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Publicado em 3/02/2022 as 4:30pm

Entrevista com o artista e professor de arte Dante Velloni

Dante Velloni possui graduação em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São...

Dante Velloni possui graduação em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo com Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo e com Doutorado incompleto na Escola de Comunicações e Artes - USP.

Durante sua vida acadêmica universitária foi Professor do curso de Pós-Graduação em História da Arte da FAAP-Fundação Armando Álvares Penteado e Professor Titular na Universidade de Ribeirão Preto, além de professor convidado do Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto e ter ministrado Seminário sobre arte na Accademia di Belle Arti di Brera, em Milão.

Como artista, já expôs suas obras coletivamente na XIII Bienal Internacional de São Paulo, na Exposição Brasil/Japão, Salão Paulista, Salão Nacional Funarte, Centro Cultural São Paulo. Individualmente já expôs suas obras na Galeria da Embaixada do Brasil em Roma, na Galeria Cardano de Pavia (Itália), Galeria Ibrit de Milão, na Galeria Infraero de São Paulo, Museu de Arte Brasileira-FAAP, na Galeria Ka de Barcelona e Galeria Marcantonio Vilaça de Bruxelas.

Teve seu portfólio publicado na revista francesa L’Oeil de la Photographie.

É artista citado como referência na Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais, no conceito de Intervenção, como um dos precursores das Intervenções no Brasil 

Dante Velloni ainda ministra um curso completo de História da Arte Online ( https://historiadaarteonline.com.br ) que é Reconhecido e Chancelado pelo Ministério da Educação e Cultura brasileiro.

Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes e que despertou seu desejo de ser um artista plástico?
Como todas as crianças da minha geração, fui “descoberto” pela minha família, que sempre reconheceu e estimulou nossos talentos, o que me levou a fazer um curso livre de arte numa escola bastante conservadora, em Ribeirão Preto (minha cidade natal), onde tive um primeiro contato sistemático com a arte.

Em seguida, já adolescente, fiz estágio e trabalhei em diversos estúdios de comunicação visual, nos quais aprendi muito da arte de representar a figura com muito realismo.

Mais tarde, já adotando a arte como meu caminho a ser trilhado, fui cursar artes plásticas na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, na qual me dediquei intensamente e recebi seu título de “Aluno do Ano”.

Junto com esse título, recebi o convite da Diretoria da Faculdade de Belas Arte para integrar seu corpo docente e fui contratado como professor assistente, lecionando as disciplinas de Pintura e História da Arte.

Felizmente, desde então, como artista e como professor de História da Arte, tive o privilégio de sempre trabalhar com o que gosto e estar em contato com a arte 24 horas por dia.

Estou sempre refletindo e questionando seus conceitos e, essa reflexão sempre foi fundamental para construir meu pensamento e me tornar quem sou.

Hoje, além da graduação em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, sou Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Como professor, lecionei no curso de Especialização em História da Arte da FAAP-Fundação Álvares Penteado de São Paulo e no curso de Aperfeiçoamento do Programa História da Arte Online.

Como é o seu processo criativo, o que te inspira?
No sentido conceitual, minha obra não se limita a tratar somente de ameaças como a que nós humanos hoje enfrentamos, mas refere-se a qualquer tipo de ameaça, seja ela biológica além do Covid19, como a aids, ebola e cólera, seja ela também como ameaças diversas entre os próprios seres humanos, a exemplo das guerras, do terrorismo, da violência urbana e até das palavras de ódio de um Presidente de um país.

Uso o termo Velature (veladuras) para indicar finas camadas aplicadas uma ou mais vezes sobre uma mesma superfície. Nestas obras, que produzo sem o uso da máquina fotográfica (cameraless), as composições são feitas com os próprios objetos organizados minuciosamente sobre o scanner de tal maneira que deixo transparecer as camadas mais abaixo e mais acima como se fossem “véus”, os quais obedecem a uma hierarquia subjetiva que o próprio conceito da obra exige.

Quais os materiais que você utiliza em suas obras?
Os materiais que utilizo para produzir minha obra, nesta fase da produção de cameraless é, essencialmente, um scanner especial, com o qual faço minha arte experimental sem o uso de câmera tradicional.

Depois de captar a imagem digitalmente, faço impressão da obra pelo sistema Fine-Art, isto é, usando pigmentos minerais, papel de algodão puro e imagem alta resolução.

O produto de uma obra sua é único ou tem alguma relação próxima ou distante de sua obra anterior?

Não, normalmente, desenvolvo séries de trabalhos, nos quais seleciono um meio técnico para transportar o conceito.

Quando sinto que o que eu tinha que falar se esgotou e não parece fazer mais sentido continuar a produzir trabalhos daquela série.

Porém, traçando um olhar retrospectivo, tenho várias fases que, nas suas essências temáticas, dialogam entre si.

Quais são as habilidades fundamentais para o artista na cena atual?
Para se produzir arte contemporânea, não há nenhuma habilidade pré estabelecida a que um artista deva desempenhar.

A arte atual não exige nem que seja o próprio artista o executor da obra.

A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na história da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo. 

Você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?

Sem dúvida que tenho muitas influências.

Elas são tantas que fica impossível apontar somente uma.

Num determinado tempo de minha vida, mais na juventude, o surrealismo de Salvador Dalí foi minha inspiração.

Noutro momento, os expressionistas alemães me marcaram profundamente, mas

Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida.

A arte na minha vida é tanto o prazer do sentir e compreender, quanto, às vezes, as frustrações por não alcançar muito do que almejei na minha vida de artista.

Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?

Tive também vários mentores.

Inicialmente, quando criança, como disse, meus pais me estimularam bastante.

Na juventude, meus amigos próximos que admiravam minhas obra me destacavam como aquele que tinha um “dom” especial.

Quando estudante de graduação, minhas queridas Professoras Heloisa Ferraz e Elza Ehzemberg da Faculdade de Belas Artes de São Paulo.

Mais adulto, durante o Mestrado, tive a honra e o prazer de ser um pupilo do grande poeta concreto brasileiro Décio Pignatari, de quem absorvi tanto conhecimento teórico quanto postura ética profissional.

Mais tarde ainda, quando cursei, sem concluir, o meu Doutorado, tive como modelo a Professora Elide Monzeglio, uma das maiores conhecedoras das Teorias das Cores e da composição plástica.

Suas principais exposições nacionais e internacionais e suas premiações? (mencione as 5 mais recentes)
Como artista plástico tenho mostrado meu trabalho em galerias e museus do Brasil e do exterior, a exemplo das exposições no Centro Cultural São Paulo de São Paulo, KA

Gallery de Barcelona, Galeria Casa do Brasil de Madrid, Galeria Marcantonio Vilaça de Bruxelas, Embaixada do Brasil de Roma, Galeria Cardano de Pavia (Itália), além de publicações do meu portfólio na revista francesa L’Oeil de la Photographie, que é uma das mais conhecidas e respeitadas do mundo.

Seus planos para o futuro?
Hoje tenho me dedicado muito ao Programa História da Arte Online com muitas Lives abertas ao público e a revisão e reestruturação de todas as aulas do curso, que hoje é Reconhecido e Chancelado pelo Ministério da Educação e Cultura do Brasil.

Para meu futuro como artista, queria intensificar minha produção de pintura e cameraless para suprir as exposições que tenho programadas em Catania na Sicília, Itália e em Vancouver, no Canadá.

Qual personagem da história do mundo, na arte, literatura, política, você gostaria de ter tido a oportunidade de passar algumas horas e porque?

São muitos, muitos mesmos, a ponto de tornar-se difícil apontar somente um.

Eu poderia dizer que adoraria ter convivido com Umberto Eco, maravilhoso teórico, romancista e ensaísta para aproveitar seu imenso conhecimento sensível e sabedoria lógica. Ele conseguia unir esses dois elementos que prezo muito num ser humano.

Leonardo seria um outro sonho.

Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?

Realmente, os artistas brasileiros foram inseridos no mercado internacioanl. Não só o Brasil, mas vários países emergentes, pois, como nesses países existiam artistas e obras com qualidade e preços mais baixos, as galerias passaram a “descobrir” novos talentos, transformando-os em ícones, especialmente considerando as excentricidades raciais, sexuais, políticas e existenciais que o artista “mais barato” apresentava.

As redes sociais o têm ajudado na divulgação de seu trabalho?

Sem dúvida que sim. As redes sociais, embora apresentem de tudo e de toda qualidade, têm oferecido aos artistas uma janela por onde o sol entra e ilumina sua alma.

Quais os critérios para estipular o valor de uma obra de arte?

Os critérios que estipulam valores de uma obra de arte estão sempre submetidos ao mercado, esta entidade subjetiva que comanda todas as relações entre homem e objeto no mundo e não há um critério lógico para isso.

A revelação de um novo artista para alimentar o mercado é uma outra coisa que o próprio mercado constrói para si mesmo.

Nesse mercado prevalece a lei da oferta e da procura, como em qualquer outra transação financeira que pretenda lucro.

Tudo está evoluindo muito rapidamente com a tecnologia, na arte também com os NFTs. Como você acha que o mundo estará daqui a 100 anos? Qual é o futuro da arte?

Lembrando de Arthur Danto, filósofo e crítico de arte, o que marca a arte dos últimos quarenta anos é sua independência diante da história pré-moderna e seu caráter radicalmente livre e reflexivo.

Embora alguns críticos apontam para o fim da arte, arte não terminou e não terminará.

Parece estar num momento de transição importante numa nova relação entre a arte e o mundo que será plural, tanto na temática quanto no conteúdo.

Em termos de materialidade da obra, já estamos vivendo a transmutação da matéria palpável em dígitos eletrônicos com os NFTs.

Mas, segundo minhas expectativas, a arte inconsistente não passará.

Com nomes tão parecidos qual a sua dica para distinguir Manet e Monet?

Realmente, os dois amigos e suas obras se confundem mesmo.

Podemos nos lembramos que Manet teve uma formação vinda do Realismo e da pintura de representação mais definida visualmente, além de preferir temas que retratam pessoas.

Já Monet, tem uma preferência maior por temas de paisagens e água sempre utilizando da proximidade das cores complementares, as quais causam uma instabilidade visual maior. As pessoas, representadas nas pinturas, são quase dispensáveis no contexto da cena.

As cores e as tintas em Monet são mais opticamente misturadas, enquanto as cores de Manet parecem terem sido misturadas na palheta.

Bem, para fazer uma distinção mais depurada, teríamos que fazer um passeio pelas imagens de suas obras e comentar por blocos temáticos.

Qual é o período da arte que para você foi um divisor de águas na história da humanidade?

Existem vários períodos da arte ocidental, que podem ser considerados divisores de águas na nossa história da arte, aliás, todos eles têm essa importância em doses variáveis. Um deles, segundo meus critérios, seria a arte Grega, por ter sido fundamental na ruptura da maneira de compreender e representar a figura.

Outro seria o Renascimento, com a arte que comportava desde a religiosidade até a ciência, desde os tema e representações mais sensíveis aos mais racionais.

O Dadaísmo, pela sua absoluta e radical maneira de pensar produzir sua arte. Pela ousadia em questionar não o que era belo, mas o que era arte. Por deixar o legado mais importante da história passada para a arte contemporânea.

Qual a mensagem você gostaria de deixar para os amantes de arte e nossos leitores?

Bem, deixo aqui um agradecimento pelo espaço que acolhe esta entrevista e que além de ler e estudar sobre arte, que visitem os museus, galerias e coleções de arte, pois o contato direto com ela nos oferece um universo sensorial fantástico.



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