Coluna Esporte Total

Max da show na Hungria

Será que pintou o campeão?

Se no GP  da França eu disse ( nesta coluna )  que o Super-Max estava com uma mão na taça, depois dessa vitória espetacular na Hungria e, da lambança protagonizada pela Ferrari com suas estratégias de principiante, posso cravar que só se cair um “raio” ou “meteoro” na cabeça do Super-Vespa para tirar o bi-campeonato do holandês e da sua fiel escudeira “Touro Vermelho”.  Será que pintou o campeão?

Após 13 corridas na temporada 2022, a F1 vai sair para as férias de verão. Serão quase um mês de motores desligados antes do GP da Bélgica. A partir do GP da Bélgica, iniciaremos contagem regressiva para o Super-Max rumo ao bicampeonato mundial. O holandês venceu o GP da Hungria cravando sua 8ª vitória na temporada e abrindo 80 pontos de vantagem para o vice-líder.

Charles Leclerc foi muito bem em Hungaroring e parecia que nem mesmo as lambanças da Ferrari conseguiriam atrapalhar o monegasco na corrida do domingo (31). Mas, todos nós sabíamos que: cedo ou tarde, a “ferrarada” sempre vem. A escuderia italiana conseguiu o impossível, errou totalmente a mão na estratégia e calçou com pneus duros o carro do seu principal piloto para a reta final da prova.

Mas, qual o problema? Com dificuldades evidentes para aquecer os compostos duros em uma pista fria, Leclerc se viu ultrapassado pelo seu algoz o Super-Vespa e George Russell. Não foi só isso, o time de Maranello recalculou a rota, parou seu comandado mais uma vez e tentou corrigir o erro com um pit-stop extra, dessa vez para pneus macios. Resultado? Sexta colocação, somente, para quem estava com a vitória praticamente na mão. É mole ou quer mais? Ferrari sendo Ferrari.

Red Bull e Mercedes, claro, nada têm a ver com isso. O “Muleke Voador” e Hamilton tiveram ótimas pilotagens e muita competência. O holandês largou em 10º, escalou o pelotão, rodou na pista, e mesmo assim ultrapassou Leclerc 2 vezes e,  conquistou uma improvável vitória colocando “virtualmente” as mãos na taça. Já o heptacampeão mundial partiu da sétima posição, mostrou que a Mercedes de fato vem melhorando corrida a corrida e cruzou a linha de chegada em segundo – conquistando seu quinto pódio consecutivo.

3º, George Russell largou da pole-position, viu Verstappen conseguir com sucesso o ‘undercut’ e, no fim da corrida, viu também o companheiro de equipe realizar a ultrapassagem - quando o jovem mercedista já tinha desgastado seus pneus. Carlos Sainz, Sergio Pérez, Leclerc, Lando Norris, Fernando Alonso, Esteban Ocon e Sebastian Vettel completaram o top-10.

A F1 agora encerra as atividades para as férias de verão. As máquinas voltam a fazer barulho somente daqui a quatro semanas, no dia 28 de agosto, no GP da Bélgica. Mas, este colunista “Figura Carimbada” continua aqui falando de futebol.

Lambança da Ferrari

Uma semana após Leclerc sair de traseira e abandonar na França, a Ferrari veio para a Hungria como franca favorita, dadas as características do circuito com muitas curvas de alta e baixa onde os Cavalinhos Rompantes rendem mais que a concorrência. Mas a equipe italiana não conseguiu capitalizar e jogou fora outro resultado que se desenhava a seu favor. Durante todo o fim de semana, os pneus duros não foram os preferidos e a maioria dos chefes de equipe e o diretor da Pirelli sugeriu que eles nem seriam usados ​​durante a corrida. A Red Bull, “malandramente” parou Verstappen e a Ferrari, em seguida, parou cedo demais o monegasco para evitar o undercut. O resultado final todos já sabem.

Dessa vez, Leclerc não teve culpa, mas sucumbiu novamente a um erro da Ferrari que o fez perder outra corrida aparentemente fácil. O monegasco admitiu que ficou sem entender por que a equipe italiana resolveu calçá-lo com os compostos mais duros quando os principais adversários iam de médios ou macios. A estratégia foi tão atrapalhada que Leclerc nem chegou perto do pódio .

Ainda pelo rádio, o piloto questionou se os demais pilotos do grid que também tinham escolhido os pneus de faixa branca tiveram desempenho semelhante. “Sim, todos foram ruins”, ouviu o monegasco, que não titubeou: “E por que escolhemos essa estratégia?” A única coisa que ouviu de volta foi um “vamos conversar”, vago e sem maiores explicações.

O Grande Prêmio da Hungria viu uma mistura de gerenciamento de pneus, estratégia variada e muito talento na pista. A ameaça de chuva permaneceu por toda parte do circuito, com algumas gotas de chuvisco relatadas pelos pilotos, mas nunca chegou de fato o suficiente para sequer pensar em intermediários. Em vários pontos da primeira metade da corrida, parecia que no mínimo seis pilotos diferentes tinham chances de vencer a corrida.

Sebastian Vettel: Fim de uma era!

Na quinta-feira (28), o mundo do automobilismo acordou com um novo anúncio: Sebastian Vettel declarou que a temporada de 2022 na Fórmula 1 seria a sua última na categoria. Após uma era de 16 temporadas, o alemão acumulou quatro títulos mundiais, 53 vitórias e 122 pódios.

Um dos maiores nomes da Fórmula 1, Vettel anunciou que irá se aposentar da categoria ao fim da temporada. Um dos motivos do tetracampeão mundial, é o desejo de ficar mais tempo com sua família. Mas mesmo saindo das pistas, o alemão deixa um legado no esporte e uma legião de fãs.

Anúncio foi feito pelas redes sociais

Desde o início da temporada, muito se era especulado em uma provável aposentadoria de Vettel, no entanto, nada era confirmado. O piloto que iniciou sua carreira na categoria, em 2007, teve passagens pela STR, RBR e Ferrari, hoje faz parte da Aston Martin. Com um carro que infelizmente, deixa a desejar em questões de desempenho.

Mas a grande verdade é que mesmo diante dessas situações, Vettel nunca reclamou da equipe, pelo contrário, a relação entre eles se mostra ser muito saudável e caminham juntos para que o esporte seja mais justo e menos preconceituoso. No GP da Hungria ver o 4 vezes campeão colocar as mãos na graxa junto aos mecânicos foi muito gratificante e demostra sua paixão pelo esporte.

Vettel nunca foi adepto às redes sociais, tanto é que até o dia do anúncio da aposentadoria, não tinha uma conta pessoal. Em uma entrevista recente, o alemão comentou que quando se aposentasse iria fazer uma conta no instagram para que seus fãs soubesse sobre o que ele estava fazendo e também manter o contato. Com a conta criada, os boatos criaram força, porém, muitos queriam não acreditar que isso fosse possível. Mas ele cumpriu o que disse.

Parte do pronunciamento do campeão

“Estou aqui para anunciar minha aposentadoria da Fórmula 1 ao fim da temporada 2022. Eu deveria começar com uma longa lista de pessoas a agradecer, mas sinto ser mais importante explicar minhas razões. Eu amo esse esporte, ele foi o centro da minha vida desde que eu lembro, mas ao mesmo tempo em que há vida nas pistas, também há fora delas. Ser um piloto nunca foi minha única identidade. Quem sou eu? Sebastian, pai de três crianças e marido de uma mulher maravilhosa. Sou curioso e facilmente impressionado por pessoas talentosas e apaixonadas. Sou obcecado por perfeição. Sou tolerante e creio que todos temos o mesmo direito de viver, não importa como nós somos, de onde viemos e quem amamos. Amo estar aí fora na natureza, sou teimoso, impaciente. Posso ser realmente irritante, mas amo fazer pessoas rirem. Amo chocolate e o cheiro de pão fresquinho. Minha cor favorita é azul. Acredito em mudança e progresso e que cada passo conta. Sou otimista e acredito que as pessoas são boas. Eu formei uma família, e amo estar perto deles. Também desenvolvi outros interesses fora da Fórmula 1.”

Depois do anúncio da aposentadoria de Vettel, a Aston Martin agiu rapidamente para anunciar quem assumirá o assento para 2023. O espanhol e bicampeão Fernando Alonso da Alpine, ocupara a vaga de Vettel para ser o piloto número 1 da montadora Aston Martin.

Coluna: Esporte Total

Texto by: Roberto Vieira

Jornalista e Comentarista Esportivo

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