Vivemos em um tempo em que a tecnologia avança rapidamente, e, com ela, o interesse pela leitura tradicional parece diminuir. Muitos afirmam que nem todas as escolas mantiveram a prática da prova do livro, e que as páginas impressas perderam espaço para as telas digitais. O mundo acelerado, em que tudo acontece a um clique de distância, tem contribuído para o desinteresse por uma leitura calma e reflexiva. Em contrapartida, a ciência mostra que o livro é um grande aliado no cuidado emocional. Cada vez mais, profissionais da área terapêutica recorrem à biblioterapia para auxiliar em tratamentos. E o melhor: mesmo quem não possui recursos financeiros para arcar com o acompanhamento de um especialista pode se beneficiar da prática, já que os livros são facilmente acessíveis pela internet, bibliotecas públicas e sebos. A prática de utilizar os livros como ferramenta terapêutica pode beneficiar significativamente os imigrantes. Diante do trabalho constante, da instabilidade quanto à permanência e das possíveis alterações nas políticas de imigração em decorrência de mudanças governamentais, a biblioterapia apresenta-se como uma valiosa aliada na promoção do equilíbrio emocional frente a esses desafios. "A biblioterapia é indicada em todas as situações, não apenas para amenizar sofrimentos, mas também para ampliar repertórios, melhorar a comunicação, fomentar a criação de vínculos, nutrir o pensamento crítico, aliviar a tensão do cotidiano e restaurar o encantamento", explica Cristiana Seixas, psicóloga e biblioterapeuta, em entrevista à CNN Brasil, publicada em 27/07/2024. Embora a descoberta de associar o livro à saúde seja maravilhosa, ainda esbarramos …
Coluna Debora Corsi

Vivemos em um tempo em que a tecnologia avança rapidamente, e, com ela, o interesse pela leitura tradicional parece diminuir. Muitos afirmam que nem todas as escolas mantiveram a prática da prova do livro, e que as páginas impressas perderam espaço para as telas digitais. O mundo acelerado, em que tudo acontece a um clique de distância, tem contribuído para o desinteresse por uma leitura calma e reflexiva.
Em contrapartida, a ciência mostra que o livro é um grande aliado no cuidado emocional. Cada vez mais, profissionais da área terapêutica recorrem à biblioterapia para auxiliar em tratamentos. E o melhor: mesmo quem não possui recursos financeiros para arcar com o acompanhamento de um especialista pode se beneficiar da prática, já que os livros são facilmente acessíveis pela internet, bibliotecas públicas e sebos.
A prática de utilizar os livros como ferramenta terapêutica pode beneficiar significativamente os imigrantes. Diante do trabalho constante, da instabilidade quanto à permanência e das possíveis alterações nas políticas de imigração em decorrência de mudanças governamentais, a biblioterapia apresenta-se como uma valiosa aliada na promoção do equilíbrio emocional frente a esses desafios.
“A biblioterapia é indicada em todas as situações, não apenas para amenizar sofrimentos, mas também para ampliar repertórios, melhorar a comunicação, fomentar a criação de vínculos, nutrir o pensamento crítico, aliviar a tensão do cotidiano e restaurar o encantamento”, explica Cristiana Seixas, psicóloga e biblioterapeuta, em entrevista à CNN Brasil, publicada em 27/07/2024.
Embora a descoberta de associar o livro à saúde seja maravilhosa, ainda esbarramos na falta de interesse pela leitura. De acordo com matéria de Thiago Gelli, publicada na revista VEJA em 19/11/2024, o levantamento Retratos da Leitura no Brasil apontou uma queda de 6,7 milhões de leitores nos últimos quatro anos, além de um aumento geral no desinteresse pela leitura.
Esse cenário é alarmante, tanto para a cultura quanto para a saúde emocional, e indica que ainda há um longo caminho a percorrer para tornar a leitura um hábito enraizado na sociedade. O mapa abaixo mostra o Brasil em 52º lugar no ranking internacional de leitura em 2021. (Fonte: poder360.com.br)
O historiador, escritor, professor e acadêmico da Academia Volta-redondense de Letras – RJ/Brasil, Djalma Augusto Mello, afirma que a maneira de atrair mais leitores, e consequentemente ampliar os benefícios da biblioterapia, é:
“Maiores investimentos em espaços literários e quatro deles são fundamentais: a biblioteca pública, ou seja, a biblioteca municipal, a biblioteca comunitária como extensão da pública devido a localização geográfica que impede uma frequência na biblioteca pública, a biblioteca nacional e a biblioteca escolar. Foi-se o tempo que as bibliotecas eram somente espaços de conhecimento através dos livros, de pesquisa e reservado para uma interação entre o bibliotecário e o pesquisador escolar, universitário ou da sociedade. Hoje as bibliotecas são usadas para a realização de rodas de leitura, colóquios, simpósios, lançamento de livros e também debates sobre autores e estão dividindo cada vez mais essa função com as livrarias pós-pandemia como uma atividade terapêutica, humanismo e troca de ideias, interagindo leitores com escritores e democratizando a sapiência e o bem-estar social.”
Fica o desafio: na próxima leitura, escolha um livro não apenas para adquirir conhecimento, mas também como um aliado para sua saúde emocional.
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