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Publicado em 6/06/2022 as 8:30pm

Coluna Saúde da Mulher

Coluna Saúde da Mulher

Juneteenth - Um Assunto Importante Para Discutirmos a Mesa

 

Em volta da Mesa é uma proposta para trazermos assuntos de extrema importância para a nossa saúde como todo, de forma a criar o hábito saudável de levantar questões pertinentes e relevantes tanto para nós mulheres, quanto para a sociedade ao qual fazemos parte. Iniciando essa rodada de Em Volta da Mesa vamos refletir sobre Juneteenth.

 

O mês de junho é marcado pela idenpendência dos negros americanos onde se celebra a “liberdade” e “emancipação” dos nossos brothers and sisters através de festivais, orações e principalmente do reconhecimdento da riqueza herdada e conquistada que ainda estão longe de serem chamadas de justa. A relevância desse assunto é tão importante para nós, principalmente pelo que temos visto nos últimos anos em relação ao aumento do números de crimes de ódio e ataques racistas por todas as partes, sempre pautado em motivos torpes. O descaramento dos envolvidos que ainda se defendem como se fosse possível justificar o que não tem razão que possa explicar atos de violência contra pessoas inocentes.

 

Esse assunto, ou seja, a discriminação racial, assim como qualquer espécie de ato discriminatório deve ser exterminado da nossa realidade atual e futura. É preciso que nós mulheres possamos nos juntar em volta da mesa para discutir questões raciais e como isso nos afeta como sociedade e o que podemos fazer em conjunto para combater esse mal.

 

Entendendo um pouco da história

 

Durante a guerra civil de 1863, o então presidente Abraham Lincoln determinou a Emancipation Proclamation, (Proclamação Emancipada) de mais de três milhões de escravos. A liberdade tão sonhada por muitos parecia ser o marco de uma nova era que garantiria justiça e igualdade para todos independente do tom de pele ou país de origem. No entanto, a realidade é que até hoje, mesmo depois de mais de um século ainda vivemos debaixo de muita opressão e de um mar de injustiça que insiste em perdurar e destruir o que somos, seres humanos.

 

Quando o presidente Abraham Lincoln declarou a independência dos escravos, foi determinado que apenas os negros residentes dos estados conhecidos como estados confederados, haviam recebido do “direito” de se tornam seres livres. O The Confederate States of America (CSA) fizeram parte de uma história quando 11 estados se uniram para criar uma república separatista que não era reconhecida nos Estados Unidos permanecendo assim por quase quatro anos, durante a guerra civil que foi um período sangrento e triste comum a todas as guerras.

 

Qual a relação do Juneteenth com a nossa história como imigrantes e mulheres que lutam e sofrem diariamente com o preconceito e discriminação?

 

Se pararmos para pensar o quanto somos afetadas pela violência que enche as páginas e domina os assuntos dos noticiários podemos perceber que o diálogo entre todas as partes envolvidas sempre foi a melhor saída para encontrar soluções para problemas que insistem em manchar a nossa história. Sim, os negros sofrem preconceitos em todas as esferas e circunstâncias e isso não tem se apresentado de uma forma melhor do que na época dos ativistas mais conhecidos que lutaram contra esse tipo de comportamento. Por isso que devemos levar esse assunto, não somente para conversarmos no seio da nossa família, mas também discutir no local de trabalho, escolas e igrejas. Se fazemos parte de um todo, chamado de sociedade que é composta por seres humanos, devemos reconhecer e tomar como responsabilidade para tratar desse assunto sempre que possível.

 

Como imigrantes também sofremos com o preconceito independente do tom da pele ou até mesmo da conta bancária. Basta abrir a boca ou parecer diferente que estamos sujeitas ao risco de sermos discriminadas. Nossos filhos e filhas precisam ter as mesmas oportunidades de qualquer outra pessoa, mas para isso precisamos nos conscientizar não só da nossa identidade mas também do nosso valor e responsabilidade civil.

 

Para quem acompanha a Coluna Saúde da Mulher sabe que recentemente tive a honra de lançar o meu segundo livro onde faço uma singela homenagem tanto a memória de minha avó quanto o legado de meu avô e ancestrais. Hoje sei que tenho o privilégio de viver em uma época onde já não corro riscos no mesmo nível que meus avós viveram, justamente devido à luta de tantos que se dedicaram para que eu pudesse ter a coragem de fazer tal afirmação. Mesmo assim,  ainda vivo com receio do que possa acontecer com meus filhos por não aparentarem aos que verdadeiramente desconhecem a razão ou a dor de ser rejeitado por causa da origem ou raça. Sim temo pelo meus filhos e por tantas outras pessoas que não sabem se vão voltar para casa com segurança e se vão ter o direito de passar pelas mesmas portas abertas como outras pessoas.

 

No livro Se Ela Estivesse Aqui, de minha autoria, descrevo as sequelas de alma provocadas pela discriminação sofrida pelo meu avô que foi descedente de escravo além de ser nordestino. Sabendo que possivelmente você leitora também conhece de perto alguém que sofreu do mesmo mal e que faça parte da sua ancestralidade, mesmo que distante, convido à você para se aprofundar no assunto sobre os efeitos da discriminação em todas as etapas da vida de alguém.

 

Somente através de mudança de mentalidade que poderemos alcançar a verdadeira justiça que une e transforma vidas levando assim maiores oportunidades para todos. Então, que tal você levar esse tema para mesa? Até a próxima!

 

 

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