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Publicado em 20/05/2022 as 6:30pm

Coluna Francisca Benvenuto

Francisca BENVENUTO é Palestrante, Escritora. Mentora Geradora de Marcas com Alma para...

Francisca BENVENUTO é Palestrante, Escritora. Mentora Geradora de Marcas com Alma para Pessoas e Negócios   

Caros leitores, 

No século V Antes de Cristo, Hipócrates, o pai da medicina, diagnosticava-a como “melancolia”, causada por “fatores internos e ambientais”. Também o teólogo Cassiano descrevia a dor do coração como “o demônio do meio-dia”. A propósito, é como se chama o livro do escritor americano Andrew Salomon, uma espécie de bíblia que faz a “anatomia da depressão”. Lançado em 2002, ele conta como na velha Grécia o mal era atribuído ao excesso de “biles negra” e tinha como sintomas “tristeza, ansiedade, tendência ao suicídio, desânimo, insônia, irritabilidade”.

A cultura de alimentar o sofrimento se faz latente na canção Alucinação, que dá título ao album de maior sucesso de Belchior, dono de reflexões profundas e na maioria das vezes angustiantes sobre a vida, trouxe um paradoxo intrigante no trecho onde canta “a minha alucinação é suportar o dia-a-dia e meu delírio é a experiência com coisas reais”. Intrigante porque, assim como o teor de toda a canção, ele sugere, neste recorte em especial, refutar o trânsito pelo campo das suas divagações existenciais, afirmando que seus devaneios são baseados no concreto, que seus delírios acontecem baseados no real. Um paradoxo, não é? Mas, tudo bem, talvez não seja tão difícil entender que ele quis expressar algo no sentido de que o importante é o que interessa e nada para além disso deve ter relevância. 

Não sabemos exatamente o que Belchior sentiu quando fez questão de pontuar que seus delírios advinham de suas experiências com coisas reais, mas ele descreveu com maestria, muitos anos antes, o que estamos sentindo nos dias atuais, diante da situação da pandemia, por exemplo. 

Belchior e sua alucinação, nascido em Sobral, no Ceará, viveu os últimos anos de vida isolado no Uruguai e, posteriormente, no Rio Grande do Sul, vindo a falecer em 2017 na cidade de Santa Cruz do Sul- RS.

Nos dias atuais o culto a angústia se tornou cativo no mundo musical arrastando multidões. 

Qual seria a melhor forma de lidar com a ANGÚSTIA? Fazendo cultos à angústias e suas dores através de gatilhos mentais que te levam a reviver momentos bons ou ruins? 

As músicas expressam e mexem com as emoções sim! Cuidado com a sofrência, nela existem gatilhos mentais que podem adoecer a alma.

Sofrência é uma palavra nova do vocabulário popular e significa uma mistura de sofrimento com carência. O termo faz parte de uma música do cantor Pablo “HOMEM NÃO CHORA” que ficou conhecida por causar emoção em que a ouve. Afinal, como as músicas são capazes de mexer com o emocional de alguém? A resposta esta na suas experiências afetivas e como isso ficou armazenado em sua memória.

Se você já ouviu falar em “sofrência”, mas não em “sofrologia”, anota aí: a sofrologia ensina o homem a ser feliz a atingir seu estado pleno, já a sofrencia é o contrário disso, saiba que são duas coisas bem diferentes. 

A primeira é um neologismo intensamente massificado pela indústria sertaneja para ilustrar a famosa “dor de cotovelo”. A segunda é uma ciência médica que pode, inclusive, tratar a primeira, entre outras sensações, medos e traumas. 

Desenvolvida pelo médico colombiano Lozano Alfonso Cayedo, em 1960, a sofrologia busca a harmonia dos sentimentos. O objetivo é equilibrar a consciência por meio de uma série de técnicas de relaxamento. A origem da palavra explica mais sobre a especialidade. Sofrologia Deriva do grego sos = harmonia; phren = conciência e logos = estudo. Portanto, etimologicamente, Sofrologia significa: estudo da consciência humana.

Sofrologia é uma ciência médica que busca o equilíbrio e a harmonia das sensações para uma vida mais plena. Foto: Visualhunt| Foto:

E por falar em moda da angustia o que dizer da Balenciaga?

O mundo fashion veio abaixo após o anúncio do Balenciaga Paris Sneaker, tênis com aspecto totalmente destruído que custa até US$ 1,8 mil, cerca de R$ 10 mil. Trata-se da moda angustiada. Segundo comunicado do perfil Demnagran, alimentado pelo estilista Demna Gvasalia com notícias da Balenciaga, os tênis são destinados a serem usados para toda a vida e terá edição limitada de 100.

A atitude da marca e do estilista vem questionar a moda, o consumo e a necessidade de sempre comprar, comprar, comprar. O fato de que "são destinados a usar a vida toda" é exatamente de colocar o dedo no consumo consciente. "A história se sobrepõe à estética. E uma atitude que questiona o consumo consciente, sustentável", afirmou o consultor de moda e apresentador Arlindo Grund ao "Elas no Tapete Vermelho".

Campanha dos Paris Sneakers da Balenciaga    Balenciaga/Reprodução

Balenciaga surge com um movimento significante da criação do valor bem como expressar através de suas criações o consumo conciente, será?

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“Se a moda expressa a angústia através de produtos destruídos, rasgados (moda angustiada),  se as músicas expressam angústias através da dor de cotovelo alheia, disparando “gatilhos” perigosos subliminares, onde está você nisso tudo?”. Não seria o caso de se “desangustiar”? 

Passe a consumir o que te faz pleno. Experimente adorar, orar, aquieta a alma e faz bem para o bolso. 

#perolasdachica 

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Dica de leitura 

Mais autoestima, menos consumo

*60 desafios e reflexões para guiar futuras compras 
*consumo consciente, sustentabilidade 
*estar na moda não pode significar destruir o planeta

Editora : Paralela; 1ª edição (7 outubro 2019)

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