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Publicado em 11/03/2023 as 8:00am

A luta das mulheres na participação da Política Brasileira

Adalgisa Rodrigues Cavalcanti, presente! Como estamos no mês das mulheres, gostaria de...


Adalgisa Rodrigues Cavalcanti, presente!

Como estamos no mês das mulheres, gostaria de compartilhar a história de Adalgisa Rodrigues Cavalcanti, primeira Deputada Estadual de Pernambuco.

Em 1990, os arquivos das Delegacias de Ordem Política e Social (DOPS) foram abertos. Esses documentos são provas vivas de nosso passado. Mostram como podemos perceber a ação de vigilância, violência e repressão desencadeadas por policiais e delegados da polícia política, agentes secretos, civis infiltrados, militares das três Forças Armadas, autarquias governamentais, empresários, industriais, usineiros, agropecuários e muitos integrantes da sociedade civil. Estes são alguns dos personagens que contribuíram para a permanência da ditadura no Brasil. São mais de 31 mil prontuários abertos ao longo da história da criação do DOPS, são documentos referentes à vigilância, trocas de informações, prisões, inquéritos, objetos particulares apreendidos, fotografias, livros e por vai vai.

Além desse aspecto, a documentação também possibilita perceber questões sensíveis relacionadas às questões de mentalidades, julgamentos de valores, machismo, patriarcalismo, entre outros aspectos, decorrentes de comportamentos e interações sociais de uma época. Portanto, ao adentrarmos nessa documentação, percebemos que muitos homens da elite nordestina e formados pela Faculdade de Direito do Recife, deixaram claro que não aceitavam a participação das mulheres na política brasileira. Eles chegaram a debater o tema em um Congresso Nacional de Policiais em 1958. Não estamos falando de 1900 e 1930, quando as mulheres sequer podiam votar!

A participação das mulheres na política fora considerada como uma aberração, os agentes policiais debatiam que a permanência ou participação dessas mulheres era um grande perigo de romper com “ordem e os bons costumes” e que as consequências seriam danosas para a nação, pois romperia com a unidade da família, quebraria com a formação tradicionalmente cristã, e, com isto, o Brasil marcharia para o caos moral social! Não pensem que foi tão simples, as mulheres tiveram que lutar até mesmo contra a mentalidade conservadora que esbarravam dentro dos próprios partidos que elas representavam.

Então vamos nos perguntar quem foi Adalgisa? Ela foi uma mulher que defendeu o direito de outras mulheres num movimento feminista em Recife. O grupo defendeu causas trabalhistas, de igualdade de salários, escolas e creches para as crianças, melhores condições sanitárias nas fábricas e bairros da periferia do Recife.

Enquanto Adalgisa e o movimento de mulheres lutavam pelas causas sociais, os agentes da polícia política invadiam suas casas, capturavam documentos, objetos pessoais, livros, entre a intensa vigilância que chegava a 24 horas por dia. Eles faziam anotações sobre o cotidiano em qualquer situação, quando recebiam visitas, varriam a calçada, saiam para fazer compras, e no caso da Adalgisa, até quando ela ia para as reuniões na Assembleia Legislativa de Pernambuco no período em que exercia o mandato de deputada.

Quando foi implantada a Ditadura Militar no Brasil, Adalgisa estava com seus 61 anos, e mesmo não fazendo qualquer oposição a implantação da ditadura, ela sofreu uma prisão relâmpago. De forma sarcástica, o delegado afirmou que ela foi presa porque teve uma vida política ativa, porque seu marido era “bonzinho de gênio”, e ela teria “relegado a um plano secundário a vida doméstica” e, não menos absurdo, o simples fato dela não ter tido filhos. No interior do inquérito ele pejorativamente lamentou:

Bem que dona Adalgisa (...) poderia estar ao lado de seu marido, cuidando do bom velho, fazendo tricô e ouvindo novela (...) Enquanto isso, ‘seu’ Tito (o marido), se encontra sozinho, septuagenário, diabético, precisando mais do que nunca de sua companheira para lhe fazer um chá, prover nos seus achaques e cantando para si mesmo – ‘ela saiu de casa e nunca mais voltou’ (...) Diante das provas colhidas no inquérito, não é preciso invocar o sistema de São Tomé para afirmar que dona Adalgisa estava incluída nas penas dos artigos 9 e 10 da Lei de Segurança Nacional, tornando-se oportuna a decretação de sua prisão preventiva nos termos da aludida lei.

Como mulher, gostaria de dizer que muitas vezes passamos por situações semelhantes, por vezes somos presas, senão em nossas casas, mas em uma sociedade machista, que busca a todo custo enclausurar sonhos, demarcar até onde podemos ou não ir, tudo isso em prol de um modelo conservador de onde seria o lugar da mulher. Não é! Parceiros de uma jornada criam situações humilhantes, constrangedoras e persecutórias, como se precisássemos sermos vigiadas. A maioria dessas situações acabam em separação, os cônjuges na maioria das vezes não aceitam e pode acabar tudo numa grande tragédia, como o feminicídio.

Como num inquérito, por vezes, contamos como foi nosso dia e logo em algum momento nossas falas são usadas contra nós mesmas. Para isso chamamos de relacionamentos abusivos.

Nossa luta começa em casa, em quatro paredes e depois transborda! Somos confinadas a casa e aos filhos como se fizéssemos parte das mobílias. Então quando deixamos de aceitar tais abusos, imposições, intimidações, logo temos que sermos independentes, ou somos chantageadas para conservar um status social, talvez por não termos forças suficientes, ou estarmos ecoadas, acabamos deixando para viver a vida depois.

Depois serei independente, depois serei feliz, depois terei oportunidades! E o que eu posso dizer sobre tudo isso? Que devemos dar mais ouvidos às mulheres, acolhê-las e representá-las no parlamento, nas câmaras legislativas ou na Presidência da República! Devemos nos representar e foi isso que desejei para o Dia Internacional das Mulheres!

 



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