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Publicado em 1/10/2022 as 9:27pm

Coluna South Carolina por Lucy Rodrigues

Guerra pelo dinheiro, Guerra por terras… Guerra pelo poder A guerra na Ucrânia levou a um...


Guerra pelo dinheiro, Guerra por terras… Guerra pelo poder

A guerra na Ucrânia levou a um aumento significativo no número de refugiados no mundo. Segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), já são mais de 1,7 milhão de pessoas que deixaram suas casas desde o início da invasão do país pela Rússia. 

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) pode acometer pessoas de qualquer idade após a vivência de uma situação de crise como a guerra. Os principais sintomas são insônia, irritabilidade, mudanças de humor e inquietação inesperada. O neurocirurgião Fernando Gomes explicou como o conflito pode desencadear traumas e provocar danos a longo prazo para a saúde mental. 

“Depois de uma guerra, a gente sabe que existe essa situação do estresse pós-traumático desde os indivíduos que trabalharam no front até mesmo para toda a população envolvida nesse processo e que tem um quadro clínico bem exuberante e típico com flashbacks, alteração no sono, sensação de angústia e de sentimentos físicos”, afirma Gomes.

Diante da ameaça de conflitos armados, as pessoas precisam fazer escolhas de maneira ágil e sob grande pressão. Uma das mais difíceis pode ser a opção por deixar o lar em busca de lugares mais seguros, principalmente se for preciso deixar algum familiar ou amigo para trás.

“Quando existe um trauma muito grande e uma situação crítica que se prolonga, por exemplo da guerra, você tem aquele salto de adrenalina pelo corpo em uma situação aguda, como uma bomba que explode, mas a longo prazo você tem uma liberação tônica de cortisol”, explica Gomes.

Segundo ele, a liberação de hormônios pelo organismo, como medida natural de mecanismo de defesa, pode levar a lapsos de memória. “Sabemos que existe um processo como se fosse uma defesa natural do próprio cérebro, que provoca lapsos de memória e até mesmo amnésia, como se fosse uma forma de você conseguir suportar dor tamanha para continuar vivendo”, afirma.

Diagnóstico e tratamento do trauma

O diagnóstico e tratamento oportunos do estresse pós-traumático podem contribuir para a redução de danos associados à experiência do conflito, principalmente em relação às crianças expostas ao trauma. “Quando existe um fator estressor único, existe um processo de luto que via de regra acaba ocupando, até o indivíduo ter a sua resiliência e passar por todas etapas, mais ou menos cerca de dois anos”, diz.

Ainda não há um consenso científico para explicar por que algumas pessoas são mais propensas ao trauma do que outras. Algumas hipóteses incluem fatores genéticos, questões hormonais e a própria capacidade do indivíduo de lidar com situações de estresse.

O tratamento pode ser realizado a partir do acompanhamento psicológico e psiquiátrico, com o uso de medicação quando prescrito pelo profissional de saúde. Outros tipos de terapia consistem na exposição prolongada e terapia de processamento cognitivo, que são técnicas vinculadas a um processo de colocar o indivíduo diante da situação traumática de forma gradual, com o objetivo de provocar a dessensibilização em relação ao evento traumático. O apoio familiar e social também contribui para a prevenção ao transtorno de estresse pós-traumático.

“Dependendo do país em que o refugiado vai se alocar, pode existir um acolhimento maior ou menor, ou uma visão mais aplicada a essa situação ou não. Em linhas gerais, acaba sendo a instrução e o reconhecimento de que isso existe que faz com que a gente possa ter resultados melhores”, conclui.

A falta de uma vitória rápida, a incapacidade de tomar Kiev e agora as bem-sucedidas contraofensivas da Ucrânia, enquanto a Rússia perdeu tantas tropas e tantos equipamentos, gerou raiva e descontentamento nos oponentes de Putin.

“Há um ponto em que grupos liberais de pessoas e grupos pró-guerra podem ter o mesmo objetivo. O objetivo pode ser que Putin renuncie”, disse Dmitry Palyuga, um político local em São Petersburgo, cidade natal de Putin, que pediu o impeachment do presidente.

Criticar o Kremlin pode ser uma tarefa difícil na Rússia de Putin.

Seu crítico mais veemente, o líder da oposição Alexey Navalny, foi envenenado e depois preso. Outro adversário político, Boris Nemtsov, foi baleado nas costas por pistoleiros que não revelaram quem os enviou. O escritor e político Vladimir Kara-Murza está na prisão depois de falar contra a invasão da Ucrânia, uma vítima do Kremlin que reforça ainda mais o controle da liberdade de expressão após o lançamento do que a Rússia chama de “operação militar especial” e não de guerra.

Palyuga disse que os mais novos críticos de Putin estão sendo muito cuidadosos em permanecer dentro da letra da lei.

Ksenia Thorstrom, uma deputada municipal ou vereadora também em São Petersburgo, comprou essa abordagem. “Uma das coisas que [um] deputado municipal pode fazer é fazer essa declaração pública”, disse ela.

“Nós realmente não temos autoridade ou poder para fazer nada – mesmo em nível local, somos muito contrariados pelo “Yedinaya Rossiya” [partido Rússia Unida de Putin]. Mesmo iniciativas simples como ciclovias, por exemplo, estão contra nós. “Nenhuma das minhas iniciativas foi aceita. Mas posso fazer as declarações públicas e foi o que fiz”.

Thorstrom circulou sua própria versão da petição de Palyuga para colegas legisladores e agora tem dezenas de assinaturas, disse ela.

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