde de maior audiência na história da TV a cabo no momento de sua exibição.

Nos Estados Unidos a nova e última temporada está em fase final de produção, então finalmente o arco destes incríveis personagens estarão completos. Agora só resta aguardar qual será a própria empreitada de Vince Gilligan e se ele conseguirá ultrapassar o nível de qualidade técnica, roteiro, direção e fotografia quase que perfeito que ele próprio criou. Better Call Saul é o Poderoso Chefão da televisão. Vida longa a Vince Gilligan Peter Gould!!! Netflix, começa a me mandar releases...

Wendell Stein é jornalista, cineasta e escritor. É colunista do Brazilian Times. E-mail wendellstein@me.com


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