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Publicado em 18/11/2021 as 9:00am

Coluna Arilda Costa

Entrevista com a escritora Lucy Freitas "Minha tia Dercy" é um livro de memórias da...

Entrevista com a escritora Lucy Freitas

"Minha tia Dercy" é um livro de memórias da icônica DERCY GONÇALVES escrito por sua sobrinha, Lucy Freitas, que trabalhou e acompanhou a tia por mais de três décadas. Como espectadora e muitas vezes coadjuvante, o distanciamento do tempo passado, deixou Lucy Freitas à vontade para entender bem Dercy Gonçalves e mostrá-la dos mais variados ângulos, como sobrinha, profissional e fã.

Minha tia Dercy surge também da necessidade de trazer ao público boa parte da vida de Dercy que não foi abordada na obra de Maria Adelaide Amaral que foi escrita 14 anos antes da morte da artista.  Lucy também quis contribuir para a preservação da imagem de uma artista tão relevante para à cultura brasileira e ratificar a história de uma mulher cujo otimismo e o pioneirismo foram as tônicas principais de sua trajetória. Momentos de muitas risadas e outros de muita emoção aguardam os fãs que viajarão pelos múltiplos cenários da vida da grande e inesquecível  Dercy. Como a própria faria, o livro diz  o que tem que ser dito na “lata”. Dona de um enorme carisma e uma capacidade criativa invejável, DERCY GONÇALVES atravessou gerações conquistando o respeito e a admiração do povo brasileiro. Fotos da @beauty_aramisfreitas.

É seu primeiro livro? Quanto tempo você levou para escrever?

 Sim é meu primeiro livro. Sou dramaturga, com 2 obras montadas. Entre idas e vindas, levei para escrever o livro dois anos. De 2013 a 2015.

Como você percebeu esta sua vontade e entendeu que seu destino era também ser escritora?

Desde muito nova escrevia alguns contos, crônicas e poemas, mas nunca pensei em  publica-los, tampouco ser escritora. A dramaturgia foi uma consequência da minha carreira de atriz e diretora, mas ideia de escrever o livro me foi dada por Maria Adelaide Amaral, quando de um encontro que tivemos na época que ela estava escrevendo a minissérie Dercy de Verdade para a TV Globo, percebeu que eu tinha um conhecimento vasto da vida de minha tia com riqueza de detalhes. Sou artista, só sei viver onde posso me expressar através da arte e ser atriz é a função que você mais me representa.

Na sua opinião, o que a sua obra tem de mais especial para conquistar os leitores?

Minha tia Dercy era uma pessoa muito franca, não tinha subterfúgios, dizia tudo que tinha que dizer de uma forma muito direta e isso era que o público esperava dela. E eu ao escrever sobre sua vida não poderia fazê-lo diferente de sua marca registrada. Quem gosta de Dercy Gonçalves irá se identificar com o livro porque através da narrativa ele reviverá Dercy Gonçalves.

Seu livro é sobre a história ainda não contada de sua tia Dercy Gonçalves. O que te motivou a contar essas histórias?

Eu sempre tentei preservar o nome e a imagem de minha tia vivos. Tenho uma página nas redes sociais com uma petição pública solicitando que seu nome fosse dado à uma rua da cidade do Rio de Janeiro, cidade que ela escolheu para viver; tentei, com um grupo de amigos, fazer uma fundação, o que não está totalmente descartado e sim adiado, enfim, enquanto eu viver, farei o que for necessário para que o seu nome e sua imagem continuem tão vivos como quando ela estava entre nós. Uma mulher tão pioneira, tão à frente de seu tempo que venceu todos os obstáculos com que deparou, é uma lição de vida, uma utilidade pública!

Como a sua tia marcou a sua vida pessoal e profissional?

Costumo dizer que minha tia me deu mais régua e compasso de que meus pais, porque sempre foi muito autêntica e sem falsa moral. Por isso eu confiava nela. Eu a tinha num conceito muito alto, ela foi desde a primeira vez que me lembro de te-lá visto, um caminho, uma direção. Desde muito pequena queria seguir seus passos e assim fiz, só que em silêncio. Ela só soube que eu queria seguir a carreira artística quando me viu cantar aos 16 anos. Me deu muita força e disse: “É o que você quer? Então faça! Na vida a gente não pede licença porque ela pode não dar! Na vida a gente entra de peito e de cabeça erguida, que é pra ser respeitada!”

Você acredita que mesmos os fãs mais fervorosos de Dercy Gonçalves vão se surpreender com algum relato do livro? Algum fato que não seja público ainda?

Minha tia era uma pessoa muito transparente e de certa forma, dela esperado qualquer coisa desde que fosse verdadeira, portanto, surpreender não foi o meu objetivo ao escrever o livro. Se bem que em alguns capítulos dá para afirmar que os leitores irão pensar: nunca imaginei que Dercy pensasse, ou agisse dessa maneira. A minha intenção foi que não se perdesse passagens de sua vida que ela não colocou na biografia, talvez por não achar relevante ou por uma certa modéstia, que não lhe era peculiar, mas que existia.

Se sua tia Dercy lesse o seu livro, o que ela falaria?

Diria: Você sabe mesmo tudo da minha vida! O livro é a minha cara!

Qual o melhor treino intelectual para quem quer ser escritor?

O melhor treino intelectual para quem quer ser um escritor é ler e pesquisar. Para mim não foi difícil pois além de ter um certo talento para a escrita sou uma pesquisadora nata. Tanto que preferi me graduar em história de que em artes cênicas. E isso me ajudou muito na carreira artística como um todo.

Qual o livro da literatura mundial que você gostaria de chamar de seu?

Veias Abertas da América Latina de Eduardo Galeano, pela maneira quase poética sem que fosse perdida ou adulterada a realidade nossa colonização pelos europeus e posteriormente a dominação econômica pelos Estados Unidos. Foi um divisou de águas na minha vida como um ser social e político. É um livro que sempre recorro.

Qual é a parte mais fácil e a parte mais difícil de escrever um livro?

A parte mais fácil foi escrever propriamente dito e a mais difícil foi a responsabilidade de plotar o que eu estava escrevendo nas determinadas épocas em que as histórias ocorreram. Como sou historiadora também, me senti na obrigação de situar as histórias num contesto histórico global, porque isso esclarecia melhor a minha narrativa.


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Qual o seu ritual no processo de criação do livro?

Comecei a escrever o livro a partir da primeira vez que lembro te-lá visto. Esse foi o primeiro capítulo. Após esse primeiro capítulo comecei a pensar em que gostaria de narrar e dividi o livro em capítulos e fui desenvolvendo cada capítulo. Quando lembrava de uma história colocava o sub título no capítulo referente àquele assunto e assim foi facilitando a minha pesquisa histórica e social da época.

 

Qual a importância da capa do livro para você?

A capa do livro foi de uma conexão absurda! Assim acabei o livro, visualizei em minha mente o livro pronto. E tinha visto umas imagens formadas de várias pequenas fotos, vi uma de Maria, Outra de Jesus e mais recentemente de uma médica em homenagem aos trabalhadores da saúde nesta pandemia. Quando eu soube que Anderson Thives iria fazer a arte da capa fiquei radiante porque além dele ser um artista de renome internacional ele era jovem e sua arte inovadora como minha tia sempre foi. E ele trabalha com retalhos. Eu já estava está suada por te-ló conosco, então resolvi não interferir no seu processo de criação. Qual não foi a minha surpresa quando deparei com a obra pronta e idêntica ao que eu tinha idealizado anos atrás. Até mesmo a forma com que está escrito o título foi como imaginei. Senti neste momento que o livro foi aprovado por minha tia Dercy.

 

Você tem uma dica para quem quer seguir o sonho de ser escritora?

A dica é gostar de ler, pesquisar, ser perseverante e humilde diante das opiniões. Eu mesma mostro sempre meus escritos às pessoas que confio e quando o faço, faço aberta às críticas. Uma das minhas funções e ser diretora teatral e aprendi com um diretor que muito me ensinou -Lauto Goes - que uma das funções do diretor e ser o primeiro público. Então trouxe essa prática para a literatura também. Ouso a opinião de amigos competentes no assunto com muita humildade

 

Quais são seus autores preferidos?

William Shakespeare, Franz Kafka, da atualidade Eduardo Galeano, Clarice Lispector.

 

Já pensa em um próximo livro?

Não, pois o artista vive intensamente o processo artístico que está vivendo e como sou mais artista de que literária, o espetáculo ainda não acabou.

 

 

 

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