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Publicado em 6/06/2022 as 6:30pm

Coluna Arilda Costa

Coluna Arilda Costa

Entrevista com o escritor Kleiton Ramil

Meu entrevistado é um artista de muito prestígio no Brasil e no exterior. Kleiton já gravou mais de 20 discos, entre eles um cantado em espanhol e outro em francês. Ele desenvolve projetos como compositor, violonista, cantor e arranjador. É produtor artístico de muitos discos, seus e de outros artistas. Realizou shows nos Estados Unidos, França, Argentina, Cuba, Portugal e outros países. Já ultrapassou a marca dos 2000 espetáculos na cena brasileira e no exterior.

Recebeu o prêmio máximo da discografia no Brasil, o “Disco de Ouro”, por mais de 100.000 cópias vendidas no mercado fonográfico.

Suas composições são muito conhecidas e se tornaram grandes sucessos na interpretação do duo que forma com seu irmão, “Kleiton & Kledir” e na de outros célebres intérpretes como Mercedes Soza, Simone, MPB4, Fafá de Belém, Emílio Santiago, Vitor Ramil, entre outros. Sua composição “Vira Virou”, está incluída no disco comemorativo do 25 aniversário da Anistia Internacional, junto com grandes nomes como Sting e João Baez.

Na área da literatura, tem 13 livros publicados. Esse ano será lançado seu segundo romance, ALTOS DE LA SERENA, e recentemente foram publicados o infantil O “MOSQUITO ESQUISITO e outros bichos”, (Editora Chiado - Lisboa) e disponibilizados pela AMAZON PUBLISHING (Editora Bestiário – Porto Alegre) o livros “DIÁRIO DO ARTISTA NA QUARENTENA – reflexões e memórias” – ABRIL / MAIO.

Na área da educação, Kleiton é mestre em composição (eletroacústica), pós-graduação concluída em 2003 na Escola de Música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e é professor de música (estruturação harmônica, violão, violino, piano, técnica vocal, teoria musical,) desde 1993, quando voltou da França onde deu continuidade a seus estudos de composição e regência, na Universidade Paris VIII, iniciados na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Realizou projeto piloto de implantação de uma escola de música dentro da Escola Isa Prates, Rio de Janeiro, aplicando método original e inovador, no ano de 1997. Recebeu o título de Embaixador Cultural do Rio Grande do Sul, outorgado pelo governo do estado, a medalha Presidente Coruja da Associação Rio Grandense do Rio de Janeiro e uma Menção Honrosa da Câmara dos vereadores dessa cidade por serviços prestados à cultura além de muitas outras homenagens.

Kleiton tem também cidadania espanhola, por parte de seu avô paterno, M. A. Ramil

- Qual é a sua sensação de criar uma obra literária?

É como criar um novo mundo. Em romances ficcionais o autor tem a impressão de possuir um poder incomensurável, e uma satisfação enorme de dividir com os leitores momentos de raro prazer. E por isso sou muito grato à UNDERLINE PUBLISHING, de New York, que está lançando o meu romance KYOTO em inglês, para o mundo inteiro.

 

- Sabemos que escrever demanda um tempo de criação. Explique por gentileza seu processo criativo.

Primeiro vem a inspiração para desenvolver um determinado conteúdo. A seguir, um período mental de definição de personagens, onde acontece a história, em que período se situa e o maior número de detalhes que possam interessar. Mas quando começo a escrever, que pode durar até um ano para desenvolver um romance, então a história vai ganhando contornos, muitas vezes surpreendentes, até mesmo para mim.

- O seu romance é uma ficção, uma história que aconteceu, ou tem um pouco de tudo?

A história é uma ficção, mas que é enriquecida por elementos biográficos, de coisas que aconteceram ou que observei em minha vida.

- Quando você cria um protagonista para o seu enredo quais as características imprescindíveis?

Aprendi com Glória Perez, autora de novelas de sucesso, que uma boa história para ser contada deve sempre definir muito claramente, desde os primeiros passos, o perfil dos personagens. Sobretudo os protagonistas, no caso de KYOTO, o jovem casal apaixonado, são apresentados como dois seres humanos “reais”, com suas qualidades, habilidades, defeitos e sonhos.

- E como a trama se desenvolve?

Murano e Naomi se conhecem no Rio de Janeiro e ficam perdidamente apaixonados. Akio, pai de Naomi, homem rico, poderoso e de passado nebuloso, ao saber do romance leva Naomi de volta para o Japão e praticamente a isola do mundo nos arredores da cidade de Kyoto. Akio tem planos diferentes para a filha e pretende vê-la casada com alguém de destaque e não com um “músico qualquer”. Apesar de todas as dificuldades e tentativas de esquecerem um ao outro, a atração entre os dois revela-se mais forte que tudo e, sem planejarem, depois de um determinado período de tempo, resolvem enfrentar todos os percalços com esperança de um reencontro. Durante o esforço de Murano e Naomi de se encontrarem, quando parece que tudo vai correr bem, invertem-se as posições geográficas dos dois. Murano vai até o Japão atrás de Naomi e ela consegue finalmente escapar do cerco paterno e procurava se esconder dos capangas de seu pai, no Rio de Janeiro. O romance é pontuado por situações misteriosas, instigantes, reflexivas, dinâmicas, violentas, eróticas e, claro, românticas.

- Quais são seus autores preferidos?

Tenho uma vasta biblioteca onde convivem clássicos e modernos escritores. Herman Melville, Thomas Mann, Bukowski, Kafka e no Brasil Érico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos, João Simões Lopes Neto entre centenas de outros. Posso destacar também na atual literatura brasileira, Luis Fernando Veríssimo, Martha Medeiros, Letícia Vierschowski, Daniel Galera, Alcy Cheuiche, Lourenço Cazarré, Cláudia Tajes, Paulo Scott, Fabrício Carpinejar e Caio Fernando Abreu. Mais recentemente, o autor japonês HARUKI MURAKAMI, de quem já li toda a obra, (que usa pitadas de surrealismo em seus textos), foi quem me influenciou para tornar-me um romancista.

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