Texto e fotos por Marisa Abel
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Coluna Marisa Abel: “Praise Be”: Exposição no Paley Museum traz figurinos e objetos de The Handmaid’s Tale

Está em cartaz até o dia 8 de junho, no Paley Museum, em New York, a exposição “The Legacy of The Handmaid’s Tale: June’s Evolution from Handmaid to Rebel”. A mostra apresenta ao público uma seleção de figurinos, objetos e cenários da série que marcou a última década com sua representação do regime autoritário de Gilead.
Visitei a exposição como fã da série e saí impactada pela forma como o espaço foi montado. A curadoria organiza a trajetória de June Osborn, interpretada por Elisabeth Moss, desde seus primeiros momentos como handmaid até sua transformação em figura de resistência. Estão expostos o vestido vermelho, a capa e a touca branca — símbolos visuais inconfundíveis das handmaids de Gilead — ao lado de itens como o tabuleiro de Scrabble de Commander Waterford, o mapa de Boston usado por June, a Bíblia manipulada de Serena Joy e a máscara de contenção usada pelas handmaids.
Além de June, há figurinos e itens relacionados a outros personagens importantes, como a austera Aunt Lydia, o enigmático Nick Blaine, os vestidos das Marthas, Serena e Janine, além da pequena Hannah. A presença desses elementos ajuda a construir uma linha do tempo visual do universo distópico criado pela autora canadense Margaret Atwood, cuja obra original, lançada em 1985, inspirou a adaptação da plataforma Hulu.
Recomendo fortemente assistir à série — é um convite ao despertar. The Handmaid’s Tale mostra como uma sociedade pode se transformar radicalmente, passo a passo. Para quem ainda não conhece o enredo, aqui vai um resumo: a história se passa em Gilead, uma sociedade totalitária que surge após um golpe de Estado nos Estados Unidos. Nesse regime teocrático, as mulheres perdem todos os seus direitos e são divididas por funções. As handmaids — mulheres férteis consideradas “pecadoras” — são forçadas a gerar filhos para os líderes do regime. A narrativa acompanha June, uma mulher comum, capturada enquanto tentava fugir para o Canadá. Abusada, torturada, escravizada, ela se recusa a aceitar o novo mundo calada.
Assistir à série em 2025 foi também uma forma de olhar para a nossa própria realidade com mais clareza. Sempre me perguntei como sociedades permitiram que regimes totalitários chegassem ao poder — e a obra responde isso logo nos primeiros capítulos. Em tempos de retrocessos, é necessário refletir sobre o quanto a ficção pode estar próxima demais dos fatos.
A série encerra sua sexta e última temporada neste mês de maio, o que torna a exposição também uma forma de despedida. Para quem acompanhou a série desde o início, a visita é uma chance de reviver momentos marcantes. Para quem ainda não começou, talvez seja o impulso necessário — para assistir, e para pensar.
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